A previsão de que o PLC 38/2017, que trata da Reforma Trabalhista, seja votado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) já na próxima semana motivou as centrais sindicais a intensificar, entre quinta-feira (01) e segunda-feira (05) os esforços para impedir esse que é o maior retrocesso na área dos direitos da classe trabalhadora desde a redemocratização.
Essa foi a avaliação dos senadores de oposição e dirigentes sindicais em reunião na tarde desta quarta-feira (31) com o líder do PMDB no Senado Renan Calheiros (PMDB/AL). A estratégia é mostrar aos parlamentares o descontentamento com as reformas e intensificar a mobilização social, com o povo na rua, para barrar a iniciativa do governo ilegítimo de Michel Temer.
O secretário nacional de Assuntos Jurídicos da CUT, Valeir Ertle, reforçou que a maioria da população é absolutamente contra as reformas propostas de Temer e afirmou que a Central seguirá com as ações regionais para constranger os parlamentares a não votarem a matéria. “A CUT seguirá nas ruas e nos aeroportos para lembrar que quem vota nas reformas não volta ao Congresso Nacional”. Ele também defendeu que o presidente do Senado libere a entrada dos representantes de todas as centrais e movimentos nos dias de votação. “Tivemos que entrar com pedido de habeas corpus para que os dirigentes CUTistas pudessem ter acesso às comissões e aos parlamentares”, destacou o dirigente.
Para o senador Paulo Paim (PT/RS), a estratégia de cerco aos senadores e senadoras está funcionando, pois os parlamentares governistas “não estão tranquilos com a atual situação do país”. Ele disse que a pressão não pode parar pois a previsão de votar a matéria na CAE é no mesmo dia em que o TSE retomará o julgamento da ação que pede a cassação da chapa Dima-Temer. “Com esse adiamento de uma semana, a reforma deverá ser votada no plenário do Senado em meados de junho e até lá muita coisa ainda pode acontecer”, destacou o senador. Ele lembrou, ainda, que os senadores que aspiram uma candidatura aos governos estaduais e Presidência da República são os mais sensíveis a mudar de voto a favor da classe trabalhadora.
Renan Calheiros se comprometeu a encaminhar a demanda das centrais sindicais para que as regras de acesso a Casa sejam alteradas. Ele também falou que o caminho que está sendo desenhado pela maioria da bancada do PMDB poderá levar o Brasil a um colapso. “Nenhum país do mundo sai de uma crise agravando a recessão e sem fazer a economia crescer e reduzindo o poder de compra da população. Assim fica difícil sair dessa situação”. Participaram, ainda, os senadores Roberto Requião (PMDB/PR) e Hélio José (PMDB/DF).
Luciana Waclawovsky/CUT