O governador Paulo Hartung determinou a redução do quadro de funcionários do Ciodes (190) e Disque-Denúncia (181). A medida gerará o desemprego de cerca de 45 teleatendentes no call centers do Ciodes e de 13 no Disque-Denúncia. Isso significa uma redução no atendimento aos pedidos de socorro da população em cerca de 75 mil chamadas no Ciodes e em 16.250 ligações para o Disque-Denúncia por mês.
Para o Sinttel-ES, além da perda dos postos de trabalho, os trabalhadores que ficarem vão sofrer ainda mais a pressão e o stress emocional da atividade, uma vez que terão que fazer o trabalho de quem foi demitido. “Essa mudança vai piorar o atendimento e as condições de trabalho no Centro, pois é humanamente impossível absorver todas ligações sem reduzir a qualidade do serviço que é altamente estressante emocionalmente, causando doenças psicológicas e faltas ao trabalho”.
O Ciodes emprega, aproximadamente, 200 trabalhadores que operam o teleatendimento (190), divididos em 4 turnos durante 24 horas. A redução de 25% é um turno de trabalho, explica o presidente do Sinttel-ES, Nilson Hoffmann, destacando a demanda de 10 mil ligações diárias que o Centro recebe e que são repassadas às Polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros e Guarda Municipal de Vitória.
“No Disque-Denúncia (181) não será diferente. Serão aproximadamente 13 posições de atendimento que ficarão vazias, sobrecarregando ainda mais os teleatendentes que permanecerem. E a população, que ajuda na elucidação de crimes, ficará muda em 540 ligações diárias”, disse Nilson.
Ao Sinttel-ES preocupa muito a situação dos trabalhadores, pois eles são contratados através de empresas terceirizadas. No Ciodes a empresa contratada é a Multlimp, e os empregados estão sujeitos ao rígido tratamento militar, recebendo ordens diretas de oficiais da PM. Também não recebem, por parte da Secretaria de Segurança Pública nenhum apoio psicológico para suportar a pressão e o stress dos pedidos de socorro em situações de extremo perigo e desespero.
No call center do Disque-Denúncia são em torno de 50 teleatendentes, empregados da empresa INACTU.
Tudo isso corrobora para o aumento das doenças ocupacionais, a pressão e o assédio moral dentro dos call centers e precariza o atendimento do Estado a todos os capixabas.