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Caos na Economia

PIBinho: arrocho não contribui para melhorar economia

13/06/2019 - 7h00 - Sinttel-ES - Tania Trento
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Vigora no país a estratégia do caos: desestabilizar a política e a economia para tornar o país ingovernável e então dominar mais facilmente. Em 2018 o PIB da Indústria contribuiu com 11,3% do pibinho bruto, o menor em mais de 70 anos. Nos anos 1980, já em processo de desnacionalização, era em torno de 30%.

A indústria da construção é a que mais gera emprego e a que tem maior efeito multiplicador na economia. O setor mobiliza desde a mineração (areia, argila, cal, cimento, ferro, alumínio e outros), até o ramo de tecnologia avançada, como informática e comunicação, passando pelas indústrias de transformação das mais variadas — químicas (tintas, solventes, etc.), eletrodoméstico, e até as indústrias têxtil e farmacêutica. Tudo o que é preciso para tornar uma casa habitável para uma família.

Ao não oferecer habitação digna em área urbanizada, ao não colocar todas as crianças nas escolas, ao não oferecer educação de qualidade e em tempo integral, está-se formando uma multidão de vulneráveis expostos a todo tipo de tentação, seja para o crime organizado, seja na alienação do fundamentalismo religioso.

A Caderneta de Poupança, tradicional maneira de economizar das pessoas de média e baixa renda, seja para poder comprar um terreno, construir nele uma casa, comprar um carro usado ou ainda poder viajar nas férias, sempre considerada como a opção mais segura pelo povo e conforma a base do sistema de crédito imobiliário no país. Paga pouco (0,37%/mês) mas é seguro, garantido pelo Tesouro.

A partir de 2014 o sistema começou a apresentar saldo negativo, ou seja, saiu mais do que entrou, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip):

Em bilhões de Reais

O que leva as pessoas a retirarem o dinheiro da poupança? Quem são essas pessoas? Seguramente não são os Armínio Fragas, nem os Paulo Guedes, que são especialistas em especular no mercado financeiro pra enriquecer cada vez mais, à custa da paralisação da produção e do empobrecimento geral da nação.

Não precisa ser economista para perceber que a redução de gastos a que se impõe a administração pública em nada contribui para a reativação da economia. O objetivo dos cortes é pagar os juros e parte da dívida para fazer novas dívidas e ir empurrando com a barriga as soluções que levariam ao desenvolvimento. Pagar a dívida é uma obrigação constitucional. Podem acreditar!

O que leva as pessoas a retirarem o dinheiro da poupança? Quem são essas pessoas?
O arrocho salarial só contribui para a redução da atividade econômica. Com menor salário haverá menos consumo, com menos consumo eleva-se a capacidade ociosa e, consequentemente, a empresa precariza o trabalho, demite, agravando o desemprego e diminuindo o consumo. É um círculo vicioso que só aponta para o agravamento da situação e das tensões sociais e políticas.

Na Argentina, Macri, outro Chicago Boy, congelou os preços de 60 produtos de maior consumo popular — energia, gás, transporte,, pedágio, etc.. Pura demagogia, marketing para reeleger-se, pois logo haverá eleições presidenciais. Sabe que não dará certo.

Lembram de Sarney? As mulheres que foram fiscais naquela época e iam aos supermercados conferir os preços devem se lembrar.

Bom. A questão é que a recessão na Argentina, com arrocho salarial, corte nas despesas e diminuição do consumo, afeta gravemente a economia brasileira. Brasil e Argentina são a base do Mercosul, são parceiros dependentes um do outro. O efeito Orloff já provocou queda de 48% das exportações brasileiras para Argentina só no primeiro trimestre deste ano.

As consequências são mensuráveis

O Banco Mundial, controlado por Washington, não por Moscou nem por Pequim, atenta que a pobreza cresceu de 17,9% para 21%, ou 43,9 milhões de pessoas.

Entre janeiro e fevereiro, o consumo das famílias caiu 5%.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), transformando em templo dos Chicago’s boys, já havia sinalizado que isso ocorreria. Contudo, a solução que oferece é crédito a baixo custo para pagar os credores.

Essa é a estratégia do caos. Desestabilizar a política e a economia para tornar o país ingovernável e então dominar mais facilmente, apropriar-se das riquezas naturais.

O vice-presidente do Donald Trump disse com todas as letras que é isso mesmo. Derrubar o presidente Maduro e junto com os 5% da população que lhes são fiéis apoderarem-se do petróleo. É o que fizeram no Iraque e na na Líbia.


PAULO CANNABRAVA FILHO   São Paulo (SP) (Brasil)   Diálogos do Sul


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