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Análise do mercado formal de trabalho no setor de telecomunicação segundo os resultados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED)

13/03/2014 - 16h25 - Sinttel-ES - Tânia Trento | Jornalista | Reg. Prof. 0400/ES
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Fenattel

O objetivo deste trabalho é analisar o comportamento do mercado de trabalho formal celetista no setor de telecomunicação a partir das bases estatísticas do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O CAGED é um registro administrativo que serve como base para a elaboração de estudos e pesquisas. A análise será feita considerando dois níveis de recorte geográfico, sendo um de abrangência nacional e outro por Unidades da Federação e Distrito Federal. Serão considerados na análise os setores de Telecomunicação e Teleatendimento separadamente, pois este último possui características muito distintas do restante do setor e pode gerar distorções nas análises.

É importante destacar que, desde janeiro de 2011, o MTE realizou uma mudança metodológica na divulgação dos dados do CAGED e passou a divulgar os saldos de empregos obtidos a partir de declarações entregues fora do prazo juntamente com os acertos de declarações, desagregados por unidades da federação e setores/subsetores de atividade econômica, procedimento que visa reduzir a distância entre os dados divulgados, com base na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e os oriundos do CAGED.

Dessa forma, desde janeiro de 2011, são disponibilizadas mensalmente as informações relativas aos vínculos empregatícios declarados fora do prazo legal. No atual boletim, os saldos do período acumulado em meses contêm os ajustes (declarações fora de prazo) da movimentação declarada de janeiro a dezembro de cada ano e foram gerados no dia 25/02/2014.

A movimentação do emprego no setor de telecomunicação

Para a análise do mercado de trabalho formal celetista no setor de telecomunicação, foram utilizadas as seguintes Classes da Classificação Nacional de Atividades Econômicas

(CNAEs 2.0):

61108-Telecomunicações por Fio;

61205-Telecomunicações sem Fio;

61302-Telecomunicações por Satélite;

61418-Operadoras de Televisão por Assinatura por Cabo;

61426-Operadoras de Televisão por Assinatura por Microondas;

61434-Operadoras de Televisão por Assinatura por Satélite;

61906-Outras Atividades de Telecomunicações.

Segundo o CAGED, o setor de telecomunicação no Brasil gerou 10.160 postos de trabalho formais em 2013, resultado bastante superior ao observado em 2012, ano em que foram gerados 650 empregos. A geração de postos de trabalho em 2013 também é superior em relação aos anos de 2009 (6.067 postos gerados) e 2007, ano de crise internacional com fechamento de vagas (-7.176).

GRÁFICO 1

Evolução do saldo acumulado mensalmente do Caged (empregados e desempregados)

Trabalhadores do setor de Telecomunicações – Brasil

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Fonte: MTE. CAGED

Elaboração: DIEESE-Subseção FENATTEL

Obs: inclui as declarações fora do prazo captadas no dia 25/02/2014.

 

Apesar da massa salarial dos admitidos (somatório das remunerações recebidas por todos os trabalhadores do setor) ter aumentado 23,8% (de R$ 111,0 milhões em 2012 para R$ 137,5 milhões em 2013), a remuneração média nominal do trabalhador admitido em 2013 (R$ 1.364) foi

1,1% menor em comparação à remuneração média dos admitidos em 2012 (R$ 1.380). Já o salário médio do desligado em 2013 (R$ 1.564) apresentou diminuição de 7,6% em relação a 2012 (R$ 1.692).

O salário médio dos trabalhadores admitidos é 12,8% menor que o salário médio dos desligados em 2013. Em 2012 a variação foi ainda maior, com o salário médio dos admitidos 18,5% menor que o salário médio dos desligados (TABELA 1).

TABELA 1

Massa salarial, nº de trabalhadores e salários médios – 2012 e 2013

Telecomunicação – Brasil

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Fonte: MTE – CAGED

Elaboração: DIEESE – Subseção FENATTEL

Obs: os dados foram coletados no sítio do MTE no dia 25/02/2014.

 

O emprego no setor de Telecomunicação por Unidade da Federação (2013 e 2012)

Segundo o CAGED, o setor de telecomunicação (não inclui teleatendimento) gerou 10.160 postos formais de trabalho em 2013, sendo os maiores saldos verificados em Minas Gerais (1.649), seguido de São Paulo (1.532), Bahia (1.467), Rio de Janeiro (1.225) e Ceará (1.151).

