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Sinttel-ES pede às prefeituras que ditem regras aos call centers

24/03/2020 - 18h59 - Sinttel-ES - Tânia Trento | Jornalista | Reg. Prof. 0400/ES
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O telefone de Whats App do Sinttel  (27 98896368) tem recebido muitas reclamações de trabalhadores da categoria. Tanto de técnicos que fazem manutenção e instalação nas residências, quanto aqueles que ficam confinados nos call centers.

Diante disso e do decreto presidencial do dia 20/03 que torna os serviços de telecomunicações e internet essenciais e do cenário de exposição e riscos ao Coronavírus, o SINTTEL-ES enviou correspondência aos prefeitos de Vitória – Luciano Rezende, de Serra – Audifax Barcelos e de Vila Velha – Max Filho,  pedindo que imponham limites e que editem regras de funcionamento para as  atividades de call center, teleatendimento e central de telemarketing, objetivando ao afastamento social dos trabalhadores.

O pedido do Sinttel se baseia na decisão da  prefeitura de Belo Horizonte, MG, que editou na manhã desta segunda, 23, um decreto que cria regras para essas empresas. O Sinttel quer que os prefeitos se sensibilizem com a situação desses/as trabalhadores/as, uma vez que somente os órgãos governamentais podem decretar mudanças nas regras de funcionamento desses estabelecimentos.

Além dos call centers, as condições de trabalho são ruins em muitas empresas

Os técnicos de rede noticiam da falta de material de proteção, de ter que entrar na casa de vários clientes  num único  dia, para instalar ou consertar telefone, internet e TV sem máscaras, álcool em gel, luvas, etc. Com a quarentena, muita gente ficando em casa, as solicitações de reparos aumentaram.

Tanto isso é verdade, que o secretário geral do Sindicato, Alessandro Mamedi,  flagrou, nesta segunda-feira 23, uma equipe da Telemont Engenharia de Telecomunicações, que presta serviços para a Operadora Oi, trabalhando sem a proteção individual na Avenida Vitória. A empresa não está fornecendo condições para os técnicos trabalharem. Os supervisores estão de home office, mas as equipes de cabistas continuam sem proteção individual.

No entanto, em contato com a gerente  da empresa, houve a garantia de que a partir desta terça, 24/03, os técnicos estariam recebendo kits de higienização.

Tem empresa ameaçando demissão

É o caso da Viasul, em Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado. Ouça

Já operadores e teleatendentes de call centers e empresas de cobrança (recuperadoras de crédito) denunciam que estão em salas fechadas e com pouca ou nenhuma circulação de ar, com aglomeração de trabalhadores e de enfrentar ônibus lotados durante o deslocamento de casa-trabalho-casa, quando a recomendação dos órgãos de saúde é justamente o contrário.

Trabalhadores reivindicam o teletrabalho

Uma petição via internet pede a implantação de teletrabalho no maior call center do Estado, a BrasilCenter.

O Sinttel-ES, desde a semana passada, faz contato direto com as empresas de call center, as quais tem acordos coletivos de trabalho, cobrando medidas protetivas. Em todas as empresas há um compromisso explicito de preservar os trabalhadores, adotando medidas de higienização dos locais de trabalho e  equipamentos, disponibilizando produtos de desinfecção.

Outras medidas reivindicadas pelo Sindicato, como antecipação de férias, férias coletivas, teletrabalho (home office) foram adotadas, na medida do possível, assim como,  outras orientações dos órgãos de saúde.

A maioria das empresas de telecomunicações tem adotado o regime de teletrabalho. Algumas empresas de call center estão buscando implantar o sistema, mas encontram dificuldades diante da crise causada pelo Coronavírus  na compra ou aluguel de equipamentos  e adaptação de seus sistemas.

Mas nem todas caminham para soluções recomendáveis. Veja os relatos de trabalhadores da empresa de recuperação de crédito, Instituto de Arbitragem e Mediação

Certas empresas prezam pelos contratos em detrimentos das vidas dos “colaboradores”

O Sindicato tentou negociar com o IAM, ligando para a empresa, na tentativa de minimizar os riscos, mas a sócia administradora, Necedies da Penha Carlini se recusou a atender o Sindicato, indicando um advogado para tratar dos problemas relatados pelos/as operadores/as. O advogado queria saber do Sindicato quais eram as regras a serem seguidas para o funcionamento da empresa, demonstrando total descaso e desconhecimento da situação do ambiente de trabalho no call center do IAM e das determinações da OMS.

O Sinttel tem mantido contato com as empresas de prestação de serviços em redes externas e levado aos responsáveis a preocupação dos trabalhadores. Porém, a situação relatada pelos empregados precisam de mais atenção por parte dos empresários, afinal, os técnicos precisam estar imunes para continuar atendendo, neste momento de maior demanda.

Veja relato:


Denúncias isoladas demonstram a insensibilidade dos patrões. No call center da polícia militar (190), a escala mudou e o tíquete refeição só é fornecido nos dias trabalhados. Trabalhadora reclama da redução da renda, neste momento em que não sabe como será o futuro das famílias.


 

Cabe ao Sindicato fiscalizar e orientar empresas e trabalhadores no sentido de evitar maiores conflitos, uma vez que a situação da categoria, considerada essencial, obriga à manutenção do serviço, mesmo porque o consumo de internet, telefone e TV nas famílias teve um aumento significativo.

 

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