Condições subumanas
Trabalhadores da cidade de Santos/SP foram trazidos para o Estado para cabear fibra ótica para a Operadora Vivo. Porém, as empresas quarteirizadas Silvana Telecom e Taf Telecomunicações subcontratadas da TEL Telecomunicações – que é contratada da VIVO-, hospedaram 14 técnicos em duas casas, no bairro de Itaparica, sem a menor condição de habitabilidade. Quartos sem ventilação, sem camas, sem limpeza, sem fogão, sem geladeira, etc. Uma das casas era um hotel para cães.
O diretor de RH da Vivo, Márcio Aparecido foi acionado e, após ver as fotos do local, se comprometeu em levar os trabalhadores para um hotel, porém, no sábado eles viajaram para Santos. Nesta quinta-feira, dia 07, o Sinttel fará uma vistoria nas casas juntamente com o representante da Tel Telecomunicações. “Não dá pra deixar trabalhadores naquelas condições”, desabafou Vanderlei.
O presidente do Sinttel-ES, Nilson Hoffmann, informou que os técnicos ganharam uma semana de folga e viajaram de avião para Santos, devido aos feriados do Carnaval. Mas a Vivo já está sabendo que os técnicos não podem voltar para os alojamentos, até que a empresa contratada faça modificações e forneça condições dignas de moradia.
A denúncia chegou na quinta-feira, dia 28/02, pelo WhatsApp do Sinttel-ES. Áudios e vídeos anônimos mostravam as precárias condições em que estavam alojados os cabistas que vieram de São Paulo para fazer o GPON – cabeamento de fibra ótica para a implantação de internet de alta velocidade (100, 200, 300 e até 500 Mbytes) da Operadora Vivo, na Grande Vitória.
Os diretores do Sinttel-ES Reginaldo Biluca e Vanderlei Rodrigues estiveram nas casas, um de frente para a outra, no bairro de Itaparica, em Vila Velha.
Biluca contou que uma quitinete abrigava 4 trabalhadores. Na outra casa havia outros 10 empregados. Na quitinete não há janela, ou seja, não tem ventilação, nem ar condicionado. Na casa, a situação é bem pior. Não há camas, somente colchões espalhados pelo chão. Também não havia ar condicionado, somente precários ventiladores. Um dos áudios enviados, revela que o fogão e a geladeira foram emprestados pela dona da casa alugada.
A situação se agrava, porque os trabalhadores saem às 7h45 e só voltam à noitinha. Não há serviço de faxina que mantenha o alojamento limpo. Nem lavanderia para lavar os uniformes e roupas pessoais. São os próprios trabalhadores que fazem tudo: limpeza, comida e lavagem das próprias roupas. “A máquina de lavar está sem condições de uso”, contou Biluca.
As condições do alojamento são terríveis, indignas e desumanas. Tudo foi fotografado e será levado ao Ministério Público, caso a Vivo não resolva a situação dos empregados de suas contratadas.