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Nas Ruas de Vitória

Segundo ato contra cortes de Bolsonaro na educação leva multidão às ruas

31/05/2019 - 11h47 - Sinttel-ES - Tania Trento
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O jornal SéculoDiário, em matéria da jornalista Jussara Batista, mostra como foi a manifestação em Vitória, organizada pelos estudantes, professores e trabalhadores na educação pública federal, através da Une, Ubes e outras entidades, no dia 30/maio – denominado 30M- Tsunami da Educação.

Ao contrário das manifestações a favor do governo Bolsonaro, que ocorreram no dia 26, os protestos contra os cortes na educação não tiveram o mesmo tamanho do dia 15 de maio, mas foram enormes e, provavelmente, maiores do que os de domingo, que eram a favor do governo. A garotada botou o bloco na rua. O movimento foi considerado um “esquenta” ara a Greve Geral convocada por todas as centrais sindicais.

No entanto, os jornais, as TVs não destacaram em suas manchetes o movimento ou o tamanho dos protestos. Nem a pressão absurda do ministro da Educação sobre professores e até pais de alunos para que não divulgassem as manifestações esteve entre os temas de maior destaque. Outra observação é que não foi feita qualquer comparação com os a favor do governo como ocorreu no um dia depois (27 de maio).

A Mídia hegemônica preferiu destacar a crise política que o governo Bolsonaro e a queda do PIB de 0,2% do PIB no 1º trimestre e o flerte do Brasil com uma nova recessão. Sem escrúpulos, o Globo defende a agenda econômica e afirma que está maior a pressão para que as reformas sejam realizadas.

Outro fato importante que aconteceu durante os protestos, foi o Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte mover ação civil pública para que União pague indenização de R$ 5 milhões por danos morais e coletivos a alunos e professores, em função de declarações do ministro da Educação, Abraham Weintraub. A petição inicial lista as ocasiões em que o ministro, de acordo com o órgão, ofendeu a honra de estudantes e docentes. Entre as menções estão um trecho de entrevista concedida no dia 30 de abril, quando ele mencionou que “universidades que, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia terão verbas reduzidas”.

Veja a matéria do Século Diário.

O segundo protesto contra os cortes na educação pública federal anunciados pelo governo Bolsonaro voltou a reunir uma multidão nas ruas de Vitória nesta quinta-feira (30). Estudantes, professores, servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e do Instituto Federal capixaba (Ifes), além de integrantes de movimentos sociais da cidade e do campo, trabalhadores e simpatizantes da causa saíram em passeata do campus de Goiabeiras e da sede do Ifes, em Jucutuquara, com destino à Secretaria de Estado da Educação (Sedu), na Praia do Suá.

Foto: Leonardo Sá

Estimativas dão conta de que 5 mil pessoas participaram da manifestação na capital capixaba, e, segundo informações extraoficiais, outros atos foram registrados em pelo menos 136 cidades de 25 estados e do Distrito Federal.

Tendo à frente a União Nacional dos Estudantes (UNE), a manifestação 30M contou com apoio do movimento estudantil capixaba em todos os níveis e esferas (como a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – UBES), além dos diretórios e grêmios estudantis das instituições de ensino. E, ainda, sindicatos da área da educação e de servidores da Ufes e do Ifes, como Sindiupes (professores da educação pública estadual e municipais), Sintufes (servidores da Ufes), Sinasefe (servidores do Ifes) e Adufes (docentes da Ufes).

O novo ato também foi considerado um “esquenta” para a Greve Geral contra a reforma da Previdência, que ocorrerá no dia 14 de junho.


Foto: Leonardo Sá

Com saída do campus de Goiabeiras por volta das 17h30, os manifestantes munidos de cartazes e gritos de guerra formaram um “mar de insatisfeitos” com as medidas do governo Bolsonaro, tomando as avenidas da Capital. Eles seguiram da Avenida Fernando Ferrari para a Reta da Penha, onde houve uma pequena parada em frente à sede da Petrobras. Na ocasião, um representantes do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) realizou uma fala em defesa do pré-sal e de uma nova política de preços para os combustíveis que deixe de apenas beneficiar acionistas e empresas estrangeiras.


Foto: Leonardo Sá

Em seguida, os manifestantes rumaram para a avenida Rio Branco, seguindo depois pela Leitão da Silva até a César Helal, onde fica a sede da Sedu. No local, se encontraram com a passeata que saiu da Ifes.

Um grupo de sete alunos da Escola Viva, da rede estadual, do bairro Planalto Serrano na Serra, fez questão de participar do protesto. Apesar de os cortes estarem direcionado mais fortemente ao ensino federal, Amanda Rodrigues Martins, de 16 anos, aluna do terceiro ano, explicou que a educação é um direitos de todos e se a sociedade permanecer inerte todos serão prejudicados, principalmente os que desejam ingressar na universidade pública.


Foto: Leonardo Sá

Já a professora aposentada da Ufes, Vanda Valadão, ressaltou que os atos do governo Bolsonaro são uma tentativa de mordaça. “Fui forjada na luta, pois minha geração estava na universidade nos anos 70. Vemos um novo tipo de repressão e de ameaça à autonomia universitária feita por decretos e assinado com caneta bic”.


Foto: Leonardo Sá

Programação

Na Ufes, a movimentação para o 30M começou cedo, com panfletagem realizada no portão central da universidade por volta das 6h30. Em seguida, “Os desafios para a área de Letras no Brasil atual” foi tema de aula pública  realizada, a partir das 8 horas, na escadaria do Teatro Universitário, organizada por docentes e estudantes das áreas de Linguística, Literatura e Línguas Estrangeiras do Departamento de Línguas e Letras da Universidade. Das 8 às 11 horas, também foi realizada a Mesa Redonda “A Superexploração da Força de Trabalho no Brasil Contemporâneo”, no Edifício Didático.

Já o Movimento Mulheres em Luta ES (MML-ES) e o Centro Acadêmico Livre de Serviço Social (CALSS) estiveram à frente de uma roda de conversa sobre a reforma da Previdência, às 15h30, também em frente ao Teatro Universitário.

Foto: Leonardo Sá

Na universidade, professores, servidores e estudantes da Ufes decidiram paralisar suas atividades em assembleias realizadas respectivamente por seus sindicatos de classe e pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE).

Nessa quarta-feira (29), um ato simbólico e em conjunto foi realizado em solidariedade à Universidade Federal do Paraná, onde um grupo que participou das manifestações pró-bolsonaro no último domingo (26) arrancou, em apoio ao presidente, uma faixa colocada em frente à sede da reitoria com o dizer: “Em Defesa da Educação”. As federais do País afixaram em seus campi, simultaneamente, faixas com o mesmo dizer. Na Ufes, o local escolhido foi o Teatro Universitário.


Foto: Leonardo Sá

O reitor da Ufes, Reinaldo Centoducante, chegou a anunciar que a universidade perdeu R$ 20 milhões, valor que já não consta no sistema de receita. Já o Ifes informou que só tem verbas para funcionar até setembro deste ano.


seculodiario.com.br – Jussara Baptista – quinta, 30 de maio de 2019, Atualização às 23:05h


 

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