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Dissídio Coletivo na BrasilCenter tem audiência

09/08/2016 - 8h42 - Sinttel-ES - Tania Trento
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negocicao-salarialO Sinttel levou o Acordo Coletivo da BrasilCenter para a Justiça do Trabalho. É que durante as reuniões de negociação com a empresa do Grupo América Movil, que é o maior call center do ES, a intenção era não dar reajuste algum para o piso dos/as trabalhadadores/as.  A data base é abril.

Será nesta terça-feira, 9, às 14 horas, a 1ª audiência no processo de Dissídio Coletivo contra a BrasilCenter. Como não foi possível, durante as discussões do Acordo Coletivo de Trabalho 2016/2017, chegar a um consenso, devido à intransigência da empresa quanto aos reajustes do piso salarial, o jeito foi pedir que a Justiça do Trabalho julgue as reivindicações da categoria.

O que é dissídio coletivo?

Os dissídios coletivos são ações ajuizadas no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para solucionar conflitos entre as partes, no caso trabalhadores e empresa, que compõem uma relação de trabalho.

Normalmente a negociação coletiva é confundida com o dissídio coletivo, quando na verdade o que se tenta  é um acordo coletivo. No Dissídio, a decisão de acordo cabe ao Judiciário, pois não houve possibilidade de se chegar a consenso. A ação judicial dos dissídios coletivos apresentam as reivindicações que foram colocadas na pauta de reivindicações, enviada à empresa ainda em fevereiro deste ano.

A proposta da empresa é uma vergonha 

PISO SALARIAL:

O Piso Salarial de R$ 880,00, praticado desde janeiro, não teria nenhum por cento de reajuste. Permaneceria assim até abril de 2017, quando haveria nova negociação.

A empresa ofereceu um abono de R$ 280 como indenização, para os/as empregados/as que recebem o piso salarial de R$880 e não teriam qualquer reajuste. Por que abono ao invés de reajuste? Porque abono é um valor pago, mas que não se incorpora aos salários. Melhor para a empresa e pior para o/a empregado/a, que recebe somente uma vez. No próximo mês voltaria a receber os mesmos R$ 880.

Para os/as empregados/as que recebem além do piso salarial, a BC daria reajuste de 9,91% em duas parcelas sobre os salários de 31/03/2016, sendo uma de 5% em maio de 2016 e o restante em novembro de 2016. Além disso,  também receberiam o abono salarial de R$ 280,00.

Reajuste de Benefícios:

PARA TODOS, Tíquete Refeição, Auxílio Creche e Auxílio Educação Especial SERIAM REAJUSTADOS EM 9,91% , TAMBÉM, em duas parcelas sobre os valores de março/2016: 5% em maio e 5% novembro de 2016.

Os demais itens do acordo permaneceriam inalterados.

SINTTEL não aceita achatar os pisos salariais

Há, nesta negociação, uma estratégia da empresa em achatar os salários, nivelando-os com o Salário Mínimo. Esta sempre foi a vontade da empresa, que agora usa dos argumentos da CRISE política e econômica para SUSTENTAR suas intenções.

E como o governo golpista interino de MiShell Temer quer acabar com a política de reajuste do Salário Mínimo, certamente os salários da maioria dos/as trabalhadoreas/as na BC estariam fadados a não terem qualquer aumento nos próximos anos.

A BrasilCenter é uma empresa do Grupo América Móvil

Criada em 1988 pela Embratel, a BrasilCenter Telecomunicações Ltda, atenderia os clientes dA Embratel. Com a compra da Embratel pela Claro que depois comprou a Net, a BrasilCenter passou a atender clientes do Grupo. E hoje é o maior call center do ES com mais de 2,2 mil trabalhadores/as.

A justificativa de crise da empresa para não reajustar os pisos salariais miseráveis que já paga aos teleoperadores (REPs) não se justifica no caso da BrasilCenter, porque ela não é uma terceirizada, como os demais call centeres.

Por essa razão, BrasilCenter não disputa mercado, pois ela é uma empresa de um grupo, aliás o segundo maior grupo de telefonia do Brasil e o maior da America Latina. O seu negócio principal pode não ser gerar lucro, mas com os seus serviços vai gerar alto lucro para as demais empresas do grupo, e com mão de obra própria.

Apesar de ser o maior call center do Espírito Santo, a BrasilCenter é também a empresa que mais demite. A rotatividade da mão de obra (turner over) chega a 40%. Isso já seria considerado um absurdo se a legislação fosse cumprida e se a empresa levasse a sério a responsabilidade que tem diante da imensa garotada que começa sua vida produtiva nas suas baias.

Mas ainda tem a prática rotineira do assédio moral, com a pressão pelo atingimento de metas e controle das pausas, gerando inúmeras reclamações e custando caro para empresa na esfera da Justiça do Trabalho. E por esse retrato, NÃO E POSSÍVEL IMAGINAR UM ACORDO COLETIVO SEM AO MENOS O REAJUSTE SALARIAL DO ÍNDICE DE INFLAÇÃO!

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