Rede Brasil Atual
De 95 milhões de ocupados em 2013, 55 milhões eram formais. Rendimento médio cresce. Jornada feminina, com trabalho doméstico, supera 56 horas semanais
A pesquisa sobre indicadores sociais divulgada hoje (17) pelo IBGE mostra que o emprego formal atingiu o maior nível em dez anos, superando a metade da população ocupada. De um total estimado de 95,4 milhões de ocupados, 55,3 milhões tinham carteira assinada. O crescimento é de 47,8% em relação a 2004, praticamente 18 milhões de pessoas a mais. No mesmo intervalo, a quantidade de trabalhadores informais, ainda alta (40 milhões), caiu 10,1% (4,5 milhões a menos). O rendimento médio dos ocupados cresceu 43%, para R$ 1.605. Mas os dados revelam desigualdades ainda persistentes.
Como na questão da jornada, por exemplo. Segundo o IBGE, 88% das mulheres ocupadas – 35,7 milhões, de um universo de 44,4 milhões – também tinham afazeres domésticos. Assim, cumpriam jornada semanal de 56,4 horas, 12 horas acima do período legal.
A disparidade entre rendimentos dos homens e das mulheres é maior no setor informal, correspondente a 65%. Em 2013, eles receberam R$ 1.272, em média, e elas, R$ 833. Nos trabalhos formais, o rendimento médio das mulheres (R$ 1.614) corresponde a 75% do recebido pelos homens (R$ 2.146).
O mercado formal também mostra desequilíbrio entre as regiões. No Brasil, 58% dos ocupados tinham carteira assinada no ano passado. Essa proporção variava de 39,7% no Nordeste e 40,2% no Norte a 67,8% no Sudeste, 67,4% no Sul e 61,3% no Centro-Oeste.
Isso também se constata no caso dos rendimentos. Em 2013, aponta o IBGE, o rendimento médio dos ocupados em trabalhos informais (R$ 1.093) correspondia a 57% do recebido pelos formais (R$ 1.921).
O rendimento dos ocupados cresce conforme a escolaridade. No ano passado, quem tinha até quatro anos de estudo ganhava R$ 7,10 por hora, em média. Para quem tinha 12 anos ou mais, esse valor se multiplicava por quatro, para R$ 28,24.