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Devo, pago quando puder

Hallen oferece acordo inaceitável para ex-trabalhadores

08/11/2022 - 18h50 - Sinttel-ES - Tânia Trento | Jornalista | Reg. Prof. 0400/ES
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“Devo não nego, pago quando puder”. É assim que a Hallen trata os ex-trabalhadores que ela demitiu, mas não pagou as verbas rescisórias.

Não houve acordo na audiência do dia 4/11, na 2ª Vara do Trabalho de Vitória, no processo 0000785-88.2022.5.17.0002 em que o SINTTEL-ES cobra da Hallen Instalações de Equipamentos de Telecomunicações e da Fibria Telecom, prestadoras de serviços para a TELEFONICA VIVO, a quitação de verbas rescisórias de 68 ex-trabalhadores, que ela demitiu sem quitar os direitos trabalhistas.

A Hallen, por meio do seu representante, Evandro Siqueira Nunes, ofereceu acordo para pagamento das verbas rescisórias, da multa do art. 477 (um salário base do empregado) e da indenização compensatória de 40% para os trabalhadores e trabalhadoras que ainda não receberam e que não tenham ingressado com ações judiciais até o dia 30/11/2022. Ele também propôs pagar o FGTS até 31/01/2022.

O representante da Telefônica Vivo não concorda com sua responsabilidade na ação de pagar, caso a Hallen não pague.

Diante desses posicionamentos, o SINTTEL-ES não concordou com o acordo proposto pela Hallen por considerar que não há garantia do pagamento. Não é a primeira vez que a Hallen propõe acordo e não cumpre. Também não concordou que a Vivo saia do processo, porque não se a Hallen não pagar os ex-empregados a Vivo tem que assumir a dívida de sua terceirizada. A Hallen repetida vezes  atrasou salários, o tíquete alimentação, a produção, aluguel dos carros agregados para os empregados atuais.

O calote

Tanto a Hallen, quanto a Fibra vêm causando enormes prejuízos aos ex-trabalhadores. O principal e mais absurdo é o desligamento sem pagar as verbas rescisórias devidas, como salário, férias e 13º salário proporcionais e o FGTS.  Até os menores aprendizes tomaram calote. São 60 trabalhadores da Hallen Telecom e oito da Fibra Telecom que estão elencados nas ações coletivas contra as empresas. E a contratante Vivo, faz vista grossa para essas arbitrariedades.

Além de não receber os direitos garantidos por lei, esses ex-trabalhadores ficaram impedidos de ingressar no seguro desemprego, por exemplo. Depois, com a intervenção do SINTTEL-ES a empresa liberou a chave para o benefício. Mas o calote continuou sem poderem sacar o FGTS.

O SINTTEL-ES vinha tentando resolver a questão dialogando com empresa desde o mês de Março. Foram inúmeras as reuniões buscando uma solução para os pagamentos, inclusive no Ministério Público do Trabalho. Até um acordo foi proposto com parcelamento em 6 vezes. A intensão do SINTTEL-ES era que a empresa pagasse, porque todos sabem da morosidade da Justiça brasileira.

Mas não teve jeito.

A Hallen embromou, arrastando o problema e deixando os/as ex-trabalhadores/as em situação cada vez mais difícil.

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