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Com Lucro de R$ 3,31 Bi, Vivo oferece 6% de reajuste somente para os pisos

16/09/2016 - 20h52 - Sinttel-ES - Tania Trento
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e em Fevereiro 2017!

charge-campanha-salarial-07-02Já a inflação, que corroeu os salários, foi 9,62%.

A maior operadora de telefonia do Brasil veio para a segunda reunião de negociação, ocorrida no dia 14, em São Paulo, sem uma proposta decente.

Foi com escárnio o que se viu e ouviu dos representantes da Vivo. Eles ofereceram 6% de reajuste somente para os pisos salariais e, pasmem, a partir de fevereiro de 2017.

Mas não ficou só nisso. Para os/as demais trabalhadores/as, que são a maioria, nada, ZERO. É preciso lembrar que somente a inflação até a data base – 1º de setembro – foi de 9,62%. Outro fato importante é que essa política de precarização vem desde o ano passado quando também não houve reposição integral da inflação do período, nos salários e benefícios.

O bode está na sala

E quem disse que o que está ruim não pode piorar? É justamente isso que pretende a Vivo para os trabalhadores de campo. Na contramão do mundo, a empresa propõe ampliar de 40 para 44 horas a jornada semanal, para que todos trabalhem aos sábados. E tem mais, quer incluir banco de horas.

charge-campanha-salarial-1609Por que a Vivo não quer reajustar o salário de todos os trabalhadores?

A empresa obteve excelente resultado em 2015, com lucro líquido de R$ 3,31 bilhões. No primeiro semestre de 2016, o desempenho foi o melhor entre as empresas do setor, com crescimento de 42,3% do lucro líquido, atingindo o montante de R$ 1,9 bilhão.

A Telefônica Vivo é a empresa mais bem posicionada no mercado de telecomunicações brasileiro, com resultados positivos e foi eleita a Empresa do Ano de 2016, pela revista Exame, edição de Maiores e Melhores.

Indecente e provocativa

A ganância é tanta, que os negociadores da VIVO ainda propuseram um PDV dentro do Acordo Coletivo. Quer que aceitemos ZERO de reajuste e que avalizemos o desemprego de colegas. A Vivo disse: “para quem for desligado até 31/08/2017 a empresa oferece uma indenização”.

Basta de desemprego! A comissão de negociação dos trabalhadores, representada pela Fenattel que representa os Sindicatos, RECUSOU a proposta, antes mesmo do término da reunião.

A Vivo tem um lucro acumulado de R$ 28 bi. Exigimos respeito e REAJUSTES decentes na mesma proporção de crescimento do seu lucro. A valorização dos/as trabalhadores/as depende exclusivamente da mobilização da categoria. Então, vamos à luta!

Dia 23/09 é Dia Nacional de Luta na VIVO
Vivo é a MAIOR, mas não é a melhor

Pelo menos para os/as empregados!

As reclamações são de que a Telefônica Vivo deixou de ser uma empresa boa para se trabalhar com motivação e satisfação.  Não é mais Telefônica.  Agora ela é GVTista, com uma gestão carrasca de coronel. Precarizam os salários e benefícios – conquistas dos empregados ao longo de muitos anos de luta,  como por exemplo piorar seu melhor benefício em nível nacional, quando numa atitude unilateral mudou o plano de saúde!

Não há razão para precarizar quando a empresa lucra tanto!

A economista da subseção do DIEESE na FENATTEL, Renata Filgueiras elaborou um estudo sobre as condições econômicas da Telefônica Vivo. Os ótimos
resultados não são divididos com os “colaboradores”.

Sinttel-ES — Receita líquida – Vai bem na Vivo. O que isso significa: cresceu, continua crescendo? Isso favorece a negociação para os trabalhadores?

Renata — Sim, a receita cresceu e isso sempre é positivo. Comparei os dois últimos anos, pois é o mais importante para a negociação na data base.

Sinttel-ES — Custos operacionais – quanto menor, melhor para a empresa, não é?

Renata — Sim, quanto menor, melhor. Mas crescer um pouco não significa, necessariamente, algo ruim. A empresa pode aumentar os gastos com publicidade e isso gerar mais receita no futuro; então significa que, mesmo aumentando os custos, isso gerou uma receita maior. Os custos operacionais têm relação direta com o resultado do Ebitda, pois este indicador é calculado pela diferença entre receita e custos operacionais. Então, se os custos são menores, o Ebitda cresce.

Sinttel — Despesa com pessoal – Em 2015 a Vivo gastou R$ 3,54 bilhões com pessoal. Isso representa pouco mais de 12% no custo operacional. Há uma margem de negociação para valorizar os trabalhadores?

Renata — A Vivo tinha, em 2014, 18.419 empregados. Com a compra da GVT saltou para 33,8 trabalhadores/as. Hoje já reduziu para pouco mais de 29 mil. Mas isso não fez aumentar a despesa com pessoal que desde 2014 representa 12% do custo operacional.

Sinttel — EBTIDA – Esse dado é indicador de que a empresa está em ótima fase?

Renata — O Ebitda, representa a capacidade da empresa em gerar riqueza com sua atividade. A Telefônica Vivo teve desempenho positivo do Ebitda em 2015 e também no 1º semestre de 2016, com crescimento significativo de 3,4% e 13,7%, respectivamente.

Sinttel-ES — Lucro líquido – Podemos dizer que os trabalhadores da Vivo estão enchendo as burras da empresa? Ou que “nunca, na história da telefonia privada no Brasil, uma empresa lucrou tanto?”

Renata — É possível afirmar que a empresa tem um lucro acumulado nos últimos 5 anos de R$ 21,8 bilhões e é a empresa com maior lucro líquido do setor.

Sinttel-ES — Investimentos – Significa que a empresa está realmente pensando no futuro, ou ainda é pouco diante do seu potencial?

Renata — Os investimentos da empresa totalizaram R$ 37,3 bilhões nos últimos 5 anos. E correspondem a 19,7% da receita líquida em 2015. É expressivo, mas está abaixo do percentual médio de investimento de setor, que ficou em 21% em 2015.

Sinttel-ES — Dívida Liquida sob controle. Dá para fazer uma comparação com outras empresas?

Renata — A relação entre Dívida Líquida e Ebitda é um indicador importante da saúde financeira das empresas. Veja o caso da Oi, cuja dívida é quase 5 vezes o valor do Ebitda. A Vivo tem uma das melhores taxas no setor e isso contribui para sua boa saúde financeira e capacidade em honrar com seus débitos.

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