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O novo plano dos acionistas da Oi: arrumar a casa para vender

20/07/2018 - 12h03 - Sinttel-ES - Tania Trento
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Em processo complexo, novos donos vão injetar R$ 4 bilhões de capital na empresa, enquanto preparam uma venda

Pela primeira vez na história, a problemática companhia não terá acionistas controladores. Uma miríade de fundos e o ex-principal investidor — alguns dos quais estavam em lados opostos em uma batalha na Justiça alguns poucos meses atrás — agora trabalharão juntos para fortalecer as finanças da Oi e prepará-la para uma possível venda ou fusão.

Depois da reestruturação de R$ 64 bilhões em dívida e da conversão dos eurobônus em ações programada para 31 de julho, os novos donos vão injetar R$ 4 bilhões de capital no fim do ano, enquanto preparam a Oi para uma venda procurando aumentar o seu caixa e a sua saúde geral, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto que pediu para não ser identificada, pois a estratégia não é pública.

O Aurelius Capital Management, um tenaz fundo de hedge que desafiou outros investidores durante os 18 meses de recuperação judicial da Oi, ficará com apenas cerca de 2,5% do capital da empresa depois de vender uma boa parte de seus eurobônus no mercado nos últimos seis meses, disseram três pessoas familiarizadas com o assunto.

Enquanto isso, a GoldenTree Asset Management, a York Capital Management Global Advisors e a Solus Alternative Asset Management se tornarão os maiores acionistas da Oi, com participações entre 7% e 9% cada, de acordo com cálculos feitos por pessoas familiarizadas com o assunto.

A Pharol SGPS, atualmente a principal acionista, com 22% de participação, terá cerca de 7%. Estima-se que a Brookfield Asset Management fique com cerca de 4%.

A reestruturação da Oi foi uma maratona de batalhas entre acionistas, credores e o governo desde que a maior operadora de telefonia fixa do Brasil entrou com pedido de recuperação judicial em junho de 2016. A administração, algumas vezes apoiada pelos detentores de eurobônus, e o conselho, controlado pelos acionistas brigaram abertamente. E os esforços para se negociar com 30.000 pequenos credores levaram ao maior processo de mediação da história.

De acordo com o plano de recuperação aprovado em dezembro, a empresa tem até 31 de julho para converter R$ 32 bilhões em títulos internacionais em ações e novas dívidas. Depois disso, a dívida da empresa com os detentores de eurobônus será reduzida em cerca de 84%, para R$ 5 bilhões, segundo uma pessoa a par do assunto. A Oi também tem até 20 anos para pagar mais R$ 32 bilhões em empréstimos bancários, multas e impostos atrasados ​​para a Anatel, a reguladora de telecomunicações do Brasil.

O plano de reestruturação da Oi “aponta potencial para vantagens substanciais para os detentores de títulos que optam por participar tanto da troca quanto do aumento de capital”, disse a Exotix Partners LLP em um relatório em 25 de julho no qual muda a recomendação dos eurobônus da Oi, de manutenção para compra.

Os novos acionistas não terão pressa de vender a empresa e preferem se concentrar em obter o melhor preço possível, disse a pessoa, acrescentando que a Oi atrairia ainda mais pretendentes se uma nova lei para o setor de telecomunicações do Brasil fosse aprovada. Mas essa legislação para mudar regras desatualizadas de telefonia fixa e para focar em infra-estrutura de banda larga e móvel está parada no Congresso por mais de 18 meses.

Durante o longo processo de recuperação judicial, investidores como o financista egípcio Naguib Sawiris, fundos como TPG Capital e Elliot Management Corp e empresas como a China Telecom Corp mostraram interesse em adquirir a Oi, disseram pessoas na época. Operadoras locais como a Vivo Participações SA, de propriedade da Telefónica SA, também podem estar interessadas em “ativos específicos” da Oi, disse Eduardo Navarro, presidente da Telefônica Brasil SA, em uma teleconferência com jornalistas na quarta-feira.


 Por Fabiola Moura e Cristiane Lucchesi, da Bloomberg  access_time 26 jul 2018, 08h28


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