Ladeira Abaixo
O jornal Valor produziu matéria que base nas estatísticas e previsões do IBGE de que Indústria Nacional não só estagnou como vem caindo e não se recupera mais este ano. O setor sofre com o crime ambiental da Vale na tragédia de Brumadinho (MG) em que morreram mais de 300 pessoas e fez cair a produção de minerais. A Matéria no entanto, não traz uma posição clara das demais atitudes do Governo Bolsonaro sobre a economia, como o aumento da inflação, do desemprego que está no patamar de 15 milhões de trabalhadores/as.
A reportagem é de Bruno Villas Bôas | Valor RIO
RIO – (Atualizada às 11h44) Após meses de desaceleração da produção e os fracos resultados de março, a indústria brasileira não mostra mais sinais de recuperação, disse André Macedo, gerente da coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Recuperação está fora do escopo”, disse ele.
Conforme os dados divulgados nesta sexta-feira, a indústria chegou a março com uma bateria de números negativos. A produção do setor recuou 1,3% frente a fevereiro deste ano e 6,1% na comparação ao mesmo mês de 2018.
Pelo indicador acumulado em 12 meses, a produção teve queda de 0,1%, a primeira baixa desde agosto de 2017. Segundo Macedo, a perda de fôlego da indústria foi iniciada no segundo semestre de 2018 e é explicada por uma bateria de fatores conjunturais. Ele citou, por exemplo, a falta de confiança de investidores e famílias para tomada de decisões; o elevado nível do desemprego; a redução das exportações para a Argentina; o rompimento da barragem de Brumadinho (MG).
“O que temos neste momento na produção industrial é um perfil disseminado de queda, em qualquer base de comparação”, disse ele “Para uma retomada do setor, existem fatores que precisam ser revertidos, como incorporação de trabalhadores ao mercado, reduzindo o nível de desemprego, e a melhora na confiança do empresariado”, disse. Brumadinho.
O rompimento da barragem em Brumadinho (MG), no fim de janeiro, pensou novamente no resultado da produção da indústria extrativa nacional – a indústria extrativa apresentou queda de 1,7% de fevereiro para março. O segmento inclui a produção de petróleo e de minério de ferro, mas foi a mineração que pesou. Em fevereiro, a produção da indústria extrativa já havia apresentado queda de 15,7% em relação a um mês antes. “A paralisação da produção não se limitou àquela unidade específica, outras unidades também foram interrompidas”, disse Macedo.