Salário errado de instaladores
Os trabalhadores da Telemont, que estão implantando a rede de fibra para a Oi na Grande Vitória, aceitaram pagar pelo erro da empresa descontando dos salários R$ 55,00 em 16 vezes e receber as horas extras ao invés de abastecer o banco de horas.
O resultado dessa negociação, que durou quase duas semanas e algumas conversas com o gerente, Getúlio Cardoso Pinto, acabou sendo concluída com a diretora de Gente da Telemont, Maria de Lourdes Aguiar. Os empregados aceitaram o desconto em 16 meses e, devido à redução salarial, a empresa não colocará as horas extras no banco de horas, mas vai pagá-las todo mês.
A Telemont Engenharia, prestadora de serviços em rede para a Oi, vinha pressionando 35 empregados a devolver, cada um, R$ 880,00, em oito parcelas de R$ 110,00 por um erro da própria empresa, que durante dois meses pagou os salários no valor de R$ 1.464,17 quando, segundo a Telemont, deveria ser de R$ 1.105,00.
Indignados, com a cobrança e a redução em mais de R$ 360 no valor do salário e R$ 110,00 de desconto, procuraram o Sinttel-ES e expuseram toda a situação. De R$ 1.464,17 brutos, passariam a receber R$ 1.105,00 e com o desconto receberiam menos de R$ 1.000,00. No dia 11/08, o Sinttel fez uma reunião com os trabalhadores e passou a negociar com a empresa.
Irredutível, a empresa não abria mão do desconto. Do outro lado, os trabalhadores também não concordavam com o corte brusco nos salários e ainda ter de pagar valor da parcela proposto. O Sinttel chegou a levar uma segunda proposta para apreciação dos trabalhadores, mas eles recusaram.
Irresponsabilidade da Telemont
A confusão começou depois que os trabalhadores passaram pelo período de experiência e mudaram da função. De trainee foram promovidos a Instalador e Reparador de Redes, conforme já estava combinado com os trabalhadores. Mas ao serem contratados, a empresa não informou qual seria o salário. Muitos confirmaram que o valor do novo salário não foi falado pelos representantes da empresa, quando da mudança da função.
“Alguém no departamento administrativo da Telemont, em Minas Gerais, errou ao classificar a função dos trabalhadores que estão fazendo a rede de fibra. Foi atribuído a eles um salário de R$ 1.464,17 e, que, segundo a Telemont, não estava de acordo com o estabelecido para a função de Instalador e Reparador de Redes”, resumiu o presidente do Sinttel-ES, Nilson Hoffmann.
Em julho, a Telemont percebeu que estava errada, após dois meses pagando R$ 1464,17. E, de uma lapada só, decidiu que descontaria do salário dos empregados em 8 parcelas de R$ 110,00, que é a diferença do salário somado aos 30% de periculosidade. E foram pressionados a assinar um documento se comprometendo em devolver. A maioria não concordou.
Foi aí que o SINTTEL foi acionado. Os trabalhadores não concordam em devolver o dinheiro, já que o salário também será reduzido em quase 30%.
Na conversa com a empresa nos dias seguintes, o máximo que se conseguia era aumentar o número de parcelas para devolução do valor em 12 vezes. A empresa queria receber o dinheiro de volta e reduzir os salários para R$ 1.105,00. No dia 14/08, essa proposta foi levada pelo Sinttel ao canteiro de obras da empresa, no bairro Campinho da Serra, município de Serra. Mas lá foi recusada pelos instaladores.
Segundo Nilson, foi construída uma alternativa, onde a empresa aceitou pagar as horas extras que ela jogaria para o banco de horas, mês a mês, aumentando assim a renda dos envolvidos – já que o salário terá redução muito grande. Além disso, o desconto será em 16 vezes, de R$55,00.