Os trabalhadores da MRTEL, que prestam serviços para a GVT no ES na instalação de telefonia fixa, banda larga e TV por assinatura, paralisaram as atividades na manhã desta sexta-feira (6). Os empregados estavam cansados de sofrerem com os desmandos da empresa e resolveram cobrar uma postura mais civilizada no tratamento das relações com a MRTEL/GVT
Durante a manifestação ficou visível como a empresa exerce pressão sobre os trabalhadores, tendo ainda a ajuda de sua contratante, a GVT.
Há tempo, os trabalhadores vêm reportando ao Sinttel os problemas que enfrentam no dia a dia. Além da pressão que sofrem, chegando mesmo ao assédio moral com ameaças de todo tipo, a empresa aplica punições por qualquer motivo, seja ele o mais banal. As punições que vão desde advertências à suspensão do trabalho de 2, 5, 8, 10 até 15 dias ou mais.
O presidente, Nilson Hoffmann, e o diretor do Sinttel-ES, Wilson Leão acompanharam o protesto. Nilson destacou que esse comportamento da empresa explica a rotatividade que é altíssima. “Os trabalhadores são contratados na segunda-feira e na sexta-feira já estão indo embora. Isso é reflexo da forma como a empresa é gerenciada, o que acontece sob as ‘vistas grossas’ da GVT. O Sinttel já havia infirmado para a GVT sobre as condições de trabalho a que são submetidos estes trabalhadores, mas ela faz de conta que não é com ela”, afirmou o presidente do Sinttel.
Desde outubro de 2014, o Sinttel solicitou ao Ministério do Trabalho uma fiscalização na empreiteira, principalmente nas condições do ambiente de trabalho e no cumprimento de jornada, mas até hoje o pedido do Sinttel não foi atendido.
Durante a manifestação, os trabalhadores contaram como a empresa se recusa a pagar horas extras, o que são obrigados a fazer todos os dias. Eles denunciaram que a empresa adota um banco de horas, mas não cumpre as folgas. O pagamento da produção não é transparente, gerando reclamações todos os meses, e ainda só recebem alguma hora extra se atingirem a meta de instalações. A empresa também faz descontos por qualquer motivo e não informa o porquê; se recusa a abrir CAT quando alguém se acidenta no trabalho; os veículos não possuem extintores e o estepe, o que já rendeu multa e pontos na carteira de habilitação dos trabalhadores que dirigem os veículos. Até hoje a empresa se recusava em receber o Sinttel para tratar destes assuntos.
Com a paralisação de hoje, ficou agendada para este sábado (07), uma reunião com o Sr. Hugo, que é o dono da empresa, pois hoje ele se encontra no Rio de Janeiro. O Sinttel constituiu uma Comissão de trabalhadores, e junto com a Direção do sindicato vai conversar com a empresa para tratar de todos estes pontos levantados e outros que forem necessários. A ideia é que a empresa assuma compromissos para cada um deles e assim poderemos cobrar o cumprimento e o cessamento das irregularidades, minimizando o clima de insatisfação dentro da empresa.