A diferença entre eu menor e o maior salário no Brasil sempre foi aviltante. Mesmo com a política de valorização do Salário Mínimo, implantada pelo Governo Lula em 2005 e seguida pela Presidenta Dilma Rousseff até 2015, mostra que a diferença continua brutal.
O diário capixaba A Gazeta traz em sua página 22, da edição desta terça-feira 07/01, uma matéria informando do reajuste a que “os 23 desembargadores e cerca de 270 juízes da ativa do Espírito Santo, além dos inativos, que começam o ano com um aumento salarial de 5%. O reajuste gerará uma despesa de R$ 6,3 milhões no orçamento anual do Tribunal de Justiça do Estado (TJES)”.
A matéria também destaca o valor dos salários a que os desembargadores – sejam do Supremo, lá em Brasília, ou os daqui – passarão a receber: quase 30 mil reais.
Fazendo uma pequena conta, o/a trabalhadora que recebe o Mínimo (R$ 724) terá que trabalhar por 3 anos e 4 meses para receber o que um juiz recebe em 30 dias (R$29,5 mil). E enquanto um ganha R$ 4,52 pela hora de trabalho, o outro leva R$ 184,13. Irritantemente que ganha menos tem 30 dias de férias e outro, mais de 2 meses.
O novo valor do salário-mínimo representa a injeção de pouco mais de R$ 28 bilhões na economia brasileira, segundo estimativa do Dieese e atingirá 48 milhões de pessoas.
Já o aumento do judiciário no ES que envolve cerca de 300 magistrados e um outro tanto de inativos, dará um impacto de R$6,3 milhões. No Ministério Público, a despesa, em 2013, chegou a R$6,4 milhões.
Não dá ver a notícia e não se indignar com a discrepância, o desrespeito com que se trata a classe trabalhadora produtiva brasileira, afinal, é com o dinheiro dos impostos, pagos por todos, que se sustenta os salários milionários do judiciário, assim como os do legislativo, em todas esferas: municipal, estadual e federal.