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Desconto no salário e no tíquete

Problemas com Ponto Eletrônico na Linko revolta trabalhadores

11/04/2023 - 9h48 - Sinttel-ES - Tânia Trento | Jornalista | Reg. Prof. 0400/ES
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Trabalhadores da Linko, terceirizada da Sumicity, cruzaram os braços no início de abril porque a empresa atrasou o pagamento do auxílio-alimentação (tíquete). O Sindicato interveio, negociando o pagamento do benefício, pois a empresa alegou que os técnicos nao tinham registrado o ponto de frequência. Além do tíquete, os técnicos tiveram corte nos salários. 

Insatisfação geral na Linko.  A empresa, com sede em Vale Encantado, Vila Velha, município da Grande Vitória, fez uma alteração no sistema de registro de ponto e a maioria dos técnicos não registrou presença. A empresa disse que comunicou aos trabalhadores que a partir do mês de março cobraria a obrigação e quem não registrasse teria falta ao trabalho e a consequência seria descontos no tíquete alimentação e, por conseguinte, nos salários.

E aconteceu. Muitos contracheques ficaram zerados e o auxílio-alimentação não fora depositado integralmente.  A empresa cumpriu a promessa, mesmo tendo como comprovar a presença e o trabalho dos técnicos por meio das ordens de serviço executadas por todos.

Revoltados, eles foram para a base na manhã do dia 03/04 e decidiram, por conta própria, não sair, alegando vários motivos. Alguns relataram até que não haviam recebido o aparelho de celular com o chip corporativos, ferramentas imprescindíveis para acesso ao sistema de registro da frequência.

Os diretores do SINTTEL-ES, Reginaldo Biluca e Vanderlei Rodrigues, estiveram com os trabalhadores e passaram a negociar com a empresa o fim do impasse.

A proposta do sindicato, aceita pela empresa, foi que os valores integrais seriam depositados e durante mês de abril a empresa faria um levantamento de quem realmente faltou ao trabalho e descontaria no próximo pagamento.

No Sindicato, o presidente do SINTTEL-ES, Nilson Hoffmann solicitou que a empresa explicasse aos trabalhadores as medidas que ela havia tomado. À noite uma reunião on-line foi realizada pelo supervisor João Batista, que explicou aos empregados o que estava acontecendo.  Não convenceu.

Até o dia 5 de abril a promessa de depositar os valores e depois fazer o desconto não foi cumprida para todos. Alguns receberam e outros não. Além disso, muitos com valores menores. Novamente, os trabalhadores pararam exigindo os pagamentos.

O SINTTEL-ES novamente acionou a empresa que se comprometeu em resolver os problemas ate o final do dia. Os trabalhadores aceitaram a promessa e voltaram ao trabalho. No dia seguinte, a direção da Linko demitiu dois técnicos.

O Sindicato foi informado através do canal de WhatsApp que a situação se repetiu em Cachoeiro e em Guarapari, onde a empresa também atua.

Os atrasos e descontos indevidos só foram totalmente resolvidos nesta segunda-feira, dia 10/04, quando todos (cerca de 20 técnicos) receberam os salários e os valores integrais do tíquete. Mas o clima ainda é de muita insatisfação.

Banco de horas, escala e plano de saúde

Apesar de a revolta ter como estopim o não pagamento do tíquete no final do mês de março, a situação é delicada com a gestão da empresa por vários outros problemas:

Deixar trabalhadores sem renda como forma de punição por não registro do ponto, quando trabalharam e cumpriram as metas é a melhor maneira de criar um problemão. E foi o que gerou a paralisação dos trabalhos, demonstrando que a Linko precisa de uma gestão mais eficiente.

O SINTTEL-ES solicitou que a Linko apresente um levantamento da real situação do banco de horas para que seja negociado uma forma de quitação dessa horas, seja remunerando no contracheque ou em folga.

Outra questão é a apresentação da escala com antecedência e contratação de um plano de saúde coletivo para os empregados.

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