Apesar da geração de postos de trabalho terem se concentrado nesses estados, com exceção de SP e RJ (locais em que os salários médios geralmente são mais elevados), os maiores salários médios dos admitidos são observados em São Paulo (R$ 1.762), Distrito Federal (R$ 1.716), Rio de Janeiro (R$ 1.510), Acre (R$ 1.451) e Amazonas (R$ 1.450).

A relação entre o salário médio dos admitidos e desligados melhorou ligeiramente em 2013, na comparação com 2012. Em 2012, o salário médio do trabalhador admitido representou 82% do salário médio dos demitidos, enquanto em 2013 essa relação muda para 87% do salário médio dos desligados.

TABELA 2

Número de trabalhadores e salários médios, por Unidade da Federação (2013)

Telecomunicação

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Fonte: MTE – CAGED

Elaboração: DIEESE – Subseção FENATTEL

Obs: os dados foram retirados do sítio do MTE no dia 25/02/2014.

Em 2012, a baixa geração de postos de trabalho pode ser explicada, em parte, pelos resultados de São Paulo, com fechamento de vagas (-2.056), seguido por Pernambuco (-1.826 vagas), Goiás (-332), Distrito Federal (-33), Tocantins (-6), Amapá (-5) e Roraima (-2). Os maiores salários médios dos admitidos continuam sendo verificados em Rio de Janeiro (R$ 1.800), São Paulo (R$ 1.656) e Distrito Federal (R$ 1.646). Já os menores salários médios dos admitidos estão em MS (R$ 734), SE (R$ 777), RN (R$ 849) e AL (R$ 857).

TABELA 3

Número de trabalhadores e salários médios, por Unidade da Federação (2012)

Telecomunicação

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Fonte: MTE – CAGED

Elaboração: DIEESE – Subseção FENATTEL

Obs: os dados foram retirados do sítio do MTE no dia 25/02/2014.

A movimentação do emprego no setor de Teleatendimento

Os dados do emprego formal com carteira assinada no segmento de teleatendimento, segundo as bases estatísticas do CAGED demonstram a geração de 3.895 postos de trabalho, resultado 48,3% menor que o registrado em 2012, ano em que foram geradas 7.534 vagas. O gráfico mostra os resultados dos saldos acumulados mensalmente, entre os anos 2007 e 2013 e evidenciam certa tendência de queda no ritmo de geração de postos de trabalho, apesar de ainda registrar saldo positivo em 2013.

GRÁFICO 2

Evolução do saldo acumulado mensalmente do Caged (empregados e desempregados)

Trabalhadores do setor de Teleatendimento – Brasil

caged4

Em 2013, a remuneração média nominal dos admitidos ficou em R$ 718 (6,4% menor em relação aos demitidos; R$ 767) e na comparação com 2012, apesar da menor criação de postos de trabalho, o salário médio dos admitidos aumentou 10,5%, fortemente influenciado pelo aumento do salário mínimo.

TABELA 4

Massa salarial, nº de trabalhadores e salários médios – 2012 e 2013

Teleatendimento – Brasil

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Fonte: MTE – CAGED

Elaboração: DIEESE – Subseção FENATTEL

Obs: os dados foram retirados do sítio do MTE no dia 25/02/2014

O emprego no setor de Teleatendimento por Unidade da Federação

O setor de teleatendimento gerou 3.895 postos formais de trabalho em 2013, segundo os dados do CAGED, sendo os maiores saldos verificados em Sergipe (4.501), Paraíba (2.903), Piauí (1.779), Bahia (1.551), Distrito Federal (1.466), Maranhão (1.418), Rio Grande do Norte (1.379) e São Paulo (1.368). Alguns estados tiveram saldo negativo, com fechamento de postos de trabalho em 2013, com destaque para Minas Gerais (-4.580), Pernambuco (-4.263) e Ceará (-3.467).

Apesar da geração de postos de trabalho terem se concentrado nesses estados, os maiores salários médios dos admitidos são observados em Mato Grosso (R$ 862), Acre (R$ 818), Roraima (R$ 788), Rondônia (R$ 785) e Distrito Federal (R$ 781).

A relação entre o salário médio dos admitidos e desligados manteve-se estável em 2013, representando 94% dos salários dos demitidos.

TABELA 5

Número de trabalhadores e salários médios, por Unidade da Federação (2013)

Teleatendimento

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Fonte: MTE – CAGED

Elaboração: DIEESE – Subseção FENATTEL

Obs: os dados foram retirados do sítio do MTE no dia 25/02/2014.

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