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É hora de reagir

Prestadoras frustram negociação e negam reajuste neste ano

25/06/2021 - 14h30 - Sinttel-ES - Tânia Trento | Jornalista | Reg. Prof. 0400/ES
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Velório. Muita choradeira! E não foi por causa das 511 mil vidas perdidas para a Covid e a irresponsabilidade do Governo Bolsonaro até hoje.

Não.

O clima de terra arrasada foi o tom da reunião de negociação da Convenção Coletiva das empresas prestadoras de Rede Externa para as Operadoras. A telerreunião foi realizada na terça-feira 23 com o Sinstal (Sindicato das empresas).

Nas laterais, bancada patronal e ao centro os diretores do Sinttel-ES

 

Apesar de estarem presentes, Francisco Hipólito (Feninfra) Evandro Nunes (Sinstal), Maria de Lurdes (Lurdinha) Gerente de Gente e o diretor Getúlio Cardoso (Telemont) e Victor Stanzani (Hallen) pela bancada patronal, quem mais falou foi a representante da Telemont.

A defesa dos reajustes salariais, dos benefícios, PPR e aluguel dos carros foi feita pelo presidente, Nilson Hoffmann e o diretor jurídico do Sinttel, Reginado Biluca. “Não aceitamos essa conversa de não ter reajuste este ano”, afirmou o diretor Biluca.

Nas palavras da Lurdinha (abre aspas), a situação da empresa é muito difícil, pois o contrato com a Oi não é reajustado há 5 anos:

—”Eu não teria espaço para mais nada e vamos sofrer todo mundo junto”.

— “Não tem milagre. Nós temos que acordar. O reajuste não poderá acontecer este ano. Se eu não tenho como ajustar a receita eu faço redução do custo”.

O SINTTEL-ES se posicionou, avisando que essa proposta não será levada à categoria, pois há três  anos não se reajusta os salários na data base, maio.

“As empresas choram todas as pitangas, negam o reajuste na data base e jogam para o ano seguinte. Foi assim em 2018,  2019, 2020 e agora 2021. Para as empresas a estratégia está dando certo. O que era para ser uma exceção está virando regra. E tem mais, os reajustes são cada vez menores em relação ao INPC”, disse Nilson.

A única oportunidade que o trabalhador tem de reaver as perdas salariais, melhorar sua condição de vida é na negociação da CCT na data base. “Sem isso não há perspectivas para quem é assalariado”, retrucou o presidente do SINTTE-ES.

A Hallen explicou que tinha muitas expectativas de crescimento este ano, mas que não se concretizaram. “Fizemos grandes investimentos e contratações no ano passado para atender ao aumento da demanda e sua área de atuação, devido à pandemia. Mas esse retorno não veio”, disse o representante da Hallen, Victor Stanzani, acrescentando que os próprios empregados estão vendo que produção caiu.

A gerente da Telemont fez questão de frisar – lembrando o processo que estabeleceu os pisos da CCT – que houve um aumento significativo nos salários dos capixabas entre 2018 e 2019, devido a elevação dos pisos. E ela chegou a dizer que não pode deslocar trabalhadores que estão na divisa do ES com MG, devido o salário dos capixabas ser maior. “Hoje o empregado da Telemont em Minas ganha quase 20% a menos que o empregado do ES”, ironizou Lurdinha.

A verdade é que com o cumprimento da CCT de Rede Externa pela Telemont – num processo jurídico que durou 3 anos e a empresa foi multada em quase R$ 3 milhões – a estratégia está clara: É elevar os pisos dos salários dos trabalhadores em outros estados e aqui, no ES, achatar, arrochar, até que os pisos salariais se equiparem novamente. Ou seja, é explorar!

O SINTTEL não entende como a Telemont reclama tanto, quando a contratante, a Operadora Oi, apesar de estar em recuperação judicial e em meio ao processo de reestruturação, ir tão bem a ponto de pagar um PPR 3,46 salários aos empregados. O mesmo para a Vivo, a Claro e a TIM, que tiveram lucros, apesar da crise pandêmica, que vem quebrando a economia do país.

Talvez seja a hora de os trabalhadores essenciais, que colocam suas vidas em risco todos os dias, reagirem!

 

 

 

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