Manifestantes percorreram algumas ruas do centro de São Paulo até a Superintendência Regional do Trabalho
São Paulo – Como parte do dia nacional de paralisações e mobilizações contra as reformas trabalhista e da Previdência, centenas de trabalhadores protestaram em frente à Superintendência Regional do Trabalho em São Paulo, na região central da cidade, que representa o Ministério do Trabalho na capital paulista. Para os trabalhadores, o momento é de intensificar a pressão contra as propostas e, mesmo que sejam aprovadas no Senado, a luta deve prosseguir em todas as frente possíveis.
Para o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, a mobilização nacional está repercutindo positivamente, demonstrando que as centrais sindicais querem mudanças, mas que as reformas prejudicam os trabalhadores. “A proposta está sendo votada. Se perdermos no Senado, temos que buscar outros passos, lutar pelo veto, por medida provisória. Vamos exigir posição do ministro do Trabalho. O importante é continuar buscando soluções até o final do jogo, na prorrogação, não importa. E um dos pontos mais importantes é manter a mobilização dos trabalhadores nas ruas, porque sem isso não vamos conquistar nada”, afirmou.
Os sindicalistas argumentam que houve dificuldades em manter as paralisações, como no caso da greve geral do dia 28 de abril, por conta das pesadas multas impostas aos sindicatos e pressão dos governos em todas as esferas. Além disso, avaliam que tiveram dificuldade em levar à população informações sobre os prejuízos causados pela reforma trabalhista, já que a campanha do governo e de parte da imprensa em defesa da proposta tem sido intensa.
Entre muitos gritos de “Fora, Temer” e contras as reformas, o secretário de Políticas Sociais da CTB, Rogério Nunes, ressaltou que não se pode esquecer quem são os maiores beneficiários das reformas. “Temos de dar um recado não só para os governantes, mas também para os empresários. Não aceitaremos que tirem direitos do povo”, afirmou .
“O governo está acabando com o país de várias formas”, afirmou o secretário-geral da CGTB, Carlos Pereira. “A primeira é pelo roubo que esse governo Temer vem praticando, tanto que já está até denunciado (por corrupção passiva, pela Procuradoria Geral da República). E agora quer tirar direitos dos trabalhadores, fazer o povo pagar a conta do que eles fazem”, afirmou.
“Nós não tivemos capacidade de conscientizar adequadamente os trabalhadores do nosso país da perda de direitos decorrente da reforma trabalhista, como o fim da homologação, a terceirização, o trabalho intermitente, a mulher grávida trabalhando em locais insalubres, a negociação individual dos direitos. Isso tudo é gravíssimo. Mas, com certeza, não descartamos continuar com as nossas mobilizações, dialogar com os trabalhadores e parar o Brasil para impedir esse retrocesso”, avaliou o presidente da UGT, Ricardo Patah.
Na mesma linha, o presidente da Federação Nacional dos Comerciários, Luiz Carlos Motta, defendeu que todos continuem fiscalizando como vota cada deputado federal e cada senador para “dar o troco” nas próximas eleições. “Muitos parlamentares nem conhecem o conteúdo das propostas das reformas trabalhista e previdenciária e acabam votando a favor nas comissões”, afirmou. Para ele, que também dirige a organização paulista da UGT, a população pode responder aos ataques a direitos também nas urnas.
Os estudantes também estavam representados na mobilização de hoje cedo e defenderam a radicalização das mobilizações, não só contra as reformas, mas pela queda de Temer. “O governo está atacando direitos dos trabalhadores e a juventude tem consciência de como isso vai afetá-la no futuro. Temos de aumentar a mobilização, parar cada esquina desse país até as reformas e o Temer caírem”, afirmou o presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (Umes) de São Paulo, Caio Guilherme da Silva.
por Redação RBA, com Coletivo #GrevePorDireitos publicado 30/06/2017 15h59