Tremenda cara de pau!
28/08/2020 – 17h53 – Federação Livre – Redação
O jogo funciona mais ou menos assim:
A equipe da empresa é composta de três jogadores, tipo aqueles zagueirões que cercam tudo na defesa e contra-atacam de forma a derrubar o inimigo na base do cartão vermelho. A outra equipe, representantes dos trabalhadores, é formada por seis atacantes habilidosos/as, que não caem nas armadilhas do time patronal. Driblam, trocam passes, mantém o controle.A partida é a segunda a ser disputada e a equipe da Vivo chegou chegando, com muita disposição para acabar com alguma esperança dos espectadores. O entusiamo durou pouco, pois equipe dos trabalhadores cresceu e não deixou a empresa marcar.
A metáfora acima não é uma historinha. É o que vem acontecendo nas reuniões entre as comissões de Negociação da Federação Livre e da Operadora Vivo.
Nesta sexta-feira, 28/08, a empresa fez uma proposta de acordo coletivo que é só retrocesso. Por isso, de cara foi rechaçada pela comissão da Livre, que mantém o time reforçado para o próximo jogo, no dia 8 de setembro.
Reajustes
Zero % para salários e benefícios agora. Em setembro de 2021 a Vivo propõe dar um reajuste de somente 50% do INPC/IBGE. E sem nenhuma compensação, seja por pagamento de abono como ela já fez em anos anteriores, ou outra forma para minimizar as perdas.
Carros Agregados
Acabar com o carro agregado. Os trabalhadores que hoje recebem um aluguel para trabalhar com o carro próprio vão perder essa renda, cerca de R$ 1.200,00, em plena crise econômica e pandemia.
Banco de Horas
Estender o tempo de compensação do Banco de Horas para 18 meses. Ou seja, o empregado faz a hora extra e a empresa terá 18 meses para dar-lhe a folga ou pagar a hora trabalhada. Isso é um empréstimo da força de trabalho para a empresa. É tipo o trabalhador financiando a empresa, que cresce às custas do esforço dos seus “colaboradores”.
Adiantamento de PPR
Zero de adiantamento. O empregado financia a empresa com o banco de horas, por meio da sua força de trabalho, contribuindo com os resultados da operadora, mas ela não te dá nada em troca.
Acabar com a homologação de rescisões contratuais nos sindicatos.
A empresa quer afastar o Sindicato dos trabalhadores. Isso significa que os sindicatos deixariam de prestar assistência aos trabalhadores na hora da demissão, que é quando mais precisam de proteção e atenção do sindicato.
13º salário
Acabar com qualquer antecipação do 13º salário e pagar conforme prevê a legislação: 50% em 30 de novembro e o restante em 20 de dezembro.
Teletrabalho
Quanto ao regramento do Teletrabalho, a empresa informou que não tem ainda uma definição para adotar ou não do home office na pós-pandemia. Mas, mantém o compromisso de abrir discussão com a Federação Livre, caso venha a adotar este modelo.
Não é não!
Ou seja, a proposta da Vivo beira o escárnio. Nem pode ser encarada como proposta, principalmente, porque não oferece nada, mas, sim, retira conquistas do Acordo Coletivo.
A equipe dos trabalhadores disse para a empresa que não haverá acordo sem um proposta descente.
Explicando: tem que ter reajuste ou outra forma de compensação das perdas salariais e adiantamento de PPR. E no atual acordo coletivo não se mexe. O que tem hoje precisa e ser mantido até 2022. A empresa precisa apresentar, ainda, alguma garantia para a preservação dos postos de trabalho.
Mobilize-se!
Informe-se através dos sites e redes sociais dos sindicatos. Reforce o time dos trabalhadores.
A Comissão da Federação Livre na Vivo é composta pela Coordenadora Vânia (SinttelRio), Reginaldo Biluca (Sinttel-ES) Anchieta (Sinttel-PE) e Stela (Sinttel-CE). Participaram da reunião, para acompanhar o processo, o presidente da Livre, Luís Antônio Silva (SinttelRio) e o secretário de Comunicação da Livre, Nilson Hoffmann (Sinttel-ES).
A Federação Livre mantém um canal de comunicação nesta campanha livre@federacaolivre.org.br. Todas as informações e boletins informativos estarão à disposição no site e nas redes sociais