Engatinhando
Considerando somente a operação brasileira, a Oi reverteu no terceiro trimestre tendência de prejuízos registrada desde setembro de 2015, segundo informou a companhia no balanço financeiro divulgado nesta segunda-feira, 13. A empresa reverteu prejuízo de R$ 1,267 bilhão no terceiro trimestre de 2016 para lucro de R$ 218 milhões entre julho e setembro deste ano. No consolidado dos nove meses, apesar de ainda ter prejuízo (R$ 2,920 bilhões), conseguiu a redução em 11%.
A receita líquida total da operação foi de R$ 5,918 bilhões no trimestre, recuo de 4,4%. No acumulado do ano, foi de R$ 17,775 bilhões, queda de 6,7%. Desse total, a maior parte da receita líquida veio de serviços: R$ 5,863 bilhões (queda de 4,7%) e R$ 17,606 bilhões (redução de 6,8%) no trimestre e nos nove meses, respectivamente.
O serviço residencial foi responsável por R$ 2,321 bilhões (recuo de 1%) e R$ 6,902 bilhões (queda de 2,3%) na receita de serviços. Já o de mobilidade pessoal de clientes (exclui aparelhos) obteve receita de R$ 1,761 bilhão (aumento de 0,4%) nos três meses e de R$ 5,222 bilhões (recuo de 0,8%) nos nove meses. A companhia explica que houve queda no volume de recargas do pré-pago, além de cortes de interconexão e redução natural de tráfego de voz. Por outro lado, diz que houve continuidade do crescimento da receita de dados e da TV paga, além de crescimento na receita da base pós-paga de serviço móvel.
Já os serviços B2B mostraram recuos de 12,9% (total de R$ 1,596 bilhão) e de 15,3% (total de R$ 4,926 bilhões) no trimestre e nos nove meses, respectivamente. A queda foi justificada pelo menor tráfego de voz, corte nas tarifas de interconexão e na “lenta recuperação econômica do País, impactando clientes corporativos e governos que procuram reduzir custos, bem como o encerramento das atividades de agências e pontos de vendas”. A empresa destaca que a receita de TI no consolidado de B2B aumentou 18,7% no comparativo anual.
O Capex da Oi no trimestre foi de R$ 1,339 bilhão (aumento de 36,3%), dessa forma atingindo 22,6% da receita líquida em investimentos, contra 15,9% no ano passado. De janeiro a setembro, o Capex foi de R$ 3,794 bilhões, avanço de 11,6%.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) de rotina foi de R$ 1,597 bilhão no trimestre, aumento de 4,1%. E de R$ 4,890 bilhões nos nove meses (aumento de 4,8%). A margem EBITDA de rotina aumentou 2,2 pontos percentuais, ficando em 27% no trimestre. Nos nove meses, foi de 27,5%, avanço de 3 p.p..
Consolidado
O Grupo Oi S.A. consolidado, que considera as operações internacionais, registrou queda de 6,7% na receita no trimestre, fechando o período com R$ 5,964 bilhões, enquanto no acumulado do ano o recuo foi de 8,7%, total de R$ 17,962 bilhões. A companhia reverteu também o prejuízo: de R$ 1,214 bilhão no ano passado para lucro de R$ 8 milhões no trimestre, embora no acumulado de nove meses ainda registre prejuízo de R$ 3,465 bilhões, uma redução de 6,7%. O EBTIDA foi de R$ 1,605 bilhão no trimestre (queda de 2,4%) e de R$ 4,945 bilhões (aumento de 2,1%) no acumulado de janeiro a setembro.
A dívida da companhia aumentou 7,1% no período, fechando setembro em R$ 44,109 bilhões. O caixa disponível aumentou 8,1%, ficando em R$ 7,717 bilhões – a companhia afirma que, desde a entrada em Recuperação Judicial, gerou R$ 2,6 bilhões de caixa. E o Capex avançou 34,1%, encerrando o trimestre em R$ 1,346 bilhão; enquanto no ano foi de R$ 3,847 bilhões (aumento de 9,6%). A Oi afirma ter reduzido custos em R$ 337 milhões no trimestre, acumulando R$ 1,5 bilhão de redução nos nove meses.
Operacional
A Oi encerrou setembro com 62,931 milhões de unidades geradoras de receita (UGRs), uma queda de 7,3% no comparativo anual. Desses, 16,121 milhões eram residenciais (redução de 2,3%); 39,626 milhões de mobilidade pessoal (10,2% de queda); 6,543 milhões de B2B (redução de 1,4%); e 641 mil telefones públicos (queda de 0,4%).
Dos serviços fixos, a telefonia encerrou setembro com 9,465 milhões de UGRs, uma queda de 6,2%. A banda larga apresentou aumento de 0,8%, total de 5,207 milhões de UGRs. E a TV paga cresceu 16,2%, total de 1,449 milhão de UGRs. O ARPU residencial aumentou 5,3% e ficou em R$ 81,1.
A velocidade média da banda larga da Oi ficou em 7,9 Mbps, aumento de 23% no comparativo anual. A participação de UGRs com velocidades a partir de 15 Mbps aumentou 11,1 p.p. e ficou 21,2% no período.
Já no serviço móvel a companhia observou queda de 12,1% na base pré-paga, total de 32,807 milhões de UGRs. No pós-pago, categoria na qual inclui também contas controle, “serviços móveis convergentes” e modems, a Oi avançou 0,3%, fechando setembro com 6,820 milhões de UGRs. No trimestre, a penetração de smartphones aumentou 12 p.p., sendo que a de aparelhos 4G aumentou 20 p.p. no período. O ARPU móvel ficou em R$ 16,1, aumento de 9,9%.
A companhia informou ainda que encerrou o trimestre com cobertura 2G em 3.407 municípios; 1.502 municípios com 3G (aumento de 1,6%); e de 295 cidades com LTE (aumento de 12 p.p.).
Bruno do Amaral, Teletime, 13 de novembro de 2017