Separem os lenços!
A telerreunião realizada na manhã desta quinta-feira, 30/09, entre a Comissão de Negociação da Federação LiVRE e a CLARO não foi diferente das demais já realizadas para discutir Acordos Coletivos. Porém, o muro de lamentações este ano teve um viés que chamou a atenção. O discurso usado pelo gerente de Relações Sindicais da Operadora, Fabiano Guimarães, parecia ter saído da boca dos sindicalistas, evidentemente contrário à necessidade de um reajuste salarial e nos benefícios pelo INPC integral.
Nesta primeira reunião, a Federação LiVRE alertou para algumas premissas das quais não abre mão: garantia da data base, em 1º de setembro e da manutenção do Acordo Coletivo até a conclusão das negociações coletivas, que teve acordo da empresa, afinal a negociação avança para o mês de outubro, em reunião agendada para o dia 14.
Este ano, além da discussão do Acordo Coletivo, tem também o Acordo de PPR e o Teletrabalho. E uma renca de pendências a serem resolvidas como as diferenças nos benefícios praticados, banco de horas, escalas de trabalho, homologações fora do Sindicatos, jornada de trabalho, periculosidade do pessoal da Net, plano odontológico e retirada do mobiliário do pessoal do home office.
A empresa reclamou de tudo: expectativa de menor PIB em 2022, continuidade de crescimento da inflação, dólar e desemprego, a pandemia que está voltando a crescer, registrando no dia 29/09 cerca de 800 mortes.
A CLARO alegou que as receitas “estão andando de lado” desde 2019 e que nos primeiros seis meses desse ano perdeu 1 milhão de assinantes da TV paga, justificando essa perda devido a pirataria de 33 milhões de usuários, contra 38 milhões de assinantes, o crescimento do mercado de Streaming e a queda da telefonia fixa.
Este cenário nebuloso, apresentado pela empresa, esconde o quanto ela vem lucrando.
Segundo a Revista Forbes, a CLARO BRASIL teve lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de cerca de R$ 4 bilhões ante os R$ 3,83 bilhões no mesmo período de 2020. A margem foi de 41%, um avanço de 2,2 pontos percentuais sobre um ano antes.
A receita ficou praticamente em linha com o desempenho do primeiro trimestre de 2020, somando R$ 9,83 bilhões de reais.
A empresa afirmou que terminou março com crescimento de 19,4% na base de linhas pós-pagas de telefonia móvel, adicionando 6,2 milhões de clientes. (Agencia Reuters)
A pauta de reivindicações enviada em Agosto, propõe discutir, além do reajuste integral pelo INPC (inflação) de 10,42% — já paga pela concorrente VIVO —, Ajuda de custo de R$ 250 para o home office, garantia de empregos, qualificação profissional e acordo por 2 anos.
A CLARO apresentou que a negociação desse ano incluirá a discussão completa das cláusulas sociais e econômicas do atual Acordo Coletivo e que quer unificar numa mesma proposta do acordo coletivo, o PPR 2021 e, ao invés de um aditivo ao acordo coletivo, uma cláusula sobre o teletrabalho. Segundo a empresa, olhando de forma integrada a negociação pode ter mais flexibilidade.
Há controvérsias. Essa arquitetura de negociação da empresa não vende facilidade. É pagar para ver na próxima reunião.
A Comissão de Negociação da Federação Livre na CLARO é formada pelo coordenador João Cezar (Sinttel-CE), Gilberto Pirajá (Sinttel-RN), Gilberto Oliveira (Sinttel-PE) Amaral (Sinttel-AM) e Virgínia Berriel (Sinttel-Rio), Luis Antônio (presidente da Federação Livre e Sinttel-Rio) e Nilson Hoffmann (diretor de Comunicação da Federação Livre – Sinttel-ES).
A Federação Livre mantém um canal de comunicação nesta campanha livre@federacaolivre.org.br. Todas as informações e boletins informativos estarão à disposição no site e nas redes sociais