“A situação da Oi é mais urgente, não pelas condições operacionais. É mais em função da situação econômica e financeira”, disse Quadros em evento no Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, Quadros garantiu que o conselheiro Leonardo de Moraes, relator pedido de abertura de processo de caducidade das outorgas da Oi, “terá o tempo necessário, suficiente, a juízo dele, para submeter ao conselho uma análise” sobre o caso.
Segundo Quadros, apesar do pedido para abertura do processo ainda “não há nenhuma decisão, foi apenas um encaminhamento de uma proposição que ainda levará algum tempo para ser finalizado o julgamento”. Em resposta ao anúncio da Anatel de que essa discussão foi aberta, a Oi declarou que “desconhece os argumentos que poderiam fundamentar a medida anunciada”.
Na Anatel, quem acompanha de perto a situação da operadora avalia que a recuperação da Oi exige a negociação de toda a dívida com multas e um aporte imediato da ordem de R$ 10 bilhões. Nesse cenário um acordo entre os credores privados seria consequência natural a investidores que buscam um ganho que dificilmente virá com a falência da supertele.
– Convergência Digital* … 01/09/2017
O presidente da Associação dos Investidores Minoritários do Brasil, Aurélio Valporto, acha que a nota divulgada ontem à noite pela Anatel, comunicando que foi pedida a abertura de processo de cassação das licenças da Oi, pode colocar em risco a negociação com os credores. “Justamente em um momento em que a empresa vem melhorando seus indicadores, é inadmissível que vaidades pessoais prejudiquem, no final das contas, a economia nacional”, disse ele ao Tele.Síntese.
Para Valporto, a CVM deveria investigar as razões do comunicado divulgado ontem pela Anatel, “visto que provoca grandes oscilações na cotação das ações”, acusou.
Conselho Oi
Já para diferentes conselheiros da Oi (que representam os atuais controladores), o anúncio do pedido feito pelo dirigente da Anatel, Igor de Freitas, “é obra de alguém que deixará a agência em um mês e foi divulgado de forma bastante singular, com o anúncio da ideia. Não se fez isso em qualquer outro caso, inclusive a Sercomtel”, disse um executivo.
Para esse interlocutor, “o conselheiro afronta não só a companhia e seus acionistas minoritários – os dois lados que mais perdem com a iniciativa -, mas também e sobretudo o processo de recuperação judicial”.
Outra fonte do conselho alega que essa ação da Anatel parece mesmo retaliação (negada pelo presidente Juarez Quadros), porque ela ocorre na semana em que a agência sofreu uma derrota no Tribunal de Justiça do Rio (quando o colegiado decidiu mandar parar as execuções fiscais das multas).