Descaso. Essa palavra define o comportamento da operadora Oi para com os trabalhadores terceirizados das empresas Nokia Siemens e Telemont, prestadoras de serviços de reparos e instalações nas plantas interna e externa da operadora, no Espírito Santo. Os locais de trabalho estão sendo precarizados. O calor é a maior das reclamações.
Não bastassem os salários minguados, oriundos de contratos que visam somente reduzir custos, os trabalhadores terceirizados agora penam por ter que desenvolver as atividades sem o menor conforto. Em vários locais de trabalho, o calor é insuportável, pois os aparelhos de ar refrigerado apresentaram defeito e não foram consertados pela gerência da Oi.
O Sinttel tem recebido diversas reclamações, que têm sido comprovadas por meio do visitas e fiscalização feitas, aos locais de trabalho, pelo diretor de Formação, Vanderlei da Vitória.
No início de fevereiro a denúncia partiu de trabalhadores da Telemont que, insatisfeitos com as condições de trabalho em Guarapari, solicitaram uma visita do Sindicato. “Estivemos lá e constatamos que é muito quente. No DG de Carapina (Serra) e também no DG em Guarapari, a situação é semelhante. Agora, a reclamação é dos companheiros da Nókia Siemens, que estão sobrecarregados de tarefas”, conta Vanderlei.
“A situação é crítica há muito tempo, relembra o presidente do Sinttel-ES, Nilson Hoffmann, e a contratante dessas empresas, a operadora Oi, a tudo vê e não faz nada”. Para Nilson, o descaso não afeta, mas beneficia a Oi, pois os contratos de terceirização visam reduzir custos. Quanto menos a Oi gastar na manutenção dos prédios – locais de trabaho dos terceirizados da Telemont e da Nókia -, melhor para ela. Quem está sendo prejudicado?”, perguntou o presidente.
Sobrecarga de trabalho
A Nókia demitiu e reduziu o número de empregados, sobrecarregando os trabalhadores que permaneceram no quadro. Isso vem elevando o tom das reclamações de sobrecarga de trabalho verificada na Nókia Siemens.
A empresa vem demitindo trabalhadores e não contrata outros. “O quadro de pessoal do contrato com a Oi é muito enxuto. Assim sendo, revela Vanderlei, a empresa vem sobrecarregando os empregados que ficaram, pois onde antes havia três técnicos num setor, agora sobrou um, por exemplo”. Segundo ele, a situação enfrentada pelos telefônicos é desgastante e desrespeitosa.
Nilson reitera que essa condição também beneficia a Oi. “Se a terceirizada consegue prestar precariamente um serviço com um quadro mínimo de empregados, mais lucro para ambas as empresas. Quem sofre são os trabalhadores, que são aviltados e explorados, e os consumidores que recebem um serviço e atendimentos de baixa qualidade”, destaca o presidente.
O Sinttel tem levado os problemas para as empresas e exigido que ambas, mais a contratante, respeitem os trabalhadores e melhorem as condições de trabalho. “As denúncias dos telefônicos é vital para que o Sindicato possa atuar”, acentua o diretor Vanderlei.