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PEGADINHA

Comunica não reajusta salários para retirar direito do Acordo Coletivo

13/04/2021 - 13h16 - Sinttel-ES - Tânia Trento | Jornalista | Reg. Prof. 0400/ES
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O SINTTEL-ES convoca os/as trabalhadores da Comunica Brasil e Comunica Soluções (ex-Inactu) para uma reunião online, nesta quarta-feira (14), às 19 horas, para esclarecimentos diante da pegadinha que as empresas tentaram fazer na negociação do acordo coletivo deste ano.

As empresas resolveram não aplicar o reajuste nos salários e nem nos benefícios dos/as 410 trabalhadores/as, aprovado em assembleia, nos dias 25 e 26 de fevereiro deste ano. Na negociação realizada com a empresa, as cláusulas discutidas e aprovadas pelos/as empregados/as foi:

Tudo corria bem até o momento do registro do Acordo Coletivo de Trabalho no Sistema Mediador do Ministério da Economia (antes era o Ministério do Trabalho). Ao ser enviado para que a empresa assinasse o documento, ela se recusou, alegando que o Sindicato não modificou a o parágrafo 1º da cláusula do Auxílio-Alimentação, que diz:

Paragrafo primeiro: Em caso de licenças, atestados e demais faltas justificadas, nos termos da lei, durante até os primeiros 15 dias de afastamento/ausência as empresas não deixarão de fazer o pagamento do auxílio-refeição respectivo a este período.

O presidente do SINTTEL-ES, Nilson Hoffmann, é quem negocia com a Comunica desde 2015, quando foi firmado o primeiro Acordo Coletivo. Segundo ele, em nenhum momento essa cláusula foi discutida em reunião de negociação com o diretor, Fábio Rocha e, muito menos, apresentada qualquer modificação para que os/as empregados/as avaliassem na assembleia online que aprovou a proposta da empresa.

A empresa alega que enviou a mudança da cláusula numa minuta e que o Sindicato não leu. Porém, durante as reuniões, a empresa não se manifestou sobre o que queria modificar na cláusula, permaneceu calada.

É uma situação muito estranha, pois em qualquer negociação coletiva um dos princípios é a boa-fé. A impressão que dá é que a empresa pensou que o Sindicato não vendo, o direito dos/as trabalhadores/as seria suprimido sem que eles soubessem e ai a culpa recairia sobre o SINTTEL-ES. Uma rasteira, literalmente.

Mas não colou.

Com a negativa da empresa, o SINTTEL-ES tentou com o diretor uma nova negociação, pois a empresa queria que o Sindicato fizesse nova assembleia. O Sinttel não fará assembleia para retirada de direito, a não ser que a empresa compense com alguma outra vantagem, como por exemplo, oferecer um reajuste para o tíquete-alimentação, que nesta negociação foi zero.

Não houve acordo. A empresa quer retirar o benefício e pronto.

O presidente do SINTTEL-ES fez um vídeo com esclarecimentos para os/as trabalhadores/as, uma vez que a empresa vem responsabilizando o Sindicato pelo não cumprimento do que foi aprovado na assembleia

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