mariElassim
Sou mulher. Vivo em um país onde 13 mulheres são assassinadas por dia (feminicídio), uma mulher trans é morta a cada 48 horas e no qual se registra um estupro a cada 11 minutos.
O Espírito Santo, estado onde moro, ocupa o 5º lugar em número de homicídios de mulheres, com índices alarmantes que atingem principalmente as mulheres negras.
Sou maioria nas universidades, tenho mais anos de estudos, porém recebo 30% menos que os homens mesmo ocupando o mesmo cargo.
Sou vítima de assédio sexual no trabalho, na rua, dentro do transporte coletivo. Além de ter um ou mais empregos, ainda sou sobrecarregada com tarefas domésticas, um trabalho não remunerado.
Nessa sociedade machista, racista e patriarcal, a violência contra, nós, mulheres trabalhadoras, tem sido intensificada por meio de medidas governamentais que retiram direitos trabalhistas e sociais e promovem o desmonte de políticas públicas, precarizando a saúde, a educação e outros serviços públicos.
Na cidade e no campo, somos todas vítimas: mulheres trabalhadoras, mulheres negras, indígenas, mulheres trans, quilombolas, mulheres de rios e igarapés, professoras e funcionárias de escola, que têm perdido mais e mais direitos.
Essa é a minha realidade, a realidade da mulher brasileira, da mulher capixaba.
Para denunciar o aumento do feminicídio, o machismo, o racismo e as ameaças que o governo de Jair Bolsonaro (PSL) representa à mulher e aos direitos da classe trabalhadora, integrantes de movimentos sociais, partidos políticos e centrais sindicais realizam no dia 8 de março, em Vitória, o Ato Unificado Pela vida das mulheres, por direitos e contra retrocessos. #mariELASsim.
O SINTTEL apoia o movimento #mariELASsim – uma iniciativa do Fórum Estadual de Mulheres no Estado – e convoca todos(as) trabalhadores(as) em educação a ocuparem as ruas e participarem das atividades nesse 8 de Março – Dia Internacional de Luta das Mulheres.
A concentração será a partir das 15h em frente à Defensoria Pública, no início da avenida Jerônimo Monteiro, no Centro. De lá, mulheres e homens seguirão em marcha com uma parada em frente ao Palácio Anchieta e encerramento no Museu do Negro.
No Brasil e no Espírito Santo, entre as bandeiras a serem levantadas pelas mulheres no 8 de Março, estão o repúdio à reforma da Previdência de Bolsonaro, o fim do genocídio de indígenas e quilombolas, a tragédia em Brumadinho/MG, a valorização da Lei Maria da Penha e da Casa da Mulher Brasileira, o poder de decisão da mulher sobre o próprio corpo, a revogação da reforma trabalhista, o fim do desmonte da saúde pública, além da luta pelo desarmamento e por justiça para Marielle Franco – executada em março de 2018 no Rio de Janeiro.
O 8 de Março é um dia simbólico para reafirmar as nossas lutas em favor da vida das mulheres.
Lutaremos, sempre, por uma sociedade com igualdade entre homens e mulheres, por mais direitos e contra todas as formas de violência contra a mulher.
Basta de opressão e violência!
Por redação do Sindiupes – 06/03/2019