Negociações salariais 2020
14/08/2020 – 9h46 – Federação Livre – Redação
Apesar da participação dificultada pela própria empresa, foi aprovada nesta quinta-feira, 13/08, a pauta de reivindicações para as negociações coletivas com a operadora Claro.
O próximo passo, é enviar a pauta à empresa e estabelecer um calendário de reuniões para discutir manutenção dos empregos, reajuste de salários e benefícios, PPR, manutenção do atual Acordo Coletivo (ACT) por 2 anos, com garantia da data base – 1º de setembro -, regras para regulamentar o trabalho em home office, saúde e segurança no ambiente de trabalho. Essa pauta é comum a todas as operadoras.
Durante todo o dia, das 7 horas às 19 horas abrangendo, assim, os fusos horários do Amazonas e de Rondônia, a assembleia ficou aberta e, somente, 222 trabalhadores/as no Grupo Claro SA votaram, sendo que 214 aprovaram à pauta elaborada pela diretoria da Federação Livre.
Boicote?
Diferente da TIM, VIVO e ALGAR, a Claro vem criando obstáculos à participação dos seus empregados nas assembleias e, na sequência, travar o inicio a campanha salarial. O setor de relações trabalhistas da empresa sonegou dados dos trabalhadores, necessários para a votação, em algumas empresas do Grupo, como a Net e Nextel.
Isso explica os resultados da assembleia e apontam um cenário de muitas dificuldades para as negociações com a operadora. “Mais do que sempre foram em se tratando da severa crise que atravessamos”, justifica o coordenador da Comissão de Negociação da Livre na Claro, João Cesar (Sinttel-CE). Segundo ele, a Claro sempre cria problemas nas negociações coletivas.
Assembleia virtual
Uma plataforma digital foi criada para permitir que os trabalhadores, representados pela Federação Livre, no Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Rondônia, pudessem avaliar, através do voto, a pauta unificada elaborada pela direção da Livre para negociação com todos as operadoras.
No dia 30 de julho foi convocada uma única assembleia para todos nas operadoras. Mas os empregados no Grupo Claro ficaram de fora porque ele se negou a fornecer os dados, alegando que estaria infringindo a lei de proteção de dados pessoais. A TIM, VIVO e ALGAR não viram dessa forma.
“Foi uma clara demonstração de ‘desinteresse´ da empresa”, resume João Cesar. Segundo ele, a Claro fez um sebo danado para não enviar as informações dos empregados – matrícula funcional e data de nascimento – necessárias ao banco de dados. “Essas informações é que identificariam através do número funcional quem são os empregados, dão segurança e sigilo ao voto no processo de participação online da assembleia”, explica.
Resultado final nacional: 222 (5,1%) votaram, sendo 214 (96,4%) Sim e 8 Não.
Negociações seguem na TIM e Vivo
Esse ano, devido ao isolamento social, imposto pelo coronavírus, não foi possível fazer o que os sindicatos sempre fizeram presencialmente: discutir os anseios e necessidades dos/as trabalhadores/as nas empresas. Mas isso não tem impedido que a campanha salarial ganhe força.
Na operadora TIM as discussões estão avançadas. Três reuniões foram realizadas. A primeira reunião com a Vivo já está marcada para o dia 17 de agosto .
As negociações com a Oi só começam próxima à data base, que é 1º de novembro.
Claro – Coordenador João Cesar (Sinttel-CE), Gilberto Oliveira (Sinttel-PE), Gilberto Martins (Sinttel-RN), Amaral (Sinttel-AM) Virginia Berriel (SinttelRio)
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