Exploração e desrespeito
A postura antissindical, de exploração e desrespeito aos direitos dos trabalhadores terceirizados do Grupo CLARO são problemas que atingem não apenas as trabalhadoras e trabalhadores do Brasil, mas por todo o continente americano.
Foi com esse entendimento que a setorial das Américas da UNI – organização sindical internacional da qual a Federação LiVRE faz parte – se reuniu no dia 18 de abril com os sindicatos filiados.
A pauta da reunião foi abordada de forma ampla e local e os dois problemas levados pela LiVRE foram acatados pelos demais membros presentes e serão discutidos no México, em nova reunião com o Grupo Claro, coordenada pela UNI.
A terceirização desordenada foi apontada pelo presidente da Federação LiVRE, Luis Antonio Souza da Silva (Sinttel-Rio), como o problema crítico junto a CLARO, pois provoca aumento de passivo trabalhista, passando pelo abandono dos trabalhadores e a quebra e falência das empresas. Tudo por que a CLARO aposta no “menor custo” e na baixa resiliência dos trabalhadores do setor de Telecom, onde empresas fogem de acordos e convenções coletivas em vigor e da representatividade dos Sindicatos (Sinttel).
Um exemplo recente dessa prática aconteceu no ES, com a empresa Azul Mix Telecomununicações contratada da CLARO, abandonou o contrato e deixou 32 trabalhadores sem salários e direitos rescisórios em novembro do ano passado.
Somente agora, no mês de abril /23, ou seja, seis meses depois do abandono é que a Claro topou pagar a dívida (R$ 269 mil), em processo coletivo instaurado pelo departamento jurídico do SINTTEL-ES. Mesmo recebendo hoje os valores rescisórios com juros e correção, o prejuízo para os trabalhadores e trabalhadoras é irrecuperável pelo tempo, transtornos e insegurança causados.
O coordenador da Comissão de negociação da Federação LiVRE na CLARO e presidente do Sinttel-CE, João Cezar Barbosa, ouviu dos demais países presentes que a terceirização desordenada no Grupo CLARO se repete em toda a América. Entretanto, o desrespeito à representatividade dos sindicatos – para eles – ainda persistente, impacta na discussão ou negociação de qualquer outro: desde o México, onde fica a sede da empresa, até a Argentina, onde sequer possui acordo assinado, a CLARO desrespeita suas trabalhadoras e trabalhadores.
A UNI já solicitou uma reunião com o Grupo CLARO, a acontecer na cidade do México, para tratar dessa pauta específica. A participação nessa reunião será motivo de novo encontro da UNI Américas para organização e apresentação da pauta prioritária de reivindicações.