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Má gestão

Claro é a única responsável pela paralisação na LG2

09/05/2018 - 15h47 - Sinttel-ES - Tânia Trento | Jornalista | Reg. Prof. 0400/ES
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O pagamento atrasado, tíquete alimentação fornecido a conta-gotas, extrato de FGTS e INSS zerados, sem um centavo depositado, e a transferência dos empregados para outra empresa que ninguém sabe o que é e como é. Essa foi a motivação que levou os trabalhadores na LG2 a paralisarem as atividades nesta quarta-feira (09/05).

Técnicos da LG2, empresa contratada da Claro, na Serra

Porém, a única responsável pela situação vivida pelos empregados dessa terceirizada é a operadora CLARO, a contrante, que entrega a empresinhas terceirizadas, sem a mínima condição econômica, a execução de serviços de instalação e reparo nas suas redes de telefonia.

“A CLARO contrata mal”, disse a diretora financeira do Sinttel-ES, Rita Dalmásio. Segundo ela, não é primeira vez que uma contratada quebra, deixa os trabalhadores à mercê de nada. “Há um ano, aconteceu a mesma coisa com a Staff, outra terceirizada mequetrefe”, ironizou Rita.

Ao longo de anos, a CLARO vem contratando empresas terceirizadas para fazer seu serviço sem um mínimo de preocupação, responsabilidade e respeito com os trabalhadores que executam seus serviços.  E, não é por falta de aviso, pois o sindicato tem acompanhado de perto o sofrimento destes trabalhadores e constantemente avisado a CLARO da sua co-participação em deixar os trabalhadores numa situação de exploração total, sem pagamentos, sem explicação, sem NADA.

O presidente do Sinttel-ES, Nilson Hoffmann, já fez várias reclamações com a Operadora, através da gerência de Relações de Trabalho. “Em nossas reuniões sempre colocamos nossa preocupação com situações que nós sabemos onde vai chegar. Quando os trabalhadores nos ligam, informando que os salários e tíquete alimentação ou não foram pagos, ou estão atrasados, já nos colocamos na retaguarda, pois certamente são sinais que tais terceirizadas estão para fechar as portas e deixar a dívida com os trabalhadores”, revelou o presidente.

“Elas empregam dezenas de trabalhadores e em seis meses começam a atrasar salários, não depositam o FGTS, o INSS, sonegando, inclusive, a rescisão de contrato, deixando muitos sem receber os dias trabalhados e os benefícios da demissão, como a multa dos 40% do FGTS. É uma grande picaretagem”, afirma Nilson Hoffmann.

Para  Rita, uma empresa do porte da CLARO deveria ter uma “gestão” eficiente. “Mas não é isto que presenciamos ao longo de anos. Sinceramente não sei o que pensar destes contratos. Às vezes me parece uma empresa fantasma, laranja ou sei lá o quê,  pois não conseguimos entender tamanha irresponsabilidade perante tantos pais de família que colocam sua mão de obra à disposição sem ter as garantia trabalhistas”.

Já faz tempo que na CLARO, mais precisamente a antiga NET, empresa que foi comprada e incorporada ao Grupo, assim como na Embratel, que prestadoras de serviço, sem nenhuma condição de operar, são contratadas. São vários os exemplos em que o Sinttel-ES teve de intervir, ir para a Justiça coletivamente para sanar os prejuízos sofridos pelos empregados.

Para Alessandro Mamedi, o que está acontecendo na LG2 é de fácil solução. “A responsabilidade por todos prejuízos sofridos pelos trabalhadores terceirizados na CLARO, empregados das prestadoras, é da operadora que não fiscaliza os contratos, não exige a apresentação das certidões negativas do INSS e do FGTS, onde devem ser depositados o que é descontado nos contracheques dos trabalhadores, somado à parte que a empresa deve contribuir. Além de não pagar a parte delas, ainda ficam com os valores descontados dos salários dos empregados, apropriando-se indevidamente do dinheiro dos empregados”, explica Mamedi.

Mamedi conta que os ex-trabalhadores da Staff estão na eminência de serem ressarcidos dos prejuízos porque – mesmo com a indiferença de alguns que, à época, preferiram buscar assistência jurídica particular, o Sinttel-ES entrou com uma reclamação judicial coletiva contra a contratante (Grupo Claro) e a Operadora vai pagar tudo o que a Staff sonegou: salários de março de 2017 e verbas rescisórias. A CLARO quis fazer um acordo para os trabalhadores que estão na ação coletiva do Sinttel-ES, excluindo os que têm ação judicial particular.

“Nós já ligamos para todos os trabalhadores que estão na ação, pois a CLARO vai pagar a dívida da falida Staff”, afirmou Mamedi.

 

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