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MR Tel/Vivo improvisa alojamento para trabalhadores

06/11/2017 - 17h43 - Sinttel-ES - Tania Trento
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É uma casa sem conforto, sem fogão, mesa, cadeiras. Falta roupa de cama, toalhas, utensílios de cozinha como copos, pratos, talheres, produtos de limpeza e higiene pessoal. Sobra calor e sujeira.

O Sinttel-ES já cobrou da MR Tel Telecomunicações Eireli -ME, prestadora de serviços para a Operadora Vivo (Telefônica Brasil) e está analisando que medidas tomar diante das denúncias dos trabalhadores sobre condições inadequadas de um alojamento no bairro Jardim América, em Cariacica-ES.

Em seus relatos, os trabalhadores denunciam que desde o dia 16 de outubro um grupo deles foi deslocado de Guarapari para atuar nos municípios de Cariacica e Vitória. Porém, em vez de serem hospedados em hotéis, a MR TEL/Vivo alugou uma casa para alojar todos eles. E improvisou um alojamento, onde estão “morando” há três semanas, sem as mínimas condições de privacidade e conforto.

Os problemas são muitos. A casa não oferece nenhum conforto. “O que encontramos foram apenas beliches, colchões e mais nada. No primeiro dia não sabíamos como fazer para jantar. Decidimos ir à padaria lanchar, pois não tinha janta no local. No dia seguinte o supervisor levou 2 pizzas e 2 refrigerantes. Só no terceiro dia  é que apareceu a janta, a geladeira e o filtro de água”, disseram os trabalhadores.

 

O Sinttel-ES fez contato com a empresa e foi dito que na segunda-feira, dia 30/10, seriam entregues outros equipamentos, mas sem precisar quais e de que tipo.

O fato é que a casa não dispõe até o momento de TV, mesas e cadeiras, fogão, ar-condicionado. Os trabalhadores se viram com ventiladores para enfrentarem o calor que nesta época já é grande e, ainda, precisam trazer a roupa de cama e de banho, já que a empresa nem isso oferece. Limpeza da casa? Os trabalhadores têm que fazer.

Além disso, eles dividirem os beliches em quatro pessoas num mesmo quarto, pequeno. Alguns preferem dormir em colchões jogados no chão em outro quarto para terem um pouco de privacidade.

A MR Tel/Vivo disse que oferece almoço e janta. Os trabalhadores contam que a janta chega em marmitas, mas que já tiveram que dividir  duas pizzas com refrigerantes entre 10 trabalhadores. Já o almoço é pago com o tíquete fornecido pela empresa, como faz para os demais trabalhadores. E isto vem gerando um outro problema: vários deles usam o benefício do auxílio-alimentação para comprarem alimentos para casa já que, como moram e trabalham em Guarapari, conseguiam almoçar em casa. Agora, dizem os trabalhadores, muitos não têm sequer dinheiro para almoçar já que o tíquete foi gasto com a compra do mês para a família.

Quem reclamou sofreu punição

Para piorar, existem relatos de que aqueles que reclamaram das péssimas condições foram punidos pela MR Tel/Vivo com advertência e suspensão de vários dias de trabalho, tornando a situação mais dramática, reduzindo o salário que já é uma miséria. Já teve até demissão por causa desta situação, disseram.

Por que a MR Tel/Vivo contratou técnicos que residem em Guarapari, para trabalhar em Guarapari, e os trouxe  para trabalharem em Cariacica e Vitória? Os empregados contam que já houve suspensão (punição) pelo fato de não conseguirem localizar determinado endereço, pela dificuldade de não conhecerem bem a região.

Outros pontos que foram relatados pelos trabalhadores contratados para trabalharem para a MR Tel/Vivo em Guarapari:

  1. Depois de dois meses, tem trabalhador que não recebeu o aluguel do carro;
  2. A MR Tel/Vivo não paga o Adicional de Periculosidade;
  3. A MR Tel/Vivo ainda não forneceu nenhum contracheque;
  4. Não houve treinamento e capacitação para a execução das atividades de instalação dos serviços oferecidos pela Vivo. Alguns, não sabemos quantos, foram levados para Cachoeiro de Itapemirim para aprenderem com outro instalador;
  5. Segundo relato de um trabalhador, a MR Tel/Vivo não aplicou os cursos de NR 10 e NR 35 para estes trabalhadores contratados em Guarapari, e eles já fazem atividades em postes, próximas às redes elétricas e atividades em altura.

Portanto, exigimos que a MR Tel/Vivo respeite os direitos dos seus contratados, acabe com este alojamento improvisado e coloque os trabalhadores em hotéis com um mínimo de conforto e privacidade, além de sanar todos os problemas que vem causando, atitudes que atentam contra à dignidade humana.

Cabe ressaltar que a Lei da Reforma Trabalhista ainda nem entrou em vigor, mas MR Tel e a Vivo já dão mostras de como pretendem tratar os trabalhadores.

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