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Morte de trabalhador da Oi expõe abandono a que estão submetidos os empregados no estado de Rondônia

12/09/2014 - 14h55 - Sinttel-ES - Tania Trento
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Há algum tempo o Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações do Estado de Rondônia – SINTTEL vem reiteradamente denunciando o abandono pelos quais passam os trabalhadores da Empresa OI no Estado.

Desde a primarização (contratação direta) da planta interna, quando a empresa absorveu os trabalhadores da área técnica que mantêm equipamentos de Comutação, Transmissão, energia e infraestrurura funcionando, estão em sua maioria desasistidos. Não há preocupação com as saúde e condições de trabalho dos trabalhadores. Prova disso é que passados mais de um ano estes técnicos ainda não foram submetidos a exames periódicos.

O adoecimento e os acidentes de trabalho são tratados com indiferença. A empresa não dispõe de Técnico de segurança do trabalho em Rondônia, acidentes de trabalho são atendidos a distância. Não são abertos os Comunicado de Acidente de Trabalho – CAT e nem tão pouco os trabalhadores recebem apoio nestas horas, existem evidencias de sub notificação dos acidentes de trabalho.

Mesmo com trabalhadores contratados em todo Estado de Rondônia a OI não dispõe de SESMT. Na capital a CIPA, que poderia dar apoio e apontar irregularidades, fora constituída apenas no prédio onde fica a administração, estritamente para cumprir a legislação. Não existe política para vistoriar outros locais de trabalho em Porto Velho Tampouco no interior.

O sistema de metas impõe jornadas de trabalho abusivas, por conseguinte, os trabalhadores trabalham sob pressão por resultados e cumprimento destas, no entanto as condições de trabalho não são as adequadas. Os locais de trabalho não dispõem de higiene (limpeza), banheiros e água potável. A frota de veículo não tem ar-condicionado. Os técnicos têm de viajar longas distâncias em estradas de barro, no calor de mais de 40 graus.

A morte, dia 28 de agosto de 2014, do Trabalhador Geferson Menezes, Técnico de energia que trabalhava no Interior do Estado, Município de São Miguel, atendendo a várias localidades próximas, sempre sozinho EXPÔS ainda mais estas discriminações e falta de apoio pela qual passa a área técnica em Rondônia. Mesmo trabalhando em área de risco a OI não realizou os exames periódicos previstos em lei e que deveriam acontecer antes de um ano da contratação.

Era do conhecimento de todos que o trabalhador viajava desacompanhado para atender as diversas localidades, ficava sempre de sobreaviso e, estava sendo submetido a uma pressão diária para atender aos chamados de defeitos e cumprir metas abusivas.

Certamente estes fatores acabaram por ocasionar o seu adoecimento, vindo o mesmo a óbito. Tal quadro poderia ter sido evitado se a Empresa tivesse o cuidado necessário com o seu bem maior, o trabalhador. Há de se avaliar a possibilidade de ter havido morte súbita.

Sabe-se que existe um trabalhador que adquiriu leishmaniose. Há a necessidade de avaliar as circunstancia que aconteceu a contaminação. – Será que não foi em alguma estação que estão sempre mal cuidadas, sujas com urinas e fezes de morcegos, ratos e baratas.

Especificamente no caso do trabalhador que veio a falecer, acredita-se que se os exames periódicos tivessem sido realizados dentro do prazo, a sua doença teria sido diagnosticada a tempo e ele poderia estar entre os colegas e familiares realizando o tratamento necessário para sua cura.

Após a fatalidade mais uma ferida foi exposta: – à falta de assistência dispensada por parte da empresa em momentos como este. Apesar da preocupação da Oi em se manifestar em nota que prestou toda a atenção dispensada, o que não condiz com a realidade.

Familiares contaram com o apoio dos colegas de trabalho, já que a empresa quando contatada informou que “quem deveria cuidar do acionamento do seguro funerário e assistência eram os familiares”. Em uma hora dolorosa como esta o apoio, seja ele jurídico, social, psicológico ou assistencial não fora dispensado pela OI. Nem mesmo uma ligação, uma palavra de conforte, os familiares receberam.

A sensação para os que estiveram acompanhando todo este processo é a de abandono. Ficou evidenciado que em horas como estas não se têm a quem recorrer a não ser aos colegas próximos. Todos os companheiros de trabalhado ficaram indignados com o tratamento dado pela OI local.

A política de assistência implantada pela empresa, uma das maiores operadoras de Telecomunicações do país, para casos como este ou em acidentes e adoecimento é falha, e deixa a desejar. A Oi hoje só entra em contato com seus trabalhadores para fazer cobrança de metas.

A situação anda tão precária que trabalhadores além de adoecerem estão pedindo demissão pelas péssimas condições e pelos baixos salários. Agora se pergunta: – Se a empresa trata desta forma seus trabalhadores imagine como são tratados os clientes?. Muitos têm de esperar mais de 10 dias para terem suas reclamações atendidas.

Para evitar danos ainda maiores à saúde do trabalhador o Sindicato solicitou a empresa providências o mais urgente possível, mais a resposta veio em um sonoro “silêncio”. Então o SINTTEL pediu apoio ao ministério público para fazer diligencia e verificar essa desatenção.

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