Verbas rescisórias
A OUT PAR Service assumiu o contrato com a CEF em janeiro de 2021. Desde então, foram vários meses atrasando salários e benefícios até que, em março desse ano, a empresa deixou o contrato. Os constantes problemas financeiros já demonstravam que a OUT PAR não tinha capacidade de gerenciamento do contrato. Ela encerrou o contrato sem pagar as verbas rescisórias de cerca de 300 trabalhadores e trabalhadoras.
A partir daí, o SINTTEL-ES vinha pressionando a Caixa para encontrar uma solução que não prejudicasse os/as telefonistas, representadas pelo SINTTEL-ES. E várias reuniões foram realizadas, até que o departamento jurídico do SINTTEL-ES propôs ao juiz dividir o dinheiro bloqueado pela CEF para pagar os direitos trabalhistas.
A Caixa Econômica tinha bloqueado R$1.541.414,92. E esse montante não daria para quitar toda a dívida com os trabalhadores. Então, foi dividido proporcionalmente, o que permitiu fazer o acordo que pagará a maior parte da dívida (93%) sobre a rescisão dos contratos dos/as empregados/as da OUT PAR.
Os 7% das verbas rescisórias restantes, continuam sendo objeto nas ações judiciais que os sindicatos mantêm e que cobram multas pelos atrasos nos pagamentos das rescisões de contratos, estabelecidas nos artigos 467 e 477 da CLT.
É por isso, que as ações judiciais tanto do SINTTEL, quanto do Sindilimpe, terão continuidade. A Justiça do Trabalho ainda vai decidir se condena a OUT PAR pelas as multas descumpridas e também por dano moral coletivo, afinal os/as trabalhadores/as sofreram prejuízos financeiros que impactaram suas vidas.
O que será quitado?
O acordo fechado na sala de sessões do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania da Justiça do Trabalho, perante ao juiz Fábio Eduardo Bonisson Paixão, prevê o pagamento de saldo de salário, aviso prévio indenizado, proporcional de férias e de 13º salário. A multa dos 40% do FGTS já havia sido recolhida e as guias do Seguro Desemprego liberadas anteriormente.
Por que dividir o montante bloqueado?
Foi a alternativa encontrada para que as/os telefonistas, representados pelo SINTTEL-ES, pudessem receber rapidamente a dívida rescisória pendente.
O diretor do Sinttel-ES, Reginaldo Biluca, que esteve acompanhando para que houvesse um final mais tranquilo para as/os telefonistas, sabia que se não fosse feita essa conciliação, a ação judicial poderia demorar anos, até ser concluída.
Nossa intenção, e batalhamos para isso, era que as telefonistas fossem ressarcidas o quanto antes, minimizando os prejuízos que já vinham sofrendo, destacou Biluca.
A divisão só foi possível, porque nas reuniões provocadas pelo SINTTEL junto a OUT PAR e a CEF, foram apresentadas as planilhas com os valores devidos.
Às/os 110 telefonistas coube 47,19% do montante, ou R$727.393,70, que será repassado ao SINTTEL-ES. Já para os trabalhadores do Asseio e Conservção foi destinado R$814.021,22 (52,81% do montante) ao Sindilimpe.
O SINTTEL-ES espera a liberação dos valores para transferr às/aos trabalhadoras/es o que for devido a cada um/a, conforme o estabelecido na planilha apresentada ao Juiz. A liberação do alvará depende da Secretaria do Tribunal Regional do Trabalho.
Assim que a Justiça liberar o dinheiro, o SINTTEL-ES vai comunicar a data e forma de pagamento a todos/as.
Foram excluídas do acordo trabalhadores que ingressaram com ações individuais.
O presidente do Sinttel-ES, Nilson Hoffmann pede às/os telefonistas – que migraram para outra empresa no contrato com a Caixa – que se filiem ao Sindicato, contribuindo e fortalecendo a entidade. Pois, a luta contra a precarização das condições de trabalho é uma constante.
Todos os dias travamos verdadeiras batalhas em defesa dos direitos dos trabalhadores. Neste processo contra a OUT PAR já são quatro meses discutindo, negociando uma alternativa. Concluímos parte do processo. Mas o departamento Jurídico do Sinttel ainda continuará batalhando no Tribunal para que a empresa seja responsabilizada pelo calote, assim como a Caixa Econômica Federal, destacou Hoffmann.