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Telemont está aplicando um golpe nos trabalhadores

21/12/2016 - 13h38 - Sinttel-ES - Tania Trento
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Na manhã desta quarta-feira, 21, trabalhadores/as na Telemont Engenharia de Telecomunicações, empreiteira da Oi, por orientação e liberação dos supervisores, coordenadores e gerentes, se reuniram em frente à sede do Sinttel-ES para pedir que o Sindicato abra mão de uma ação judicial que permitiria à “gata” pagar salários menores que o estabelecido em Convenções Coletivas de Trabalho – CCT de 2015 e de 2016. Neste ano, a CCT que abrange mais de 20 estados do Brasil, negociada e assinada com o sindicato patronal (Sinstal),  foi aprovada pela categoria em agosto passado.

A tentativa de golpe contra os trabalhadores é uma chantagem feita pela diretoria da Telemont que quer obrigar o Sinttel/ES a trocar conquistas dessas Convenções Coletivas (CCTs) como os pisos salariais por função, por um valor retroativo de auxílio-alimentação que não passa de R$ 700 em média por trabalhador. A empresa vem manipulando parte dos empregados, instruindo-os contra a entidade sindical para passar a perna nos empregados, na cara dura. Parece coisa de filme, mas não é! Os empregados (iludidos) se movimentam para serem tapeados pela empresa.

Esses empregados fizeram o mesmo movimento na sexta-feira, dia 16, querendo que o Sindicato fizesse uma assembleia para votar a “proposta da Telemont”, como se fosse algo novo e bom para eles. A tal proposta é um embuste, engodo, pois que é quase a mesma da CCT já aprovada em agosto. A única diferença é a chantagem para não pagar os pisos por função, retirando da Justiça a ação de cumprimento que obrigaria a “gatinha” a cumprir esses pisos salariais, estabelecidos nas CCT 2015/2016 e que espera julgamento do TRT-ES.

O Sinttel não cedeu ao golpe, uma vez que, para retirar uma ação coletiva, é necessário medidas jurídicas que envolvem direitos individuais. Além disso, a Justiça do Trabalho está em recesso.

Além disso, fez um comunicado divulgando nas redes sociais e no site da entidade (veja comunicado), as  razões porque não prejudicaria a categoria cedendo a uma chantagem da empresa. Mas a chefia imediata fez o trabalho de manipulação invertendo fatos, mentindo e enganando os trabalhadores. Ouça a fala de um supervisor, no Ponto de Encontro (reunião que a empresa faz com os empregados em um dia na semana)

A manipulação

Assembleia na Telemont, em Cachoeiro

Assembleia na Telemont, em Cachoeiro

Assembleia na Telemont, em Cachoeiro

Desde que a CCT 2015/2016 foi aprovada em assembleias realizadas nas bases da Telemont em Cachoeiro do Itapemirim, São Mateus, Cariacica, Serra e noutras empresas prestadoras de serviço do setor de Telecom no ES, somente a Telemont se negava a aplicar os reajustes de 10% no tíquete alimentação e nos salários que seria dividido em 2 vezes (5% em abril e 5%). O retroativo seria pagos em 3 parcelas a partir do salário de agosto, quando a Convenção foi assinada.

Nem a chuva impediu a mobilização

Em novembro, cansados da enrolação da empresa e de outros problemas sem solução, como a sonegação por 2 anos consecutivos do reajuste no aluguel dos carros agregados, os técnicos decidiram fazer greve, que durou 6 dias. A paralisação fez a empresa aplicar o reajuste salarial, apenas. Faltava o reajuste no auxílio-alimentação (tíquete) e os pagamentos retroativos de salário e no tíquete. Pressionada pela grande insatisfação dos empregados, após a greve que só conquistou parte do que estava já estabelecido na Convenção Coletiva, a Telemont resolveu dar um golpe.

Pediu uma reunião com o Sinttel para tratar de todas pendências, coisa que ela não fazia há meses, impondo um arrocho salarial e perseguições diárias aos técnicos.

Reunião Sinttel x Telemont

Na reunião, realizada no dia 8 de dezembro, a empresa disse que trataria de todos os problemas: reajustes no aluguel dos veículos agregados, nos salários, no auxílio-alimentação (tíquete), PPR, cumprimento da escala, transparência no pagamento da RV, entre outros problemas. No dia 12/12, a empresa traria uma proposta intermediária para apresentar aos trabalhadores, pois haveria uma audiência no processo de dissídio de greve, no TRT.

Mas que nada! A proposta de reajuste era a mesma que já se tinha, exceto a imposição de se retirar a Ação de Cumprimento à CCT 2015/2016,  em troca somente do pagamento do retroativo  ao auxílio-alimentação (maio/2015 a abril/2016 e de maio a dez/2016)  que daria em torno de R$ 700 divididos em duas vezes. O retroativo dos salários estariam fora da medíocre “proposta”.Não é uma pegadinha? Numa estratégia ardilosa, aproveitando o momento das festas de final de ano e as necessidades de consumo dos trabalhadores ela acena com uma grana. E pegou parte dos trabalhadores pelo bolso, que se uniram à chefia para trair e “furar os olhos dos técnicos” – colegas de trabalho que fizeram greve, foram para luta e garantiram o reajuste que todos acabaram recebendo.

Veja os salários propostos hoje pela Telemont e os salários que valerão, assim que a Ação de Cumprimento tiver a sentença da justiça do trabalho:

O trabalhador precisa pegar o contracheque e fazer as contas, somar os reajustes de 10% + 8,42% e ver se bate com o salário que está recebendo hoje. É por isso que o Sinttel nega a existência de uma proposta nova. A tal proposta da Telemont já está sendo aplicada, claro, se ela pagar o reajuste de 5% em dez, como ela disse que fará.

 

 

 

 

 

 

 

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