São Paulo – A reforma trabalhista, aprovada na última terça-feira (11), não só reduzirá os gastos das empresas, mas também a renda do trabalhador e a arrecadação do Estado também diminuirão. Essa é a avaliação feita pelo economista e professor da Unicamp, Marcio Pochmann, em entrevista à Rádio Brasil Atual, hoje (13). Segundo ele, o resultado será a estagnação do mercado interno.
Para o economista, ainda haverão outras consequências sociais negativas, como a redução de postos intermediários das empresas. Para Pochmann, as empresas estarão estimuladas a trocar o emprego assalariado por trabalhadores precários, como PJ’s.
Não só o cotidiano do trabalhador será afetado, a segurança jurídica também. Marcio explica que haverá mais dificuldade para a população ter acesso à Justiça do Trabalho. “Mais de 80% das ações se devem ao descumprimento da legislação por parte do empregador. Pela nova lei, o trabalhador não poderá denunciar um descumprimento fora do prazo de um ano”, explica. “Ao mesmo tempo, a Justiça ficará menos acessível, porque haverá a necessidade de pagar. Os próprios juízes do trabalho acreditam que, no futuro, essa função deve sumir no Brasil, já que haverá ausência de procura”, afirma.
O número de demissões também deve aumentar, diz o economista. “Haverá a negociação do empregador com o trabalhador, sem a presença do sindicato. Poderá ser feita uma proposta com algumas mudanças (no contrato de trabalho atual), ao sabor da nova legislação, e caso o trabalhador não as aceitem, possivelmente ocorrerá demissão.”