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Dia Nacional de Luta na Vivo denuncia o arrocho salarial

23/09/2016 - 19h04 - Sinttel-ES - Tânia Trento | Jornalista | Reg. Prof. 0400/ES
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dia-nacional-de-luta-na-vivo-8Nesta sexta-feira, dia 23, o Sinttel-ES esteve nas portarias dos prédios da Vivo 1 e Vivo 2 , em Vitória, denunciando a triste e vergonhosa proposta de Acordo Coletivo que a operadora quer impor à categoria. Um café da manhã, magro – com café e pão seco, numa crítica ao reajuste ZERO, foi oferecido pelo Sindicato aos colegas de trabalho na operadora.

Na terça-feira, dia 20, aconteceu a segunda reunião de negociação com a Operadora, em São Paulo, que, na ocasião, ofereceu 6% de reajuste, em Fevereiro de 2017, para quem ganha o Piso Salarial. O restante dos/as empregados/as – que são a maioria – pela proposta da empresa, não teriam reajuste. Também propôs aumentar jornada para os trabalhadores de campo de 40 para 44h. Quer que eles trabalhem aos sábados.

dia-nacional-de-luta-na-vivo-2Os sindicatos, representados pela Fenattel, rejeitaram a proposta, convocaram o Dia Nacional de Luta para denunciar essa proposta medíocre e esclarecer aos trabalhadores e trabalhadoras o quão ruim é a intenção da empresa. “É uma preparação. Vamos mobilizar a categoria para, se forem necessárias, fazer paralisações estratégicas e greve geral”, disse o diretor de Formação do Sinttel-ES, Vanderlei Rodrigues.

E ele avisou: se na próxima reunião de negociação, no dia 28, não houver avanços, no dia seguinte o Sinttel-ES voltará para frente da empresa para mobilizar os empregados contra o arrocho.

“Nossa campanha Salarial precisa ganhar volume e mobilização. Não podemos aceitar que, já nessa segunda reunião de negociação, a empresa não apresente nada e venha com a estratégia GVTista de ainda querer impor as piores condições de trabalho e de salário já vistas. É por isso que engrossamos o protesto nacional contra as atitudes desrespeitosas da Vivo”, criticou a diretora jurídica do Sinttel-ES, Silvia Ferreira Capistrano.

dia-nacional-de-luta-na-vivo-1Segundo dados fornecidos pelo Dieese, a Vivo tem a melhor saúde financeira entre as operadoras de telefonia do Brasil. Seu lucro no ano passado foi de 3 Bilhões e 300 milhões de reais. Neste ano, até junho, o lucro já chegou a 1 bilhão e 900 milhões de reais. “E na maior cara de pau a empresa NÃO quer dividir parte desse lucro com nós, seus os trabalhadores e trabalhadoras. Quer encher as burras dos acionistas. Isso é inaceitável!”, criticou o diretor de Comunicação e Políticas Sociais do Sinttel, Reginaldo Domingos Biluca.

Para o diretor do Sinttel, Roberto Mattos, que é empregado da Vivo, o dia Nacional de mobilização é o momento que cada um dos trabalhadores tem para mostrar sua insatisfação com a proposta medíocre de acordo coletivo de trabalho que está em negociação.

dia-nacional-de-luta-na-vivo-9“A Vivo quer que fiquemos até 2017 sem reajuste nos salários e nos benefícios, enquanto a inflação até a nossa data base foi de quase 10%. Não podemos aceitar isso. A Operadora ofereceu 6% em fevereiro de 2017, somente para os pisos salariais. Todos nós sabemos que quem ganha o piso na Vivo é uma minoria. Portanto, a maioria vai ficar no prejuízo. Já imaginou ficar 2 anos sem reajuste salarial?”, questionou o Mattos.

O Sinttel-ES esteve na porta da Vivo no ES, assim como outros Sindicatos estiveram nas portas da operadora em outros 19 estados do país, questionando: Por que a empresa não quer dividir o bolo dos lucros com os seus “Colaboradores”?

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Para Biluca, a resposta é simples: “Porque ninguém é colaborador. Todos nós somos empregados e não tem essa de colaborar para crescer. Já percebemos que isso mudou na Vivo. Hoje o que a empresa nos impõe é pior que esmola, depois do esforço de fazer crescer o bolo da Vivo: O,O% de reajuste”.

dia-nacional-de-luta-na-vivo-6E ele acrescenta: “Como isso é possível, se só neste primeiro semestre, a Vivo cresceu 42,23% em relação ao mesmo período em 2015? Queremos a reposição salarial e aumento real. Basta de precarização!”

Segundo análise feita pela assessoria econômica do Dieese, a A Vivo quer continuar economizando nos salários e aumentando seu Ebtida. Mesmo comprando a GVT em 2015 e incorporando os mais de 15 mil trabalhadores GVTistas, a empresa continua gastando o mesmo percentual no custo operacional com a folha de pagamento: 12%.

Para o Sinttel-ES essa estratégia é de arrocho e achatamento salarial, para não elevar o custo operacional e, com isso, Não reduzir o lucro dos acionistas. Além disso, os benefícios da aquisição da GVT já se fizeram presentes nos resultados parciais do PPR 2016, com 105% de atingimento das metas, só no 1º semestre. Ou seja, tudo o que for feito daqui pra frente, neste segundo semestre, já está na conta da Vivo.

“Está na hora de mostrarmos para Vivo que queremos respeito. Nossa manifestação é justa, legítima e necessária. Precisamos de enfrentar mais esse desafio, que é manter e ampliar nossos direitos”, disse Rita.

dia-nacional-de-luta-na-vivo-11Para Mattos, na Vivo não tem crise. Não tem prejuízo. “Nós temos que ir à luta para cobrar o que nos é devido. Um reajuste salarial que recupere a inflação do período e com ganho real nos salários e nos benefícios, pois foi isso que fizemos pela empresa no ano passado, quando ela lucrou R$3,31 bi e neste ano, cujo lucro já chegou a R$1,9 bilhão.

Os diretores denunciaram os problemas com o plano de saúde, cujas mudanças impostas pelo Be Flex é mais uma estratégia de precarização e sofrimento.

Segundo Sílvia, os/as empregados/as tinham um plano de saúde decente e foram obrigados a optar pelo pior para não reduzir a renda salarial. “Aqui no ES, temos uma ação na justiça para manter o plano de saúde como era antes do Be Flex, mas só isso não basta”, reclamou.

É hora de mostrar que não aceitamos a piora dos benefícios e o arrocho salarial. Precisamos de mais envolvimento e mobilização para impedir que a empresa piore cada vez mais nossa vida.
Queremos respeito. Merecemos!

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