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A festa é dos trabalhadores

Comemoração dos 50 anos do Sinttel-ES será virtual

27/08/2020 - 17h26 - Sinttel-ES - Redação do Sinttel-ES
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O Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do ES -Sinttel-ES está completando 50 anos, neste mês de agosto, e a comemoração – o parabéns – será virtual. No dia 31, segunda-feira, às 19 horas haverá um encontro virtual, na plataforma Zoom, podendo acolher até 100 convidados.

A inscrição para participar desse encontro que terá bolo, velas e balões coloridos pode ser feita pelo Whats App, através do numero  5527988896368. Nós mandaremos o link uma hora antes do inicio do encontro

Coronavirus atrapalhou as comemorações

Com a pandemia, não foi possível colocar o projeto de história e memória do Sinttel-ES relembrando os fatos marcantes da luta pela garantia e ampliação dos direitos dos trabalhadores telefônicos, pois era assim que a categoria era chamada tempos atrás.

Então, só restou pegar o depoimento de dezenas de ex-diretores, ex-funcionários, trabalhadores aposentados e atuais que, em vídeos, que foram relatando os momentos marcantes da vida desse sindicato, que tem na transparência e combatividade  marcas registradas. Veja vídeo do ex-diretor Wilson Leão

Trajetória

A data de fundação do Sinttel-ES é 14 de agosto de 1970, quando a associação dos trabalhadores se transformou em Sindicato. Foi uma necessidade, pois a associação só representava os seus sócios e o Sindicato representa toda a categoria. O Sindicato começa sua trajetória numa época muito dura, com cerceamento das liberdades, censura política e cultural, tortura, mortes e desaparecimentos de quem se atrevia a enfrentar os militares.

Como muitos sindicatos, o Sinttel-ES não tinha uma atuação política de resistência e combatividade contra a exploração dos trabalhadores. Era mais assistencialista, conforme o regime ditatorial.

O novo sindicalismo surge no ABC paulista, com a greves e grandes assembleias dos metalúrgicos, dirigidos por Luiz Inácio Lula da Silva. Muitos sindicatos foram tomados por oposições sindicais e nasceu a Central Única dos Trabalhadores, a CUT. Com o Sinttel não foi diferente.

Surfando na onda dos protestos e das greves, em 1985,  últimos anos da ditadura, assumiu o Sindicato companheiros e companheiras que deram outro rumo à luta dos trabalhadores telefônicos. Veja vídeo do ex-presidente Eurides Selim

Porém, foi nas eleições de 1990 que a Oposição Avançar conquistou a direção do Sindicato, pois havia perdido a anterior.

O Grupo Avançar era pró-CUT e tinha a participação de Paulo Antônio de Moura; Tânia Mara Vieira da Costa; Heraldo Gonçalves Fogos; Nilson Hoffmann; Carlos roberto Elisei; Josias Augusto de Souza; Iedma Maria N. de almeida; Antônio Carlos Rodrigues; Antônio Carlos  Fanchiotti; Agenor soares Dutra; João Francisco Moreira; Lutero Bianco; Telmo Tarcízio Simonetti; Joanes Braz Tavares;  José Luiz Leão; Jandyra  Alcântara; Augusto Feltmann, Alderico Lourenço; Ivaneti Simões; Rosângela  Santana; Danilo Kruger Velten; Oscar Teixeira Pedracini; Esmael machado Cruz e Irson Pedro Barbosa. Dessa diretoria do Grupo Avançar, ainda permanece no Sindicato o atual presidente, Nilson Hoffmann.

Foi com essa direção que o Sinttel realizou o seu primeiro congresso. Veja vídeo do presidente do SinttelRio, Luis Antonio.  e também do ex-diretor  do Sinttel Augusto Feltmann

A partir dessa gestão, o Sinttel-ES enfrentou muitas batalhas. A primeira foi contra a quebra do monopólio das telecomunicações proposta pelo Governo Collor. Diretores do Sinttel-ES visitaram todos os municípios do Estado, conversando com os prefeitos e atores políticos locais sobre os problemas que a privatização do setor iria causar. Veja vídeo do ex- diretor Paulo Moura 

Em 1998, o Governo FHC (ven)deu as empresas de telecomunicação e privatizou o setor de telefonia no Brasil. Este foi o momento mais difícil vivido pelo Sindicato nos seus 50 anos.

Veja vídeo da ex-jornalista do Sinttel Kiki Givigi

Foi um divisor de águas que fez o sindicato mudar sua atuação, diante das milhares de demissões e do surgimento de muitas empresas terceirizadas e do teleatendimento (call centeres).

A categoria telefônica foi muito prejudicada com a privatização do Sistema Telebrás. Os salários foram reduzidos drasticamente para os trabalhadores terceirizados, quarteirizados. A precarização do trabalho e dos locais de trabalho foi brutal, diante da eliminação dos postos de trabalho nas antigas empresas estatais de telefonia. Aqui, no ES, tínhamos a Telest. Veja vídeo do ex-diretor do Sindibancários, Mauro Rezende.

