A reunião geral, convocada pelo Sinttel-ES para às 7h30 da manhã desta sexta-feira, 11, se transformou numa paralisação de meio dia. Em Cachoeiro de Itapemirim e em São Mateus bombou. Lá 100% dos técnicos estacionaram os carros. Em vitória, a concentração foi na Praça do Papa, mas não bombou na mesma proporção da insatisfação demonstrada pelos trabalhadores da Telemont. Por pressão da empresa e comodismo de alguns, que ficam esperando pelos colegas, a participação foi, digamos, representativa.
Contudo, a decisão dos presentes foi unânime: o Sinttel vai preparar o edital e os procedimentos legais para a decretar a greve dos trabalhadores da Telemont em todo o ES, caso a empresa não resolva de vez os problemas com os trabalhadores, que não são poucos. E esse posicionamento foi o resultado de uma grande discussão que pôde ser feita durante às 3h que durou o protesto. Os diretores do Sinttel-ES, Nilson, Biluca, Mamedi, Alex e Vanderlei puderam trocar ideias, ouvir em detalhes as queixas dos empregados, desde a questão salarial, tíquete alimentação, aluguel dos carros e controle das RV (duas caixas preta), as punições, os problemas vivenciados com o plano de saúde, seguro dos carros agregados, etc. etc. e etc. São muitas maldades praticadas diariamente. Cada trabalhador já foi vítima, mais de uma vez, da falta de respeito no local de trabalho, por parte da gerência.
Em Cachoeiro, o diretor do Sinttel, Watson Roberto Reis da Silva também conversava com os companheiros do Sul do Estado, que estiveram 100% mobilizados e parados durante toda a manhã. Em São Mateus, não foi diferente. O diretor Marcelo Silva Gomes também estava junto dos companheiros do Norte do Estado que deram uma bela demonstração de união.
O movimento de hoje surgiu depois que a empresa fez reuniões com os empregados em Vila Velha, Cariacica, Serra, São Mateus e Cachoeiro e culpou, responsabilizou, o Sinttel pelo fato de os trabalhadores estarem sem o reajuste aprovado na CCT 2016/2017 de 5% em Setembro + 5% a em dezembro/2016. Ora, uma grande mentira, pois é a empresa que não quer pagar o reajuste e nem adotar a Convenção Coletiva que foi negociada com o Sinstal (Sindicato do qual a Telemont faz parte) e aprovada em assembleia pelos empregados.
Nessas reuniões, a empresa chegou a dizer para os trabalhadores quem tem o dinheiro reservado para o pagamento, mas que não o fará por culpa do Sinttel. Ela atribui essa responsabilidade, especificamente, ao presidente do Sindicato, Nilson Hoffmann, por deixar os trabalhadores sem reajuste há mais de um ano. Culpa o Sinttel-ES por ter entrado com a Ação que pede o cumprimento da Convenção Coletiva 2015/2016 (CCT) e o pagamento dos pisos salariais por função.
Os trabalhadores, que participaram do protesto de hoje, têm consciência de que vão perder o meio dia de trabalho e que estarão sujeitos às punições costumeiras, tipo balão, advertência que a empresa distribui por qualquer coisa, mas também estão dispostos a lutar para conquistar o reajuste salarial, reajuste do tíquete, reajuste do aluguel dos carros, a aplicação dos pisos por função e o pagamento de PPR, afinal, dinheiro para pagar ela já disse que tem.
A chefia da empresa foi enviada ao local do protesto. Aliás foram os primeiros a chegar. Permaneceram todo o tempo à espreita para informar à Telemont tudo o que estava acontecendo. O Sindicato não duvida que estivessem gravando as conversas e falações.