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Debaixo de chuva

Manifestantes saem às ruas em defesa da Previdência

22/03/2019 - 17h48 - Sinttel-ES - Tania Trento
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Nilson Hoffmann, Jandira Abranches, Alessandro Mamedi, Paulo Moura (chapeu), Reginaldo Biluca – todos/as representantes dos/as trabalhadores/as no setor de telecomunicações

A Frente Brasil Popular e todas as centrais sindicais do País (CUT – CTB- CSB — CSP – – NTSC – UGT Força Sindical – Intersindical), convocaram os/as trabalhadores no  Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência a protestarem contra a Proposta de Emenda Constitucional que muda terrivelmente a Previdência Social.

Em Vitória, na manhã desta sexta-feira, mesmo debaixo de uma chuva fina, centenas de trabalhadores e trabalhadoras metalúrgicos, previdenciários, eletricitários, professores, jornalistas, bancários, portuários, rodoviários, domésticos, vestuário, construção civil, petroleiros, servidores públicos, rurais, vigilantes, entre muitos outros, marcharam da Pracinha de Jucutuquara, passando pelas Avenida Vitória e Jerônimo Monteiro, até o Palácio Anchieta.

Um ato público foi realizado ao final do movimento, pedindo ao governador Renato Casagrande e aos 10 deputados federais e 2 senadores que não aprovem essa reforma, que é muito ruim para a classe trabalhadora, mas, principalmente, para as mulheres.

A passeata recebeu muito apoio dos pedestres, dos funcionários das lojas e, principalmente, dos motoristas dos carros que passavam e buzinavam. Teve até uma chuva de papel picado, feita por trabalhadores que não puderam deixar o trabalho para estar na manifestação, demonstrando que discordam da proposta do governo.

O Sinttel-ES esteve na caminhada com toda a sua diretoria liberada e aposentados, representando cerca de 10 mil trabalhadores capixabas, entre técnicos de rede externa, de telefonia, de call center no setor de telecomunicações que serão atingidos de forma cruel pelas mudanças propostas  pelo Governo Bolsonaro. A maioria não conseguirá se aposentar.

Veja como a proposta de Bolsonaro mexe com a aposentadoria do povo brasileiro

Aposentadoria aos 65 anos para homens e 62 anos para as mulheres

Hoje: Combina idade e tempo de contribuição: 95 anos para homens e 85 anos para mulheres.

Como será: Para receber integral tem que combinar 40 anos de contribuição ao INSS + 65 anos de idade (homens) e 62 anos (mulher). Com 13 milhões de desempregados e 34 milhões de informais que não contribuem para o INSS, a aposentadoria integral acaba.
E o cálculo leva em conta todas as contribuições. Antes, dispensava 20% das menores contribuições. Ou seja: Se você conseguir a aposentadoria integral, o valor será ainda menor.

Aumentou o tempo de contribuição

Hoje: para se aposentar por idade, o tempo mínimo de contribuição é 15 anos.

Como será: 20 anos no mínimo

A mulher é a mais prejudicada

Hoje: a mulher se aposenta com 30 anos de contribuição sem idade mínima, ou por idade com 15 anos de contribuição.

Como será: A mulher só se aposentará aos 62 anos com 20 anos de contribuição. Isso é cruel na medida em que a mulher tem dupla, tripla jornada de trabalho. A reforma não leva em consideração isso.

Trabalhadora Rural perde ainda mais

Hoje: a idade mínima é de 55 anos.

Como será: passa para 60 anos

Acaba com o Segurado Especial

Hoje: o agricultor paga o INSS por 15 anos de acordo com o que ele produz.

Como será: vai pagar 20 anos independente se produzir. Isso praticamente acaba com a aposentadoria rural.

Servidores públicos vão pagar mais

Hoje: Servidores públicos contribuem com 11%, inclusive na aposentadoria.

Como será: 14% de contribuição. Isso é confisco de salário.

Idosos e deficientes vão ganhar menos

Hoje: Aos 65 anos Idosos e Deficientes sem renda, recebem um salário mínimo, como benefício de prestação continuada (BPC).

Como será: vão cortar o benefício para menos da metade do valor. Só receberá 1 salário mínimo quem tiver 70 anos.

A pensão por morte vai diminuir

Hoje: O/a viúvo/a recebe a pensão integral do companheiro/a que morreu.

Como será: o benefício será reduzido a 60% do valor da pensão.

Abono Salarial (PIS) será reduzido

Hoje: Quem ganha até 2 salários mínimos recebe o PIS (Abono de um salário)

Como será: O abono será devido a apenas quem ganha até 1 salário.

Isso não tem nada a ver com a aposentadoria, mas Bolsonaro enfiou na Reforma e 94% dos que recebiam o PIS não vão mais receber.

Ataque ao Magistério

Hoje: Professor/a não tem idade mínima. São 55 anos e 30 de contribuição (homens) e 50 anos e 25 de contribuição (mulheres).

Como será: O tempo de contribuição aumenta para 30 anos e a idade mínima passa a ser de 60 para todos. Professora trabalhará 10 anos a mais

Privilégios continuam

Hoje: Os militares tem privilégios como por exemplo pensões para filhas que não casarem

Como será: Continuam os privilégios, pois os militares não foram incluídos na Reforma.

Pedágio

Bolsonaro diz que a reforma não prejudica quem está perto de aposentar.

MENTIRA. Tem, sim, um pedágio muito caro, de 50% do tempo que falta para se aposentar.

Retira direitos da Constituição

O texto da PEC 06/2019 retira direitos que serão detalhados depois, como a capitalização e a questão dos rurais.

Como será: Esses detalhamentos serão feitos por projetos de Lei e, no congresso, Bolsonaro precisaria de menos votos para aprovar.

Os pobres vão pagar a conta

Bolsonaro quer economizar 1 trilhão e setenta e dois bilhões de reais com a reforma

De onde vai sair? Do Regine Geral, do Abono do PIS e do BPC. Ou seja, 84% dos trabalhadores aposentados do Regime Geral recebem até 2 salários mínimos; o Abono do PIS é pago para quem ganha até 2 salários mínimos e o BCP para quem ganha menos ainda: 1 salário minimo.

A armadilha

Bolsonaro vai obrigar o/a trabalhador/a a ingressar no Regime de Capitalização

Hoje: nosso regime é solidário com contribuição do governo, do trabalhador e do empresário. Tem um benefício mínimo e o aposentado recebe até morrer.

Como será: Na capitalização, o trabalhador contribui sozinho e o benefício acaba quando acabar a poupança que ele fez e não até morrer.

 

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