Além da preparação das campanhas salariais em 2015, que se anunciam difíceis e devem ser enfrentadas com uma estratégia unitária nas categorias envolvidas (como já começou a acontecer com os comerciários) e da vigilância constante sobre o andamento das discussões da terceirização, o movimento sindical deve preparar-se para duas grandes lutas conjunturais onde serão testadas sua capacidade de mobilização, sua unidade de ação e o empenho na busca de aliados fora de sua base.
Refiro-me à coalizão entre trabalhadores e empresários para derrotar as medidas provisórias de arrocho e o projeto de lei das desonerações e a articulação de um amplo movimento em defesa dos empregos e dos direitos trabalhistas dos atingidos indiretamente pelo escândalo na Petrobrás e as supressões de trabalho na empresa, nas empreiteiras associadas e em toda a cadeia produtiva.
Ambas as situações guardam entre si relações conjunturais de causa e efeito e merecem ser enfrentadas conjuntamente, guardadas as devidas proporções de urgência, envolvimento e relevância setorial e regional.
Sobre a coalizão, um bom ponto de partida é o balanço do acordo entre trabalhadores e empresários pelo futuro da produção e emprego, o diálogo entre a Fiesp, a CUT, a Força Sindical e os sindicatos de metalúrgicos do ABC e de São Paulo e Mogi, que garantiu inúmeras mobilizações e um grande seminário conjunto em São Paulo, em 2011.
João Guilherme Vargas Netto