São Paulo – O coordenador de atendimento técnico sindical do Dieese, Airton Santos, comentou nesta segunda-feira (5) em entrevista à Rádio Brasil Atual que a política de valorização do salário mínimo não é importante apenas para os trabalhadores e aposentados que o recebem, mas para os demais salários também.
Segundo o coordenador, o reajuste de 8,8%, em vigor desde 1º de janeiro, que elevou o valor do salário mínimo para R$ 788, representa uma “razoável” massa de recursos injetada na economia e cria um efeito “dinâmico” na sociedade. “Um efeito multiplicador, porque esses recursos vão para as pessoas de renda baixa e voltam diretamente para a economia, como consumo”.
Airton afirma que, juntamente com as políticas de transferência de renda e o esforços do movimento sindical em conquistar aumentos reais, o salário mínimo tem sustentado o mercado interno. “Sua importância é ainda maior, pois faz com que o piso salarial de diversos setores da produção sejam puxados para cima, garantindo um aumento geral dos salários.”
Sobre o aventado risco de revisão das regras de reajuste do mínimo, o coordenador do Dieese diz que qualquer mudança teria de ser discutida no Congresso. “Mas acho que o Congresso não é suficiente para discutir isso. O movimento sindical precisa estar atento e, se necessário, pôr o bloco na rua, porque a gente sabe que tem resistência.”
“Essa conquista não pode ser discutida administrativamente. É uma discussão muito longa, porque foi uma luta árdua do movimento sindical e do trabalhador. O movimento sindical tem que bater o pé e não abrir mão. Não é uma coisa simples e beneficia muita gente”, conclui Airton Santos.
por Redação da RBA publicado 05/01/2015 14:57