Fatiamento da Oi
14/05/2021 – 16h41 – Federação Livre – Redação
Em resumo, estas foram as principais revelações que o presidente da Oi, Rodrigo Abreu, fez ao presidente e o secretário-geral da Federação Livre, Luis Antônio Souza da Silva (Sinttel-Rio) e Marcelo Beltrão (Sinttel-PE), respectivamente, em reunião no dia 04/05, na sede da Operadora, no Rio de Janeiro. Uma transformação radical que, nessas situações aos olhos dos sindicalistas, o capital preserva o patrimônio e o lucro, abrindo mão do seu capital humano.
O Encontro foi solicitado pela Livre para tratar do futuro dos trabalhadores na empresa, diante do plano estratégico de transformação, implantado em meio à Pandemia da COVID-19, além de solicitar empenho da presidência para a vacinação dos/as empregados/as, garantir condições dignas para os terceirizados e ajuda de custo para quem está np regime de home office.
A Livre entregou diretamente ao presidente, um documento, com as dúvidas e questionamentos dos/as atuais empregados/as, inseguros quanto ao que virá. A Federação buscou estabelecer alguns parâmetros de transição para esta nova realidade, deixando claro a necessidade de discussão e negociação sempre que houver movimentação de pessoal. Assim como aconteceu no ano passado com o PIS – Plano de Incentivo à Saída, em que foram discutidas e garantidas pela Oi à Federação Livre vantagens a quem quisesse deixar a empresa. E Rodrigo Abreu concordou!
A conversa se estendeu com o presidente, claramente interessado em acalmar as inquietações, fazendo uma explanação do que será a Oi até 2022.
Nova Oi
Luis Antônio e Marcelo Beltrão ouviram que a nova Oi terá foco em fibra ótica e que pretende se tornar a provedora dos provedores. Mas que não deixará de lado seus atuais clientes e estará aberta às oportunidades no mercado com novas tecnologias.
Porém, reter clientes num ambiente de venda da mobilidade (Oi móvel) – já acertada para o trio Claro-Tim-Vivo, mas que ainda espera a posição do CADE – e da infraestrutura (InfraCo), quase certa para o BTG Pactual, não será tarefa fácil. E, após o fim do processo de recuperação judicial, este será o maior desafio da transformação em curso.
Para os sindicalistas foi dito que a empresa de infraestrutura, apelidada de InfraCo, não deverá ter questões regulatórias mais complicadas. Nela, a Oi terá 43% das ações, mas o novo controlador terá 57%. As informações preliminares indicam que será o BTG Pactual, sob o comando de Amos Genish, empresário conhecido no setor, tendo sido presidente da Tim, da Vivo e fundador da ex-GVT. Hoje é sócio do banco BTG Pactual.
Marcelo descobriu que essa “nova empresa” já existe e faz parte do grupo Oi: É a BTCM – Brasil Telecom Comunicação Multimídia e que, tirando uma pequena parte que permanecerá na Oi, quase toda a Operação migrará para a BTCM. Serão trabalhadores/as absorvidos/as pela BTCM, transferidos/as de uma empresa para outra. “Não haverá demissão, rescisões de contrato, homologações”, disse o diretor da Livre.
É preciso lembrar que no final do ano passado, a Operadora transferiu todos os/as empregados/as das empresas do grupo para Oi SA.
Segundo a Oi, a BTCM absorverá os trabalhadores com todos os bônus e ônus. O contrato de trabalho não sofrerá interrupção. Todos levarão seu tempo de serviço junto. Seu tempo de férias. “Os benefícios do atual acordo coletivo de trabalho serão mantidos integralmente como salários, auxílios creche, alimentação e medicamento, entre outros. E isto ocorrerá daqui a pouco, neste segundo semestre”, finalizou Luis Antônio.