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Depois de demitir 2 mil trabalhadores, Oi pede recuperação judicial

21/06/2016 - 9h25 - Sinttel-ES - Tania Trento
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Foi com muita preocupação e insegurança que os trabalhadores receberam o pedido de recuperação judicial da Oi, a maior operadora em telefonia fixa do país e a quarta em telefonia móvel, com cerca de 70 milhões de clientes e também com a maior dívida: 65 bilhões de reais. Afinal, o que acontecerá com os/as empregados/as?

O presidente, empossado há 10 dias, Marco Schroeder, que acumula a diretoria de finanças da empresa, enviou comunicado aos/às empregados/as informando a decisão e criando um canal de comunicação transparente para que as dúvidas, tanto de clientes como dos “colaboradores”, fossem sanadas internamente, já que a notícia poderia não repercutir bem na mídia. “Essa iniciativa reforça nosso compromisso de transparência na comunicação com os nossos colaboradores”, escreveu.

Ainda no comunicado, ele destacou que “o mais importante nesse momento é que a gente entenda que a recuperação judicial é uma medida estabelecida na legislação brasileira que permite que a Oi se proteja e a gente continue com toda a nossa operação normal e ao mesmo tempo busque uma solução para a nossa estrutura de capital que, como já falamos, está impactada pelo alto endividamento”.

Schroeder quis passar tranquilidade para os empregados quando afirmou no comunicado que “ vamos continuar normalmente prestando os nossos serviços, com o intuito de conquistar novos clientes, realizando vendas em todos os canais de distribuição e atendimento”.

Destacou que “as atividades de instalação, manutenção e reparo continuarão sendo desempenhadas prontamente, assim como vamos manter normalmente todas as obrigações trabalhistas e benefícios atuais aos colaboradores.

Segundo ele, “na prática, o nosso dia a dia na empresa não muda: o foco continua sendo entregar os projetos que nos comprometemos para realizar o orçamento aprovado, e consolidar o plano estratégico baseado em digitalização, convergência, dados e controle de custos”.

E concluí: “Mais do que nunca eu conto com cada um de vocês para manter o foco na transformação da companhia. Contem comigo!”. Esses foram os pontos principais do comunicado interno.

Pois é! Hoje, diante dessa situação difícil, a direção da Oi conjuga os verbos na terceira pessoa: NÓS.

Mas, vamos falar sério: o endividamento da Oi é reflexo de má gestão, inclusive para com os “colabores” e, principalmente, com os clientes. Estratégias erradas fizeram da Oi o que ela é agora: uma empresa cheia de problemas e que vai ter que mudar muito para conseguir tirar o pé da lama.

E não adianta falar em NÓS, quando sabe-se que os ACIONISTAS, só pensam, só dizem EU. A Claro está na mão dos Mexicanos, a Vivo na mão dos Espanhóis e a Tim dos Italianos e todos levam os dividendos dessas operadoras para fora do nosso país. A Oi é genuinamente brasileira, e agora ganha a chance de se recuperar.

Entendendo o Pedido de Recuperação Judicial

Para os que não estão inteirados sobre o que representa um pedido de recuperação judicial,se trata de uma medida para evitar a falência de uma empresa quando ela perde a capacidade de pagar suas dívidas. Abordada no capítulo três da Lei de Falências e Recuperação de Empresas (LFRE), de 2005, a recuperação judicial visa permitir que a empresa mantenha sua produção, o emprego dos trabalhadores e os interesses dos credores (que querem ser pagos), “promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica”, diz a lei.

A partir de agora a Oi precisa apresentar um balanço mensal para prestar contas ao juiz e aos credores sobre o andamento da empresa. Um administrador judicial nomeado pela Justiça funcionará como intermediador entre a empresa, credores e a Justiça. E caso o acordo não seja cumprido pela empresa o juiz decreta sua falência. Isso resultaria em prejuízo para empresas e até mesmo o governo brasileiro, que ficariam sem receber os pagamentos devidos.

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