Morosidade que revolta
Acordo para a Claro pagar os trabalhadores da Staff foi feito em maio de 2018. Mas só agora, em março, é que os empregados verão a cor do dinheiro.
No dia 12 de março, a juíza da 2ª Vara do Trabalho de Vitória, Marcia Frainer Miura finalmente decidiu expedir os alvarás (autorização de pagamento) aos trabalhadores e trabalhadoras envolvidos no processo que já tem 2 anos.
Vida de trabalhador terceirizado é difícil. Vende a força de trabalho para um patrãozinho, que é contratado por um patrão maior. Se esforça, se dedica, mas chega um dia o patrãozinho começa a atrasar os salários, os benefícios, até não pagar os direitos e desaparecer, deixando todos sem a menor satisfação.
Aí chama o Sindicato para entrar na parada e tentar, muitas vezes, um milagre: obrigar via Justiça do Trabalho que o patrãozinho seja responsabilizado e pague o prejuízo que causou aos trabalhadores. Mas, o patãozinho some, dá no pé e ninguém acha. E agora, como fica?
Vamos cobrar do patrão maior. O Sindicato vai lá e conversa. Chega-se a um acordo e o patrão maior aceita pagar todos os direitos que o patrãozinho negou.
O sindicato fala para a Justiça do Trabalho que tem um acordo. Mas a coisa emperra e o nó só desata 10 meses depois.
Moral da história: Trabalhador terceirizado é explorado, ganha mal, é aviltado nas condições de trabalho e renda. Denuncia, quer fazer justiça, quer recuperar os prejuízos, fica indignado, revoltado. Mas o tempo do patrão maior, do patrãozinho e da Justiça é inversamente contrário à barriga vazia, ao aluguel atrasado, ao fornecimento de água e luz cortados, aos cobradores e suas ameaças.
Em maio de 2018, o Sinttel divulgou no site e nas redes sociais que a Claro havia aceitado fazer um acordo judicial para que os trabalhadores da Staff pudessem finalmente sair do vermelho e receber as verbas rescisórios e todos os direitos contidos nela: 13º salário, férias, aviso prévio, FGTS, a multa de 40% sobre as parcelas do FGTS e INSS e o salário de março/2017.
Veja aqui a matéria que publicamos
O acordo beneficiava 17 trabalhadores/as, mas apenas 13 aceitaram . O Sinttel consultou cada um/a dos/as substituídos/as na ação coletiva ajuizada em junho de 2017. A juíza Marcia Frainer Miura excluiu da ação coletiva aqueles empregados que têm ações individuais particulares.
O Sinttel acompanhou o calote da Staff desde setembro de 2016, quando a empresa atrasou pela primeira vez o pagamento dos salários e do aluguel do carro. Na época, por intervenção do Sinttel e a presença constante do diretor Vanderlei Rodrigues, que representou os trabalhadores, a Staff acertou os salários e o aluguel do carro. Daí em diante, não houve mais sossego para os empregados que viviam em constante insegurança, diante das irresponsabilidades da terceirizada. E a Claro? Esta sempre foi conivente com suas “gatinhas” nos golpes aplicados contra os trabalhadores.