Sem honra!
Um comunicado da Caixa Econômica Federal a todas as suas agências no Estado, nesta terça-feira, 25/02, informa que a CLAREAR Comércio e Serviços de Mão de Obra, com sede em Mossoró-RN só prestará serviços de apoio administrativo até o final de fevereiro, sendo substituída, a partir do dia 03 de março, pela MultService Prestadora de Serviços, com sede em São Paulo.
A Caixa informa que é do interesse da MultService manter os “colaboradores” que têm contrato de trabalho vigente com a Clarear e, para que isso aconteça de forma célere, solicita que seja divulgado às/aos trabalhadoras/es o contato da nova empresa.
Porém, no final da tarde, Telefonistas receberam uma mensagem da CLAREAR pressionando que quem quiser ir para a MultService deve pedir demissão. Atitude típica de empresa horrorosa, pois até o momento nenhum/a telefonista recebeu o aviso prévio, conforme prevê a legislação.
A situação deixa mais de 90 trabalhadoras/es numa incerteza danada, pois se a CLAREAR não demitir os trabalhadores, como poderão pleitear vagas na MultService, a partir do dia 03/03? A Caixa ficará sem telefonista?
A CLAREAR perdeu o contrato, segundo o comunicado da própria Caixa “após recorrentes problemas enfrentados”. Elegantemente o banco não quis expor os problemas de atraso no pagamento de salários e benefícios, como tíquete alimentação, três meses de sonegação no recolhimento do FGTS e outros encargos, inclusive a mensalidade sindical que a empresa descontou das/os Telefonistas e não repassou ao Sinttel-ES.
O Sindicato foi acionado e pede às/os telefonistas que não assinem nada. É obrigação da Clarear demitir todas/os e pagar os direitos rescisórios para quem for e quem não for absorvido pela MultService.
O presidente do Sinttel-ES e o diretor, Reginaldo Biluca, acionaram o departamento jurídico para acompanhar e intervir no sentido de proteger os direitos das/os trabalhadoras/es.
Situação se repete e CEF não aprende!
A Caixa Econômica não aprende com seus erros, pois não fiscaliza o cumprimento do contrato, cobrando das empresas o pagamento dos encargos trabalhistas, que é o primeiro sinal da “morte anunciada”. Ou seja, se o banco ficasse de olho, muito poderia ter sido evitado. A própria Justiça do Trabalho condena o banco por não fiscalizar as gatinhas que contrata.
Em 2022 aconteceu a mesma situação com a Outpar Service Empresarial Eireli que, durante de um ano de contrato atrasava salários e benefícios, até que definhou, dando prejuizo aos trabalhadores que terão que ser pagos pela contratante, a CEF, condenada em processo trabalhista por dano moral, multa por atraso no pagamento das rescisões e direitos não quitados pela Outpar no rompimento do contrato.
Em 2013 foi com a Sandes Serviços Ltda. Os mesmos problemas, o mesmo comportamento e prejuízo aos trabalhadores que a Caixa teve que quitar judicialmente.
Em 2025 a situação se repete com a CLAREAR Comércio e Serviços de Mão de Obra. Até quando essas trabalhadoras vão enfrentar esses problemas?
A MultService é uma empresa de terceirização de mão de obra. Contrata copeiros, operador de reprografia, porteiros, recepcionistas, telefonistas, zeladores e carregadores para prestar serviços a orgãos públicos. Conforme o site da empresa, além da Caixa, ela mantém contrato com o Banco do Brasil, o Metrô de São Paulo, Sebrae, Incra, Governo de São Paulo, entre outras empresas públicas. Quem sabe dessa vez a Caixa Econômica cumpra o seu papel de fiscalizar o contrato e proteger os trabalhadores?