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Depois de 14 horas de reunião, Oi e Sindicatos chegam a uma proposta

09/12/2011 - 8h01 - Sinttel-ES - Tânia Trento | Jornalista | Reg. Prof. 0400/ES
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Campanha Salarial 2011/2012 na Oi: os lados cedem e o entendimento saiu depois de muita discussão. O reajuste não é dos melhores, mas compensa o que a inflação corroeu dos salários de todos os empregados, sem discriminação das faixas salariais, execeto os cargos executivos.

Para compensar o não pagamento do programa de participação nos resultados (Placar), empresa se viu obrigada a recuar de sua ideia de cortar duas conquistas importantes: o tíquete extra e o auxílio à transição profissional.

Após diversos contatos ao longo desta semana, que culminou com um dia inteiro de reunião, em São Paulo no dia 7/12, os principais Sintteis do país e a diretoria da Oi chegaram a um entendimento em torno da renovação do acordo coletivo de trabalho. Os sindicatos vão convocar assembleias em todos os Estados para levar a proposta discutida com a Oi e submeter a avaliação da categoria.

Histórico de persistência e luta

“Não foi uma tarefa fácil”, disse o presidente do Sinttel Rio e coordenador das negociações com a Oi, Luiz Antônio. Segundo ele, a reunião final durou quase 14 horas, sem falar das várias outras realizadas durante a semana. “Mas, finalmente, o bom senso prevaleceu e um entendimento foi possível. Evidente que, como quase em todo acordo, os dois lados tiveram que ceder para se chegar a um denominador comum”.

Para ele, a empresa se viu obrigada a recuar de ideia de cortar duas conquistas do atual acordo: o tíquete extra e o auxílio à transição profissional; bem como de só reajustar os salários de uma parte dos trabalhadores. “Se a empresa declinou em suas intenções, os trabalhadores também tiveram que engolir um sapo e dos grandes, que foi o não pagamento do programa de participação nos resultados, o Placar, lamentou Luiz Antônio.

Perdemos, ganhamos?

“O cenário durante toda esta campanha salarial foi o pior possível”, disse o presidente do Sinttel-PE, Marcelo Beltrão, que compôs a comissão de negociação da Fenattel. “Desde os números ruins da empresa neste ano, ao fato da nova diretoria ter radicalizado no orçamento e em cortar custos para realizar os investimentos necessários para retomar o crescimento, a ‘tesourada’ iria atingir duramente os trbalhadores. Por isto, a Oi queria cortar o tíquete extra e o reajuste salarial deveria ser abaixo do índice do INPC (a inflação), limitado a uma parte dos empregados. Sem falar do tíquete que só aumentaria R$ 0,50”, destacou Marcelo.

Para o presidente do Sinttel-PE, da proposta original da Oi até esta apresentada (abaixo), houve uma evolução que foi duramente conquistada. Um trabalho de formiguinha, que só foi possível com o apoio dos trabalhadores espalhados por todo país. As diversas manifestações ocorridas, de abaixo-assinados a participação nos fóruns da intranet, passando pelos atos em frente à empresa e o uso de roupas como protesto, a presença da Fenattel. “Tudo isto ajudou para que pudéssemos chegar a uma proposta cnstruída com a empresa, coisa que durante todo mês passado parecia impossível”, lembra o dirigente.

Bastidores

Marcelo contou que na primeira reunião de negociação só houve bate-boca e o clima esquentou de tal forma que quase descamba para as vias de fato, até o dia 7, quando estabeleceu-se um clima mútuo de boa vontade e de busca de uma solução comum, com muito esforço e dedicação. “Ao final, construímos uma proposta que se não é a melhor do mundo – e não é! – nos permite avançar em pontos importantes e garante a manutenção de todas as cláusulas do atual acordo”, afirma o dirigente.

Para o presidente do Sinttel-ES, Nilson Hoffmann, assegurou-se um reajuste que zera a inflação (6,7%) para todos os empregados, sem discriminação das faixas salariais, ficando de fora apenas os cargos executivos. Os tíquetes (R$ 22) foram aumentados bem acima da inflação anual. O auxílio creche (R$ 320) e o auxílio medicamento (R$ 910) também.

O programa de medicamentos de doenças crônicas foi melhorado. O tíquete extra ao invés de ser cortado, foi aumentado (R$ 425). A antecipação de metade do 13º salário de 2012 foi assegurada e mais um abono compensatório de meio salário. “Portanto, se não tivemos retrocesso e ainda avançamos em alguns itens importantes, só podemos concluir que obtivemos um resultado positivo, garante o Hoffmann.

Agora, cabe aos trabalhadores avaliar a proposta construída, participando das assembleias que ocorrerão em todo país na próxima semana. Como sempre, a presença e a participação serão fundamentais!

A proposta

– 6,7% de reajuste salarial para todos os trabalhadores, exceto executivos;

– Tíquete de R$ 22,00 – 10% de reajuste;

– Tíquete Extra: R$ 425,00; que será pago em até 5 dias úteis, abrangendo, inclusive quem goza férias e licença maternidade;

– Auxílio creche: R$ 320,00 – reajuste de 6,7%;

– Auxílio medicamento R$ 910. – 7,1% de reajuste;

– Auxílio excepcional: R$ 780,00;

– Adiantamento de metade do 13º de 2012 e abono compensatório de meio salário que serão pago em até três dias após a assinatura do acordo;

– Discutir a questão do Placar 2012 até 28/02/2012.

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