Situação difícil
Mais uma contratada da Vivo, a Rochas Gestão & Serviços Ltda, Localizada no bairro Rio Marinho em Vila Velha, deixa mais de 90 empregados sem rescisão contratual. Tudo isso, em plena pandemia de Coronavírus e nas barbas da Operadora, como fez a Mr-Tel há 11 meses, prejudicando 80 técnicos.
No dia 19/06, a Rochas deixou o contrato de prestação de serviços em rede externa de telecomunicações da operadora Vivo. Em vez de demitir os técnicos e demais empregados/as como uma empresa séria e administrada com transparência e responsabilidade social, assegurando direitos ao seguro desemprego, a multa dos 40% do FGTS, proporcionais de férias e 13º salário, a Rochas jogou para galera. Não demitiu, colocou a maioria deles de férias ou para cumprir o banco de horas. Isso vem impedindo que sejam recontratados pela outra empresa que a sucedeu no contrato com a Vivo, a Hallen Telecom.
Alguns tiveram que pedir demissão para não perder a oportunidade de entrar na outra empresa. Mas a maioria, ainda está de férias. A Rochas vem usando do que está previsto na Medida Provisória 927, editada pelo governo Bolsonaro na Pandemia. Não se sabe, porém, se todos os trabalhadores tem realmente férias vencidas ou se a empresa usou como estratégia para depois descontar esse período da rescisão de contrato.
Outra atitude da empresa foi colocar trabalhadores para cumprir o banco de horas. Porém, eles desconhecem se há um Acordo Coletivo de Trabalho que prevê o Banco de Horas, pois não foram informados sobre quantas horas tem esse banco e nem se estão devendo.
A situação é muito estranha e muito parecida com o que aconteceu há um ano na MR-Tel, outra contratada da Vivo.
No dia 1º de julho de 2019 os donos da mequetrefe MR-Tel chegaram no pátio da empresa, onde reunira os empregados para avisar do fim do contrato com a Vivo e que não iria demitir ninguém. “— O contrato acabou. Quem quiser ir para a outra empresa que pegará o contrato com a Vivo, peça demissão”, disse um dos gerentes. Várias ações trabalhistas tramitam para recuperar os prejuízos sofridos.
Os diretores do Sinttel, Alessandro Mamedi e Reginaldo Biluca estiveram na sede da empresa no dia 26 de junho e falaram pessoalmente com o dono, Felipe Duque.
Ele garantiu que vai demitir e pagar todas as verbas rescisórias. Afirmou que não pode demitir devido à medida provisória que determinou redução de jornada e salários e suspensão de contratos, e os empregados ganham estabilidade de dois meses. Porém, segundo os trabalhadores, nenhum deles teve o contrato suspenso ou redução de jornada.
A verdade é que empresas lucram com essa falcatrua de não demitir, pressionando os empregados a pedirem pra sair, perdendo assim as verbas rescisórias. Mesmo que a Rochas, ou a Vivo tenham que pagar judicialmente os prejuízos aos empregados, não há justiça, diante da humilhação ao ter os direitos surrupiados.