Na mão de empresários, surgiram as atuais operadoras e com elas todas as mazelas. Também surgiram os teleatendimentos, que empregam milhares de jovens trabalhadores com salários muito baixos e em ambientes de trabalho que causam muitas doenças. Neste setor, a luta do Sinttel junto com os demais sindicatos telefônicos, a CUT e outras instituições, conquistou algumas vitórias como as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho, impondo regras para utilização de mobiliário ergonômico, jornada de trabalho reduzida e pausas durante a jornada, para evitar o adoecimento dos/as trabalhadores/as.

A privatização obrigou o Sinttel-ES a enfrentar suas consequências. A partir da virada século, o Sinttel-ES vem conseguindo, com muita transparência, fazer convenções coletivas e dezenas de acordos coletivos com as prestadores de serviços nas operadoras, telefonistas, operadores de rádios chamadas, teleoperadores de call centers e empresas de cobranças e com as operadoras Oi, Tim, Vivo, Claro e Algar. Recentemente vem negociando para os trabalhadores nas empresas provedoras de serviços de internet. Sempre preservando os salários, a renda, os benefícios, buscando melhores condições de salário e vida para a categoria. Veja video do diretor do Sinttel-ES Alex Ferreira

Durante os governos do Partido dos Trabalhadores (2003-2016) com Lula, até o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, os trabalhadores viveram momentos de ganhos salariais e melhorias nas condições de vida, devido às politicas implantadas pelo governo federal que tinham como objetivo a redução da pobreza, através dos programas sociais do Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Luz Para Todos, entre outros, e de  inclusão social como o Fies, Pró-Uni e Pronatec na área da educação.

A categoria telefônica foi beneficiada com isso, pois os acordos e convenções negociados pelo Sinttel tiveram ganhos importantes.

A Intolerância

O golpe político institucional que tirou a presidenta do poder, assumindo o seu vice Michel Temer, é o capítulo mais vergonhoso da nossa história política. Acusada de praticar uma manobra contábil, as chamadas “pedaladas fiscais”, contra ela não foram levantadas quaisquer suspeitas de enriquecimento ilícito ou aproveitamento do cargo em benefício próprio.

Mas a Dilma não foi levada a julgamento por isso. As manifestações de rua em 2013 contra seu governo, orquestradas por defensores dos mais diversos interesses, muitos deles espúrios, levantavam bandeiras anti-corrupção porém alimentavam-se de ódio e intolerância.

Parte da população, acostumada historicamente a usufruir dos mais amplos privilégios, nunca aceitou dividir espaço com a camada mais pobre, destinada, em sua invisibilidade, a manter-se apenas como uma espécie de reserva técnica de mão de obra desqualificada. As poucas, mas importantes, mudanças nesse quadro, patrocinadas pelos governos petistas, fermentaram uma reação de ódio e intolerância.

A Operação Lava Jato, o juiz Sérgio Moro e procuradores do Ministério Público Federal atuaram para criminalizar o PT, como o partido mais corrupto do país, levando Lula à prisão da Polícia Federal, em Curitiba, sem provas e acabar com a industria nacional. Hoje a Lava Java está sendo questionada sobre sua atuação alinhadas aos interesses de potências econômicas externas, destruindo as empresas nacionais da construção civil, naval e petroleira. A quem interessa acabar com a indústria naval, da construção, com a engenharia civil brasileira que trabalhava nos EUA, na Europa, na África e América Latina?

Ao iniciar em 2014, a Lava Jato – que foi gestada no FBI – ajudou a interromper, junto com outros fatores da crise capitalista, um ciclo virtuoso de desenvolvimento da economia nacional e inserção de nossas grandes indústrias no mercado global. A estimativa de desinvestimento nos setores que tem empresas alvo da operação, segundo especialistas, é de R$ 146 bilhões e o Estado brasileiro teria deixado de arrecadar em 2017, diretamente pela redução e paralisia desses setores, R$ 10 bi.

Reforma Trabalhista

Em 2017, o desemprego já atingia milhares de trabalhadores e, mesmo assim, o Congresso Nacional aprovou uma reforma trabalhista que fortaleceu as empresas contra os direitos dos trabalhadores, dificultou a proteção da Justiça do Trabalho e tentou asfixiar financeiramente os Sindicatos acabando com a contribuição anual dos trabalhadores. Veja vídeo da advogada Renata Schimidt

Covid-19

O Sinttel-ES não deixou a peteca cair apesar de todos esses ataques à classe trabalhadora brasileira. Chega aos 50 anos com energia, representatividade e compromisso com a manutenção dos direitos, principalmente diante das severas crises sanitária e econômica causadas pelo Coronavírus, que vem paralisando o mundo e transformando o mundo do trabalho. Veja vídeo do diretor do Sinttel-ES Roberto Mattos

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