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Desrespeito e precarização continuam na Nokia Siemens

30/06/2011 - 7h59 - Sinttel-ES - Tânia Trento | Jornalista | Reg. Prof. 0400/ES
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A falta de profissionais para atendimento às demandas vem causando sobrecarga e precarizando as condições de trabalho. A empresa sonega pagamento de horas extras, diárias, despesas com viagens e até nota fiscal no transporte de equipamentos, o que resultou na prisão de um empregado por uma semana.

O dia de trabalho dos empregados da Nokia Siemens é desafio: podem chegar em casa no final do expediente, ou ir passar algumas noites no xadrez. Foi o que aconteceu com um técnico que transportava equipamentos sem nota fiscal de Minas Gerais para o ES. A vitima, não aguentou a pressão e a humilhação, pediu contas e foi embora do emprego.

Se isso é gravíssimo, imagina conviver com a pressão das chefias, que ameaçam de demissão quem não topar fazer os serviços nessas condições. Nem precisa dizer que além de passar por um stress constante, o que já configura assédio moral, os trabalhadores não suportam mais driblar os problemas que viraram rotina.

O Sinttel, no Canal de Voz nº 644 de 01/04/2011, denunciou as péssimas condições de operação na Nokia Siemens. Fez reunião com a empresa e pediu providências urgentes para que os empregados não continuem sendo prejudicados. “Pelo jeito, nada foi resolvido e pior, disse o presidente do Sinttel, Nilson Hoffmann, pioraram onde já não tinha como ficar pior. Um exemplo é o que vem acontecendo no prédio da Rua do Rosário. Os trabalhadores continuam tendo que comprar o café, fazendo a famosa ‘vaquinha’ diária”.

As denúncias estão sendo encaminhadas para o Ministério Público do Trabalho (MPT-ES) e para a Superintendência Regional do Trabalho (antiga DRT, hoje SRTE) objetivando provocar uma fiscalização desses órgãos e a aplicação de sanções.

Se os fiscais da SRTE fossem à empresa hoje, veriam que só há um técnico para atender todos os 78 municípios do ES, durante o fim de semana. Esse técnico – um ser onipresente – é responsável por tudo o que acontece durante o plantão. E não adianta reclamar que a empresa paga esse trabalho como sobreaviso, quando na verdade é plantão presencial e o valor pelas horas extras deveriam ser maiores. O trabalhador que está de “sobreaviso” tem de ficar de olho o tempo todo no celular, porque as demandas chegam através do aparelho. E ele precisa ficar logado direto, muitas das vezes sem cumprir o intervalo legal (IL).

A desfaçatez da Nokia Siemens em não pagar horas extras corretamente, também acontece quando o técnico, ao resolver um problema que demande mais tempo, ultrapassa as duas horas extras diárias. Como ele não pode lançá-las todas no sistema no dia em que as horas são trabalhadas, a alternativa e ir lançando as horas nos dias seguintes. Acontece que o procedimento – que é irregular – acaba dando outro prejuízo ao empregado, que não recebe o tíquete alimentação por ter feito mais que as duas horas extras.A lista de reclamações é enorme.

Há ainda dezenas de outras arbitrariedades praticadas e que já foram relatadas à Silvia, a gerente de RH da Nokia Siemens. Para o Nilson, todos os procedimentos adotados pela Nokia Simenes “parecem” ter o aval da própria contratante, no caso a OI. “Não dá pra entender que os serviços não sejam precários diante da falta de mão de obra e das péssimas condições de trabalho praticadas pela Nokia Siemens. Os trabalhadores se desdobram pra fazer os atendimentos, mas internamente os boatos que correm é que não há qualidade, devido a todos esses problemas”.

VEJA QUE O ROLL DAS IRREGULARIDADES CHEGA AO LIMITE DO TOLERÁVEL:

Não ressarcimento de despesas de viagem, em caso de emergência;

Nem sempre tem dinheiro em caixa para as viagens programadas;

Não lança as horas extras laboradas além das 2 horas diárias limitadas pela CLT;

Paga plantão presencial como sobreaviso que é 1/3 do valor da hora normal; Falta mão de obra suficiente para atendimento às demandas;

Só há um técnico para todo o ES no final de semana;

Ameaça e assédio moral para quem não aceitar fazer os plantões;

A empresa adota turnos diferenciados de trabalho: um normal, durante o dia (horário comercial) e outro que tem duas escalas fixas de trabalho de 22h às 6h e de 6h às 13h e de 13h às 23 horas, esta última veio para suprimir o excesso de horas extras. Mas, como a empresa não contrata mão de obra, a turma do dia acaba sendo sobrecarregada. A empresa usa os auxiliares técnicos para fazer o trabalho dos técnicos, inclusive o plantão. Eles se expõem aos riscos, mas não recebem os adicionais de periculosidade ou de insalubridade como os técnicos recebem;

As diferenças salariais entre profissionais é gritante. Tem auxiliar técnico recebendo um salário bem superior ao técnico;

Para o trabalho fora, que precisa de viajar, o técnico só tem direito a alimentação (janta) se ele pernoitar no local. Se quiser jantar tem que pagar do próprio bolso. Até a água nessas situações tem de ser comprada pelo empregado;

Não têm uma ajuda de custo que inclua todas as despesas. Os trabalhadores tiram do bolso para viajar a serviço da empresa;

Transporte de equipamentos entre Minas Gerais e Espírito Santo sem a devida documentação, expondo os trabalhadores à fiscalização e tendo que responder à polícia, por irregularidades que a empresa comete.

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