Nesta sexta-feira, dia 23, o Sinttel-ES esteve nas portarias dos prédios da Vivo 1 e Vivo 2 , em Vitória, denunciando a triste e vergonhosa proposta de Acordo Coletivo que a operadora quer impor à categoria. Um café da manhã, magro – com café e pão seco, numa crítica ao reajuste ZERO, foi oferecido pelo Sindicato aos colegas de trabalho na operadora.
Na terça-feira, dia 20, aconteceu a segunda reunião de negociação com a Operadora, em São Paulo, que, na ocasião, ofereceu 6% de reajuste, em Fevereiro de 2017, para quem ganha o Piso Salarial. O restante dos/as empregados/as – que são a maioria – pela proposta da empresa, não teriam reajuste. Também propôs aumentar jornada para os trabalhadores de campo de 40 para 44h. Quer que eles trabalhem aos sábados.
Os sindicatos, representados pela Fenattel, rejeitaram a proposta, convocaram o Dia Nacional de Luta para denunciar essa proposta medíocre e esclarecer aos trabalhadores e trabalhadoras o quão ruim é a intenção da empresa. “É uma preparação. Vamos mobilizar a categoria para, se forem necessárias, fazer paralisações estratégicas e greve geral”, disse o diretor de Formação do Sinttel-ES, Vanderlei Rodrigues.
E ele avisou: se na próxima reunião de negociação, no dia 28, não houver avanços, no dia seguinte o Sinttel-ES voltará para frente da empresa para mobilizar os empregados contra o arrocho.
“Nossa campanha Salarial precisa ganhar volume e mobilização. Não podemos aceitar que, já nessa segunda reunião de negociação, a empresa não apresente nada e venha com a estratégia GVTista de ainda querer impor as piores condições de trabalho e de salário já vistas. É por isso que engrossamos o protesto nacional contra as atitudes desrespeitosas da Vivo”, criticou a diretora jurídica do Sinttel-ES, Silvia Ferreira Capistrano.
Segundo dados fornecidos pelo Dieese, a Vivo tem a melhor saúde financeira entre as operadoras de telefonia do Brasil. Seu lucro no ano passado foi de 3 Bilhões e 300 milhões de reais. Neste ano, até junho, o lucro já chegou a 1 bilhão e 900 milhões de reais. “E na maior cara de pau a empresa NÃO quer dividir parte desse lucro com nós, seus os trabalhadores e trabalhadoras. Quer encher as burras dos acionistas. Isso é inaceitável!”, criticou o diretor de Comunicação e Políticas Sociais do Sinttel, Reginaldo Domingos Biluca.
Para o diretor do Sinttel, Roberto Mattos, que é empregado da Vivo, o dia Nacional de mobilização é o momento que cada um dos trabalhadores tem para mostrar sua insatisfação com a proposta medíocre de acordo coletivo de trabalho que está em negociação.
“A Vivo quer que fiquemos até 2017 sem reajuste nos salários e nos benefícios, enquanto a inflação até a nossa data base foi de quase 10%. Não podemos aceitar isso. A Operadora ofereceu 6% em fevereiro de 2017, somente para os pisos salariais. Todos nós sabemos que quem ganha o piso na Vivo é uma minoria. Portanto, a maioria vai ficar no prejuízo. Já imaginou ficar 2 anos sem reajuste salarial?”, questionou o Mattos.
O Sinttel-ES esteve na porta da Vivo no ES, assim como outros Sindicatos estiveram nas portas da operadora em outros 19 estados do país, questionando: Por que a empresa não quer dividir o bolo dos lucros com os seus “Colaboradores”?
Para Biluca, a resposta é simples: “Porque ninguém é colaborador. Todos nós somos empregados e não tem essa de colaborar para crescer. Já percebemos que isso mudou na Vivo. Hoje o que a empresa nos impõe é pior que esmola, depois do esforço de fazer crescer o bolo da Vivo: O,O% de reajuste”.
E ele acrescenta: “Como isso é possível, se só neste primeiro semestre, a Vivo cresceu 42,23% em relação ao mesmo período em 2015? Queremos a reposição salarial e aumento real. Basta de precarização!”
Segundo análise feita pela assessoria econômica do Dieese, a A Vivo quer continuar economizando nos salários e aumentando seu Ebtida. Mesmo comprando a GVT em 2015 e incorporando os mais de 15 mil trabalhadores GVTistas, a empresa continua gastando o mesmo percentual no custo operacional com a folha de pagamento: 12%.
Para o Sinttel-ES essa estratégia é de arrocho e achatamento salarial, para não elevar o custo operacional e, com isso, Não reduzir o lucro dos acionistas. Além disso, os benefícios da aquisição da GVT já se fizeram presentes nos resultados parciais do PPR 2016, com 105% de atingimento das metas, só no 1º semestre. Ou seja, tudo o que for feito daqui pra frente, neste segundo semestre, já está na conta da Vivo.
“Está na hora de mostrarmos para Vivo que queremos respeito. Nossa manifestação é justa, legítima e necessária. Precisamos de enfrentar mais esse desafio, que é manter e ampliar nossos direitos”, disse Rita.
Para Mattos, na Vivo não tem crise. Não tem prejuízo. “Nós temos que ir à luta para cobrar o que nos é devido. Um reajuste salarial que recupere a inflação do período e com ganho real nos salários e nos benefícios, pois foi isso que fizemos pela empresa no ano passado, quando ela lucrou R$3,31 bi e neste ano, cujo lucro já chegou a R$1,9 bilhão.
Os diretores denunciaram os problemas com o plano de saúde, cujas mudanças impostas pelo Be Flex é mais uma estratégia de precarização e sofrimento.
Segundo Sílvia, os/as empregados/as tinham um plano de saúde decente e foram obrigados a optar pelo pior para não reduzir a renda salarial. “Aqui no ES, temos uma ação na justiça para manter o plano de saúde como era antes do Be Flex, mas só isso não basta”, reclamou.
É hora de mostrar que não aceitamos a piora dos benefícios e o arrocho salarial. Precisamos de mais envolvimento e mobilização para impedir que a empresa piore cada vez mais nossa vida.
Queremos respeito. Merecemos!