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Cortando na carne

Reestruturação da Oi cortará mais 800 postos de trabalho até dez/21

02/09/2021 - 20h29 - Sinttel-ES - Tânia Trento | Jornalista | Reg. Prof. 0400/ES
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01/09/2021 – 20h55 – Federação Livre – Redação

Não haverá um Plano de Incentivo à Demissão, porque é a empresa que apontará quem será desligado. Mas a Federação LiVRE garantiu praticamente as mesmas vantagens que foram aplicadas no Pacote de Proteção Social que foi implantado no ano passado, agora chamado de Plano de Desligamento. 

Durante todo o dia desta quarta-feira, 01/09,  a Federação LiVE – representada pelo presidente, Luis Antônio Silva (Sinttel-Rio) e o secretário-geral, Marcelo Beltrão (Sinttel-PE) – esteve reunida com o presidente da Oi, Rodrigo Abreu e o diretor de Gente e Gestão, Marcos Mendes. Na pauta, a reestruturação da empresa, os rumores de desligamentos e o baixíssimo número do Placar 2021.

Uma carta com reivindicações foi entregue ao presidente, que dentre um cenário de dificuldades como retração da receita e aumento de custos, oficializou que haverá desligamentos.

“De nossa parte insistimos ser contrários a qualquer processo de demissão. Mas fizemos questão de entregar a ele, em mãos, um documento constando que em caso da irreversibilidade possamos construir algo alternativo do tipo um Plano de Desligamento Voluntário. Também insistimos que fosse garantido aos trabalhadores que migrarem para a V.Tal as mesmas condições de remuneração e de negociação coletiva dos trabalhadores da Oi por 2 anos. A garantia para este ano atípico, de não atingimento das metas, um pagamento de 2 salários do Placar. Por fim, implantar imediatamente uma ajuda de custo home office de R$ 250,00 e a abertura do processo de negociação coletiva anual”, destacou Marcelo Beltrão.

Rodrigo Abreu relatou as dificuldades em atender a pauta dos trabalhadores por inteiro, mas que estava convencido de algumas das ideias apresentadas pela Federação LiVRE e que o diretor Marcos Mendes continuaria a reunião no restante do dia  para negociar “alternativas”.

Mesmo com a discordância da  LiVRE e seus sindicatos, os representantes da empresa mantiveram a decisão de cortar postos de trabalho.

Diante de um fato quase consumado e tentando “não perder todos os dedos”, a Federação LiVRE propôs soluções para garantir alguma compensação para os/as trabalhadores/as.

“Entendendo ser o mais urgente neste momento, priorizamos o processo de demissões. A empresa originalmente anunciou cortar um número superior a 1.200 postos de trabalho em todo o país. E em todos os níveis, mas ao final, depois de muita discussão e argumentação, o número ficou em 800 postos de trabalho”, contou Luis Antonio.

Além dessa redução, a Federação LiVRE  conseguiu construir um Plano de Desligamento. Não da forma proposta inicialmente, pois não será voluntário. A empresa não abriu mão de que fosse impositivo. Ela decidirá onde e quais serão os/as 800 desligados/as.

À duras penas e muito esforço, emplacou-se as condições para a dispensa dos empregados em função da reestruturação organizacional ser bem semelhante àquela do ano passado. Será praticamente um replay do plano de 2020.

– 0,15 salários nominais por ano trabalhado;
– Limite de 6 salários;
– Sem quaisquer descontos (inclusive do IR);
– Extensão do plano médico/hospitalar por 6 meses para quem tiver igual ou menos que 10 anos de empresa; por 8 meses para quem tiver mais que 10 e menos de 15 anos; por 10 meses para quem tiver mais de 15 e menos de 20 anos e 12 meses para quem tiver mais que 20 anos;
– Extensão do plano odontológico por 6 meses para todos;
– Extensão do seguro de vida por 6 meses para todos;
– Início este mês de setembro e conclusão em 31 de dezembro de 2021.

Com relação à reestruturação, o presidente Rodrigo abreu deixou claro as dificuldades do cenário econômico que não tem permitido uma maior retomada da demanda e por conseguinte, retração na receita. E que o maior problema hoje está mais relacionado a custos, que pararam de cair e até aumentaram em relação ao ano passado. De toda forma, os processos de alienação dos ativos estão praticamente concluídos e será possível que no início de 2022 a nova Oi esteja nos trilhos. Ele antevê uma nova empresa com metade do faturamento anterior e também com metade do tamanho, ainda assim uma empresa de porte expressivo.

Disse também que a virada de chave para a V.Tal (a antiga Infra Co.) começar a andar com as próprias pernas está prestes a ocorrer e reafirmou que a Serede está 100% nos planos e que não enxerga nenhuma razão para vendê-la, pelo contrário, até será mais fortalecida.

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