38,8 milhões de informais
Redação SinttelRio 02/10/2019
Apesar de o nosso país ter atingindo o maior contingente de pessoas trabalhando (93,631 milhões – isso não quer dizer empregados), no trimestre encerrado em agosto, as contribuições feitas ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) atingiram o menor patamar (62,4%) desde 2012, revela recorte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dia 27.
A alta taxa de desemprego (11,8%), apesar de ter se estabilizado, ainda atinge 12,6 milhões de trabalhadores e trabalhadoras, e a taxa informalidade (41,4% da população ocupada) registrou no trimestre encerrado em agosto um total de 38,8 milhões de brasileiros trabalhando sem direitos, sem proteção e sem ganhar o suficiente para contribuir para a aposentadoria.
A queda no percentual de trabalhadores(as) contribuindo com o INSS, revelada pelo IBGE, comprova as previsões feitas pela CUT e outras entidades sobre o aumento do trabalho precário.
“No futuro próximo teremos uma legião de trabalhadores sem direito a benefícios previdenciários que poderiam garantir uma sobrevivência com o mínimo de dignidade, tanto na hora de se aposentar, quanto nas emergências de saúde, quando precisam do auxílio-doença ou quando se acidentam gravemente e se aposentam por invalidez”, conclui Vagner.
Os trabalhadores hoje na informalidade são obrigados a fazer mais de 12 horas de trabalho e estão, por exemplo, nos aplicativos de transportes como Uber, Cabify, 99, nos aplicativos de entrega de restaurantes, tais como Uber Eats, Ifood, Rappi e outros.
Estão vendendo quentinhas, doces, fazendo jornadas absurdas, ganhando mal e sem direitos. Entre os motoristas de aplicativos, tem desempregados, aposentados e trabalhadores de vários setores, inclusive do setor de telecomunicações, que aproveitam parte do tempo pós-jornada para complementar renda. Bolsonaro adora essa informalidade. Ele é contra o registro em carteira e contra os direitos trabalhistas.
Além da reforma aprovada por Temer, ele fez uma minirreforma e está acabando com mais direitos. Ele acha, segundo suas próprias declarações “um absurdo um empresário ou um patrão se desfazer de bens para pagar dívidas trabalhistas”. Absurdo, na nossa opinião é quase metade da população ativa estar hoje na informalidade sem qualquer direito.