Por culpa da GVT, cerca de 40 trabalhadores e suas famílias, sendo 11 capixabas, não tiveram Natal. Desde setembro a Alou Telecom, que presta serviços à GVT, não paga os salários de seus empregados. A GVT a tudo assiste sem tomar qualquer providência, embora venha sendo cobrada pelos Sinttel RJ e ES.
As negociações entre o Sinttel-ES e o gerente de RH da GVT, Jorge Cabral começaram em novembro, quando alguns trabalhadores da Alou Telecom procuraram o Sindicato para relatar que estavam sem salários. A empresa é terceirizada da GVT e, segundo informações dos empregados, quebrou e não está mais prestando serviços à GVT.
Até semana passada, tudo caminhava para a que a GVT quitasse as dívidas rescisórias da sua contratada. Porém, na tarde desta quinta-feira (22), a GVT voltou atrás e afirmou que não vai mais pagar os salários atrasados desde setembro, mais os benefícios como auxílio alimentação, vale transporte, horas extras, etc. “Nos próximos dias, o Sinttel vai acionar o departamento jurídico para tomar todas as medidas judiciais cabíveis, uma vez que pela via negocial não houve avanço”, disse o presidente do Sinttel-ES, Nilson Hoffmann.
Nas conversas com os sindicatos, a GVT assumiria pagar as verbas rescisórias mais os salários dos meses de setembro e outubro. Os trabalhadores chegaram a receber o Aviso Prévio, em outubro, porém a Alou Telecom não efetivou o pagamento das verbas referentes à rescisão dos contratos, cujo valor beira os R$ 70 mil. “O que é R$ 70 mil para uma empresa como a GVT?”, pergunta Nilson.
“Não é a primeira empresa, contratada da GVT, que fecha as portas e deixa os trabalhadores no prejuízo. No ano passado, a Heygeo Empresa de Administração e Serviço, também prestadora da GVT, quebrou e deixou 53 pais de família sem salários. O Sinttel ingressou com uma ação judicial em maio de 2010 que tramita até hoje. Um claro indício claro que o tipo de contratação não é dos melhores, escolhendo empresas sem a menor garantia e competência para manter o contrato e honrar o compromisso com os trabalhadores”, destaca o presidente do Sinttel-ES.
MÁ FÉ
Ao se ver sem serviços para executar, conforme suas próprias justificativas, desde setembro a Alou mandou que os trabalhadores ficassem em casa e aguardassem seu chamado. Desde então, não paga os salários, tudo com a conivência e omissão da GVT, que age como se não tivesse nada a ver com a situação.
Para o Sindicato, trata-se de absoluta má fé da empresa. Tão logo tomou conhecimento do absurdo, o Sinttel RJ e ES procuraram a Alou para discutir a situação. Só que a empresa, espertamente, já havia se mudado do Rio. Desde então os Sindicatos exigem da GVT o pagamento dos salários devidos aos empregados já que, como contratante, a empresa é co-responsável pelos trabalhadores. No primeiro momento a GVT se comprometeu a resolver o problema. Disse que ia rescindir o contrato com a Alou, pagar as verbas rescisórias e fazer as rescisões de contrato de trabalho de todos os trabalhadores. Não foi o que aconteceu.
PROMETEU E NÃO CUMPRIU
Para surpresa do Sindicato, a GVT voltou atrás no compromisso assumido e passou a dizer que a Alou tem condições financeiras para assumir o pagamento das verbas rescisórias. A GVT é uma multinacional francesa do poderoso grupo Vivendi. Está entre as grandes operadoras de telecomunicações em atuação no país, apregoa ter responsabilidade social, mas quando age assim pisa feio na bola.